03 | Rosa dos ventos

849 61 186
                                    

Pran, espera! [+18]

*

Pat entra no apartamento segurando Pran por trás, tapando sua boca, enquanto resiste à mordida assustadoramente forte que recebe na mão. Abafa o gemido ao notar que Dissaya estava realmente dormindo — ou Pat esperava que estivesse. Isso evitaria o possível constrangimento que Pran sentiria na manhã seguinte, caso ela visse a cena embaraçosa que performavam naquela pequena sala. Ele o ergue do chão, agarrando um Pran alvoroçado em seus braços sem muita dificuldade — além dos tropeços nas pernas agitadas — e caminha até o quarto. O coloca no chão, e apesar de ter notado o semblante indignado em sua direção, o arrasta para o banheiro. Pran continua mordendo sua mão, de leve dessa vez, em meio a risadas e expressões variadas de "Pat, por quê?", "Meu Pat está aqui?", "Por que você me enganou, seu desgraçado?", "É você mesmo?", enquanto volta a tentar mordê-lo. Nas mãos, no queixo e nos ombros, falando alto demais sobre como Pat está quente e macio — e aqui.

Sim, Pran, estou aqui, mas faz silêncio, por favor! — Pat sussurra, com um pequeno sorriso torto, tentando desviar sua atenção da mão curiosa de Pran percorrendo caminhos perigosos na braguilha de sua calça. Pat ama esse Pran. — Sua mãe esta dormindo no ambiente ao lado, Parakul!

Pat. — Suspira com um leve tom de presunção, enquanto passa a língua pelos lábios de Pat, que o afasta pela cintura, recebendo um gemido sôfrego — Eu quero incomodar.

Você precisa é de um banho! — Pat tenta tirar a blusa dele, sem resultado, já que o arquiteto fica mais forte e teimoso quando bebe, e apesar de Pran estar fazendo de tudo para provocar o namorado, nota nele apenas um olhar de ternura.

Ai' Pat, sai daqui então! Eu consigo tomar banho sozinho. — Sussurra com a voz arranhada, apontando para a porta.

É claro que Pat estava achando aquilo tudo extremamente adorável, mas ele também queria o que Pran estava pedindo. E honestamente, Dissaya não era um empecilho, e as madrugadas de todos aqueles anos em que se encontravam escondidos na casa dela, podiam confirmar. Mas Pran estava bêbado, e eles ainda não haviam conversado. Pat quer muito, muito mesmo, rasgar aquela blusa branca de textura macia, mas que jamais vai chegar aos pés da textura da pele do Pran. Queria abaixar as calças dele e jogá-lo na cama. Sem conversa, sem análises — e sem banho. Pran é tão cheiroso. Mas o mesmo Pran que o ensinou a controlar sua impulsividade, sofre agora com os próprios ensinamentos.

Certeza que consegue? — Pat pergunta, risonho, ao assistir Pran se embolar no próprio casaco, mas sai às pressas do banheiro assim que nota o rapaz tencionar as narinas.

Por mais que por fora não transpareça, as intenções são sempre as melhores. E quando Pran tem contato com álcool, ele externa tudo que pensa no barulho silencioso de sua mente a todo tempo. E Pat sabe que Pran pensa muito. Sobre tudo. E agora, as intensões estavam claras e ele precisou dizer não. Foram quarenta e cinco minutos de espera até que Pran saísse do banheiro, passando a toalha pelos cabelos castanhos encharcados, escorrendo gotas compridas por todo seu corpo que estava coberto apenas por uma cueca boxer preta um tanto apertada, evidenciando o quão macio Pran é. Pat está salivando. Mas nada diz.

Pran se agacha em frente à cama à procura de algo em sua bolsa de sempre que estava jogada no chão. Pat deixou lá, porque sabe que mesmo que Pran não goste de bagunça, ele gosta menos ainda que tirem suas coisas do lugar. Pran se levanta e espreme a bisnaga de creme para mãos que carrega sempre com ele, afinal, suas mãos são sua ferramenta de trabalho e ele precisa tratá-las bem — e em meio à correria entre escritório, e obra, e lojas, e obra, e escritório, não quer arriscar que fiquem mal cuidadas.

[04] • ENFIM • [ BadBuddy | PatPran ] ):)Onde histórias criam vida. Descubra agora