Capítulo 8

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Será que ela volta em quanto tempo? - questiono com os olhos marejados. Acabei de passar por uma cesariana e estou péssima.
Ainda nem tive a oportunidade de segurar minha filha.

Espero que volte logo, quero segurá-la. Quero que eles voltem com boas notícias - diz Meredith.
Eu também queria, queria que dissessem que ela não tem a doença ativa. Mas isso não é possível... - como você está se sentindo?

- Estou bem, eu acho.

Alguma parte do corpo dói? - Ela questiona novamente. Sempre tão preocupada, amo isso.

Me abriram para tirar um ser de quase 4 quilos, que estava aqui há 9 meses. Tudo dói - respondo - mas não deixa de ser mágico! Seria melhor ainda com ela aqui...

- vai ficar tudo bem... - diz ela. Não sei acredito nisso. - Independente do que acontecer, eu quero que você permita que eu esteja ao seu lado. Esses meses que passamos juntas, mas ao mesmo tempo separadas, eles significam muito pra mim. Eu amo você, nunca deixei de amar.

- Eu também te amo! Muito. Mas precisamos conversar, só não posso fazer isso agora... Precisamos saber o que vai acontecer com ela.

Eu sei - diz Meredith.

Eu fecho os olhos, na esperança de que ela parasse de falar e o tempo passasse mais rápido. Acho que acabei cochilando, ainda estou muito sonolenta da anestesia.

Quando acordei tinha uma enfermeira segurando minha filha, e uma médica. Senti quando meu estômago embrulhou, sentei na cama e Meredith veio ao meu lado.

- Sou a Dra. Robbins, pediatra da filha de vocês. Eu só vim dizer que fizemos todos os exames - diz a médica.

Quais resultados? - questiono, com receio da resposta.

- ela é perfeitamente saudável! Bom.. na verdade eu identifiquei um sopro no coração, é pequeno... nada preocupante, só quero acompanhar de perto.

Ela não tem anemia hemolítica? - Meredith questiona, com esperança. Ainda estou sem acreditar e não sei o que dizer.

Ela não tem - informa, com um sorriso - olha eu não sei no que vocês acreditam... mas eu agradeceria. É raro, eu repeti os teste duas vezes. Ela é perfeita.

Foi o suficiente para eu começar a chorar, eu tenho uma filha! Tenho uma filha que está viva e saudável, ela não vai morrer. A enfermeira se aproximou com ela e eu estiquei os braços, ela está acordada e quietinha... Ela é linda, muito linda. Me lembra a Ellis.

- Aí Deus, meu amor... - digo, e não consigo tirar os olhos dela. Sinto a mão de Meredith me abraçando e beijando o topo da minha cabeça. Nunca me senti tão bem na vida - Madelyn.

O que? - questiona Meredith.

O nome dela é Madelyn. - afirmo.

- Eu adorei o nome, ela é linda... igual a você!

Estava admirando ela, mas ela começou a chorar e eu não sei o que fazer. Que tipo de mãe eu sou? O que faço para acalmar a minha filha?

O que está acontecendo com ela? - pergunto, preocupada - ela está sentindo dor?

Ela deve estar com fome - diz a enfermeira - ela ainda não se alimentou.

- O que eu faço?

Bom, Addison... você tem dois peitos cheios de leite para alimentar sua filha! - diz a pediatra sorrindo.

É verdade - dou um sorriso e me sinto uma idiota. Eu nunca pude amamentar a Ellis, eu não tive leite. Abri meu hobby com o auxílio da enfermeira, foi estranho, mas ela me ajudou. Madelyn simplismente começou a mamar e parou de chorar, foi lindo - mas isso tá doendo é normal?

Dói um pouquinho mesmo. Você se acostuma - diz a enfermeira - ela pegou bem!

- Que bom - sorrio e enxugo as lágrimas, olha para Meredith e ela sorria radiantemente - eu te amo!

Vi que uma lágrima rolou pelo rosto dela - eu te amo, mais do que poderia dizer. Amo muito, vocês duas.

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