Capitulo 23: Homi homini lupus

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"Assim, inconveniente, a dor do passado faz visita, vem machucar no presente"

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Foi apenas uma hora depois, que todos voltaram a se reunir de volta nos acentos.

   Minutos depois que Régulos havia saído, eles resolveram fazer uma pausa, cada um indo para um lado.
Sirius ficou ao lado de James e Lily, os três presos em seus próprios pensamentos. Angustiados por motivos diferentes.

   Remus, ficou sentado na mesma posição, os olhos focados no livro, agora em suas mãos.
O garoto tinha tantas teorias sobre toda a situação, que não sabia se quer por onde comentar.
   Era estranho descobrir tanto sobre alguém que, durante muito tempo em sua vida, ele via como um personagem secundário. Preso dentro de seus próprios problemas, da própria vida, era estranho pensar que outras pessoas tinham uma vida a parte.

   Narcisa e Severo não se afastaram também, ambos conversando aos sussurros no outro sofá, decidindo dar espaço a Régulos, sozinho do outro lado do cômodo.

   Aos poucos, cada um se sentou em seus respectivos lugares, Régulos voltando por último, sem dizer uma palavra.

-Quem vai ler?- perguntou Remus, ainda com o livro em mãos.

   Lilian, sentada ao lado de James esticou o braço, oferecendo um sorriso reconfortante ao amigo, ao perceber que ele e Sirius não estavam sentados tão perto quanto antes.

-Eu leio, pode deixar- murmurou pegando o livro e o abrindo na página marcada- Capítulo
23: Homi homini lupus... O Homem é o lobo do próprio homem- murmurou ela, traduzindo.

-Como você sabe isso?- perguntou Narcisa.

Lily correu os olhos pela página rapidamente, antes de responder.

-É uma frase famosa de um filósofo, acho que vocês não conhecem ele- disse, começando a leitura.

-Senhora Black- respondeu ela depois de um tempo, ainda parada próxima a parede.

   Seu coração batia tão rápido que Elizabeth poderia jurar que a matriarca podia ouvi-lo.

   O silêncio percorreu o corredor por longos segundos, ela conseguia ver a silhueta da mais velha se movendo, se ajustando. Foi só depois do que pareceu quase um minuto que sua voz voltou a ecoar.

-Se aproxime criança, quero vê-la- murmurou.

   Tanto Sirius, quanto Régulos arquearam as sobrancelhas, ambos trocando um olhar cúmplice.

   A matriarca dos Black nunca foi tão calma assim.

   Sua voz tão estranha mas ao mesmo tempo tão similar a tantos anos atrás.

Tão calma mas tão autoritária.

-Calma?- retrucou Sirius.

-Ela sempre foi...calma com Liza- explicou Narcisa- Não doce, mas, o tom de voz que ela usava era diferente.

-Não era não- disse Régulos confuso.

-Era- afirmou Narcisa- Quando você não estava junto, era.

O Black mais novo franziu o rosto, confuso.

   Com passos cuidadosos a Potter se aproximou do quadro, seus olhos treinados desviando-se rapidamente para a porta a sua esquerda, onde todas aquelas pessoas desconhecidas estavam.
Eles pareciam discutir, a grande maioria- se não todos, ela poderia apostar que o assunto era ela. Mas ninguém pareceu perceber quando ela passou em frente a abertura, se aproximando cada vez mais do quadro.

Elizabeth Potter - lendo o futuroOnde histórias criam vida. Descubra agora