Peguem-me

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O menino corria como se sua vida dependesse disso, e realmente dependia. Jogou os cabelos loiros e desgrenhados para trás com a mão suja da poça de chuva que caíra há poucos momentos, suava e ofegava, mas não parava de correr, rezando para não ser pego.

Virou em um beco escuro e úmido, bem estreito, se enfiou entre um balde de lixo e uma bicicleta abandonada, andou lenta e silenciosamente até estar escondido atrás do balde.

Rezou novamente para não ser encontrado.

Ouvia os passos pesados e rápidos, gritos de voz de alfa o chamando e dando comandos para onde seguir.

Jimin gostaria muito de acordar deste pesadelo, mas, infelizmente, não estava dormindo.

No pior momento possível, uma crise de tosse o pegou, ele tossiu bem alto e forte, temendo morrer engasgado, o que chamou atenção dos capangas atrás de si.

— Achamos o garoto — Um dos capangas disse para o ponto eletrônico em seu ouvido. - Peguem ele.

Ordenou e os outros dois capangas, com o rosto coberto por máscaras pretas e mãos ágeis e maldosas pegaram Jimin novamente, prenderam seus braços atrás das costas com algemas. O forçaram a fazer o caminho de volta e entrar na van preta em que estava, a caminho de um lugar que temia sem nem mesmo saber onde era.

Ele bem que suspeitou quando os caras bateram em sua porta pedindo informações para uma pesquisa estatística, diziam ser pesquisadores.

Jimin, bem educado, rumou a cozinha para pegar a água que ofereceu à eles, então levou uma pancada na nuca e perdeu a consciência, acordando em um carro em movimento.

Ouviu uma conversa dos homens, agora com máscaras no rosto e armas a alcance, falavam de levar "o garoto" até o que chamaram de "covil". O garoto era Jimin.

Park Jimin, um jovem estudante de recentes 20 anos, trabalha na recepção de um pet shop, bonito, gentil, educado, totalmente encantador. Nunca fez mal a ninguém, embora todos fofoquem sobre a misteriosa morte de seus pais.

Em algum momento, o veículo parou, Jimin aproveitou a falta de atenção dos capangas em si, eram todos alfas, saíram da van para fazer algo que o loiro não fazia idéia, então saiu correndo, não tardando para ser seguido pelos alfas.

Agora amarrado, olhando pelo vidro da janela tentando reconhecer onde estava, temia que seu destino fosse o mesmo dos pais.

(...)


O alfa brutamonte, o maior dos capangas, o empurrava até o quarto, onde o jogou e trancou a porta.

Depois das muitas horas na estrada, pegaram um jatinho para um lugar ainda desconhecido para o ômega, foram de carro até um prédio, onde entraram pelos fundos e agora Jimin se encontra no chão do quarto, chorando compulsivamente.

Pelo menos o brutamonte soltou seus braços.

Depois de chorar muito, o loiro levantou a cabeça e olhou em volta. Estava em quarto pequeno, mas que cabia um armário médio, uma cama de solteiro, uma mesa/escrivaninha em baixo da única janela, que tinha grade de ferro, e era pequena demais para o ômega passar por ali.

Na mesa havia uma garrafa grande de água, devia ter uns dois litros, um copo de plástico e alguns petiscos, nada que fosse realmente matar a fome do loiro, novamente em pratos e talheres de plástico e papel.

As paredes ,e tudo praticamente, eram brancas, havia uma porta ao lado do armário, que Jimin descobriu ser o banheiro. Não tinha quase nada no quarto, o armário tinha, o que Jimin contou, cinco peças de roupa e algumas cuecas.

A única coisa que ele fez questão de encostar foram as pantufas, já que estava descalço no chão frio.

Jimin estava tão exausto de tudo, que dormiu rapidamente ao se deitar na cama, que não esperava ser tão macia e aconchegante.

Acordou horas depois, sentia dor de cabeça, mas se esqueceu disso ao sentar na cama e dar conta de que ainda estava no quarto branco, não fora um sonho, realmente fora sequestrado.

O pânico o tomou novamente, junto ao ronco alto de sua barriga.

Mesmo com medo, de os petiscos poderem estar envenenados, ele ainda assim os comeu. Estava fraco, e mesmo sem saber o que seria de sua vida daqui para frente, ou o que fariam consigo, seu instinto de sobrevivência falou mais alto.

No mesmo instante em que terminou de comer, a posta do quarto foi aberta, uma mulher loira, alta e bonita, entrou carregando uma bandeja, não disse nada, sequer olhou para Jimin, deixou um prato de comida, dessa vez comida de verdade, e recolheu o que o ômega já havia usado.

Saiu rapidamente, Jimin ouviu a porta ser trancada novamente. Ele também não disse nada, olhou para o prato cheio, e nem pensou antes de devorá-lo.

(...)


Em cinco dias, Jimin já havia se acostumado com a rotina, embora ainda não entendesse. Achava que fossem o matar, mas até então, isso não estava estabelecido, pelo menos ninguém o avisou. Porém, ele não tinha contato com nenhum ser, apenas as mulheres que apareciam para levar sua comida, loiras, ruivas, morenas, sempre mulheres e sempre muito bonitas.

Ele não ouvia nada, suspeitava que seu quarto fosse a prova de som. Ninguém falava consigo, e ele também não falava com ninguém, nem mesmo sozinho, as vezes cantarolava alguma canção. Seu silêncio era um grito bem agudo que nem mesmo Deus parecia ouvir.

Estava no sexto dia, inesperadamente, dessa vez um homem entrou, um alfa, com uma cara bem feia e olhar autoritário. Pelos cálculos do ômega, seu jantar seria servido só umas quatro horas mais tarde,  então o alfa não veio para isso.

— Park Jimin — Jimin nem quis saber como o alfa sabia seu nome, se preocupava com coisas piores, como a capa de roupa que o alfa segurava e a arma visível no bolso do mesmo. — Tome um banho e se arrume, fique bonito, irá sair está noite.

Ele disse sem mais, Jimin o acompanhou com os olhos deixar a capa na ponta da cama e sair pela porta, o trancando lá.

Jimin observou que já estava escurecendo, o alfa não lhe deu um horário, mesmo que desse, Jimin não saberia por não ter relógio, então foi se arrumar logo.

Tomou banho e se vestiu com a roupa que o alfa lhe trouxe, era um macacão branco, cheio de brilho, era meio transparente, tendo um tecido de proteção cobrindo apenas as áreas que não precisavam ser expostas.

Jimin gostou da roupa, usaria em algum evento chique, mas agora não sabia exatamente aonde iria, se a roupa era realmente adequada. Ele não fazia idéia de nada, mas ainda tentou ficar bonito, na medida do possível.

Uma das mulheres, que descobriu serem todas ômegas, entrou no quarto com alguns produtos e utensílios de beleza, um brutamonte conhecido acompanhava a ômega, ficou parado na porta os vigiando enquanto ela fazia o cabelo e a maquiagem de Jimin.

Também lhe levaram um par de saltos altos brancos e algumas jóias. O fizeram engolir um pílula estimulante para fazer seu cheiro ficar mais forte, o que caiu bem mal ao ômega, que começou a ficar quente e arrepiado, além de vermelho no rosto.

Foi tudo muito rápido, quando se deu conta, estava seguindo para um tipo de palco.

— Se comporte! — O brutamonte disse em seu ouvido.

Capítulo meio confuso e sem falas do Jimin, mas relaxa que vai ficar mais confuso kkkkk

Mentira, no próximo capítulo vocês vão entender um pouquinho mais e também vai ter mais falas e talvez seja mais longo.

Mas enfim, me contem o que acharam do primeiro capítulo, comentem, votem, compartilhem com os migos, e façam o que quiserem.

Até o próximo! :)

Leiloado [Jikook|ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora