Episódio 2: Amigos novos

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Se pudesse voltar no tempo, e nunca ter desejado comer uma pizza de chocolate inteira sozinha, Verônica o faria

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Se pudesse voltar no tempo, e nunca ter desejado comer uma pizza de chocolate inteira sozinha, Verônica o faria.

Não entenda a situação mal, Verônica sabia desde o primeiro momento em que decidiu pedir aquela pizza, que as memórias de sua irmãzinha iriam retornar à sua mente. Porém, ao contrário daquilo que muitos devem imaginar, isso não a machucava, mas sim fazia com que se sentisse próxima outra vez de Penny.

É claro que sentia saudades, uma saudade avassaladora, que mal cabia em seu peito, mas sabia que não poderia fazer nada a não ser aprender a conviver com ela.

As semanas após a morte de Penny, passaram quase torturantes, de tão lentas. Foi aí que ela teve a ideia de se mudar para Huntington Beach.

E agora lá estava ela. Comendo uma pizza de chocolate inteira sozinha, enquanto assistia Karatê Kid pela milionésima vez. Aquele era provavelmente seu filme favorito. Oh, não me desculpem. Exterminador do futuro com toda certeza ganhava facilmente de Karatê Kid. Esse filme sempre teria um lugar mais do que especial no coração de Verônica.

Depois de terminar o filme, e lavar a louça, Verônica subiu para o seu quarto e foi descansar. Além de uma longa viagem, ela ainda tentaria arranjar um emprego no outro dia.

(...)

Verônica estava saindo da cafeteria Starbucks. Tinha acabado de conseguir uma vaga ali. Perfeito, pensou. Ficava apenas à 5 minutos apé de sua nova casa.

Estava andando de volta pra casa, com um chocolate quente na mão. Um carro vermelho parou ao seu lado. Quatro garotos saíram lá de dentro. Todos eles com jaquetas de couro preto, detalhes em verde montavam um nome, este que Verônica não conseguia ler.

O que parecia ser o líder dos bobocas, tomou a frente:

— Eai gatinha!

Verônica revirou os olhos.

— A gente tava pensando em se divertir. Não quer vir com a gente? — disse um segundo.

— Não.

Se virou pronta para ir embora, porém, sentiu seu pulso ser agarrado por um terceiro.

— Não tão rápido gatinha — o quarto falou.

— Olha só, eu acabei de chegar na cidade. Não quero confusão, mas se não me soltarem agora, vou ter que perder o meu réu primário — afirmou Verônica séria.

Os quatro riram. Cansada dessa baboseira toda, ela tirou a mão do que a estava segurando de seu pulso, e o chutou entre as pernas. Ele recuou resmungando.

— Sua puta! — ele xingou.

— Prefiro vadia.

E tomou outro gole de seu chocolate quente.

Os quatro se reagruparam, prontos para avançar sobre ela de uma vez só. Verônica também se preparou para fritar os cérebros deles com seus poderes.

Antes que qualquer um deles pudesse fazer algo, Verônica sentiu um braço ao redor de seus ombros. Um perfume conhecido invadiu suas narinas. A garota se virou pronta para discutir e ameaçar quem quer fosse o desgraçado, mas parou no mesmo instante em que percebeu ser Jason. O encarou confusa. Ele não olhava para ela, mas sim para os quatro idiotas.

— Pensei que tinha sido claro da última vez.

— Qual é Jason. O único cinema da cidade fica do outro lado da rua — o líder deles disse. Parecia ligeiramente assustado agora.

— Pois bem. O problema não é meu. Se voltarem a invadir nosso lado do tratado, vão se ver com Dominic.

Os quatro concordaram com a cabeça, e voltaram para dentro do carro. Ela os  assistiu dar partida, e sumir de sua vista. Tirou os braços de Jason rapidamente de cima de si, e se virou pra ele com uma sobrancelha erguida.

— Que merda foi essa?

— Bom dia pra você também.

— Que merda foi essa?! — repetiu, perdendo a paciência.

— Eles são Blacknights — respondeu simples.

— E eu deveria saber, que caralhos é isso?

— Deveria sim, na verdade. Hungtiton Beach é dividida em duas. Uma parte é comandada pelos Blacknights, e a outra pelos Blackroads. Se alguém da outra gangue entrar em território inimigo, tem duas chances de sair vivo. Se acontecer uma terceira vez, os invasores são levados direto para o líder da gangue que possuí aquele território. Nesse caso os Blacknights, invadiram o território dos Blackroads. Se eles voltaram aqui, vão ter que se entender com Dominic, o chefe dos Blackroads.

Puta merda. Aquilo era uma disputa de gangues. Que sorte pra achar cidades, que eu tenho, não é? A mente da garota acelerou.

— Como é que você sabe disso tudo?

— Sou o braço direito do Dominic, e um Blackroad.

Ela arregalou os olhos. Estava conversando com um criminoso. Que vida fudida.

— Então não fez aquilo pra me ajudar? Simplesmente fez, porque era seu dever? E eu começando a me martirizar por ter sido grossa com você noite passada.

— Nos conhecemos, a menos de 24 horas. Não se ache tanto — ele retrucou.

As bochechas de Verônica quiseram pegar fogo. Mas ela impediu o ato. Não iria demonstrar qualquer sentimento ao ser a sua frente, a não ser que fosse de extrema importância.

— Bom, você foi um intrometido de qualquer jeito. Eu dava conta sozinha — disparou a ruiva.

— Olha, eles não tem respeito por ninguém, e eram quatro. Das duas uma, ou teria que ser a Viúva Negra, e meter a porrada muito bem, ou teria que ter poderes, tipo a Wanda, e fritar  cérebros, ou algo assim — Jason debochou.

Verônica riu irônica. Era exatamente o que ela iria fazer. Parecia que ele era até um vidente, não é engraçado?

— E quem disse que eu não iria dar uma de Wanda, antes de você aparecer? — ela ergueu uma sobrancelha sugestiva.

Um sorriso cresceu nos lábios dele.

— Você é maluquinha.

— E você um cara que de veste como bad boy, mas age como um garotinho de 7 anos que nunca desobedeceu a mamãe.

Ele abriu a boca indignado. Enquanto ela sorria satisfeita.

Levou o chocolate quente outra vez aos lábios, sem nunca quebrar o contato visual com os olhos castanhos dele. Se sentiu mais satisfeita ainda, quando ele acompanhou o movimento de sua língua capitando para si, as gotas que ficaram em seus lábios.

— Não sabia que agora os meus olhos ficavam na minha boca — ela sorriu de escárnio, e passou por ele, voltando pra casa e o deixando pra trás.

Quando ela já estava consideravelmente, longe, Jason sussurrou para si mesmo:

— Como é que a bunda dela fica tão boa naquela calça? O mulher, não te conheço faz nem um dia, como é que você consegue me tirar tanto do sério? — se perguntou, enquanto ainda acompanhava o movimento dos seus quadris.

AS IRMÃS LOCKEYOnde histórias criam vida. Descubra agora