○ℳ𝒶𝓇𝓎 ℒℴ𝓊𝓎𝓈ℯ●
Acordei me sentindo como se dois caminhões tivesse me atropelado, meu corpo doía muito. Peguei o desfibrilador e me deitei olhando para o teto de casa.
Liguei e respirava com ajuda dele. Um das piores coisas que mas fere meu orgulho é ser dependente de algo.
Assim que minha respiração melhorou, olhei pela janela e vi que já estava a noite.
Peguei meu celular e olhei a hora, era (21h35PM) tirei meu short e coloquei uma calça moletom.
Peguei minha caixinha e a chave que ficava escondida na orquídea, o vaso ficava na janela do meu quarto.
Abri a caixinha e peguei uma carteira de cigarro que tinha lá.
Coloquei no bolso da frente que tinha no meu moletom. Peguei meu esqueiro e o guardei também.
Desci as escadas sem fazer barulho, e caminhei até a sala para depois ir para cozinha e sair para ir no quintal .
Caminhei silenciosamente e ouvi alguém pigarrear — merda!
Olhei pra o sofá e vi meu pai sentado com um jornal na mão, e com os seus óculos de descanso. Seus cabelos loiros estava levemente bagunçado e isso o deixava engraçado.
— Aonde o senhorita vai? — só pensava em duas coisas, mentir ou mentir
— apenas ia ver as estrelas pai, elas estão muito bonitas — omiti
— me dá aqui — falou colocando o jornal de canto e estendendo a mão na minha direção
— dá o que? — fingi demência
— Filha não seja cínica! — suspirei e caminhei até ele entregando a carteira de cigarro — Obrigado, agora vai comer algo, até agora você não jantou.
— estou sem fome — falei me sentando do seu lado no sofá.
— Filha, você quer mesmo ir encontrar seu irmão? — fui pega de surpresa por tal pergunta, me recompuz e assenti — e Você quer Começar por onde?
— Acho que o melhor lugar é ir no orfanato e saber o que eles sabem — simplifiquei
— Quero que saiba que eu te amo Filha e não quero te perder, mais quero que você seja feliz e aproveite — conseguia sentir sua voz embargada, senti vontade chorar.
— Pai eu...
— Não precisa me explicar Filha — ele pegou um envelope e me entregou — eu fazeria o mesmo se estivesse no seu lugar.
Ele me deu um sorriso e abri o envelope, estava com uma quantia grande de dinheiro e não entendi.
— O que é isso pai? — Claro que foi uma pergunta idiota, mais eu não podia aceitar tudo aquilo.
— esse é o dinheiro que pagariamos na sua quimío e pela Radiologia, mais quero que você pegue e vai procurar seu irmão — o olhei surpresa e meus olhos lacrimejaram, senti uma lágrima descer por meu rosto e ele me abraçou.
— E a mamãe?
— ela está chateada porque não quer te perder, mais ela te entende sim — eu queria tanto um abraço dela também, que ela me entendesse
— Eu amo muito vocês dois — o abracei mais forte e senti outro braço me abraçar, senti o cheiro de frutas e o de flores, sabia que era minha mãe... ouvi ela soluçar..
— também te amamos minha menina, sei que vai ser difícil para mim, mais eu te entendo e te apoio minha pequenina — sussurrou e me permitir chorar, eu os amava tanto.
Ficamos assim por um tempinho, nós três em um abraço. Me sentir amada e apoiada me deixava feliz e realizada.
— Obrigado mamãe e papai, eu amo vocês — saimos do abraço e minha mãe limpou meu rosto que estava molhado pelas lágrimas.
— Chega de choro, né — sorrimos — Você vai de avião Filha? Quero te ajudar a arrumar suas coisinhas, e passar um tempinho com você antes de você ir.
— Eu quero aproveitar a viagem então vou de Ônibus e depois vou pegar o trem — eles me olharam com preocupação — eu vou ficar bem, só quero aproveitar meus dias e viajar com calma, quero ver o mar.
Minha mãe sorriu com meu entusiasmo.
— Quero ver uma foto sua a cada passo que você der, você me promete que sempre vai me ligar e que qualquer coisa vai voltar para casa? — sua voz era como súplica e preocupação
— Sim mãe, eu prometo — a abracei
Sorrimos do meu pai que disse que seus olhos tinha caído cisco. E quando ele falou que sua menina estava crescendo e virando uma mulher. Me doía saber que poderia ser nossa última noite, talvez uma despedida.
— Filha talvez seu irmão consiga te ajudar e doar um dos rins para você, aí você já conseguiria mais dois a três anos com a gente — Claro que eu não tinha pensado nisso, meu irmão só precisaria ter o memso tipo sanguíneo e ser 99% compatível, mais não! Sem contar que não temos quase nenhum doadores para pulmão.
— Mãe não, eu só quero vê-lo e me despedir não quero que ele tenha que passar por cirurgia nenhuma para que eu tenha mais um ou dois anos de vida — ela abriu a boca e fechou — Eu estou bem com isso Mãe, só quero que vocês saiba que eu amo vocês e que eu já vivi tempos suficiente.
— minha filha nunca vamos nos acostumar com isso, mais nós te amamos muito também — meu pai falou e minha mãe assentiu. Ela me olhou de um jeito como se estivesse descobrindo um tesouro.
— O que foi mãe?
— Mary porque você não chama o Bryan para ir com você? — fingi não entender a pergunta e a olhei confusa
— ir comigo para onde mãe? — ela me olhou com um sorriso de mãe que já sabe mais do que deveria
— para a viajem Claro, ele é ótimo menino e gosta de você...
— não mãe, ele me odeia e eu também odeio ele — ela pegou em minha mão e sorriu — não mãe! Nunca precisou, ele nem vai querer
— se você quiser eu pergunto Filha — porque os pais sempre armam um complô contra os filhos?
— não pai, esquece isso — Claro que eles não iam esquecer — vou lá para fora pegar um ar
Me levantei e os olhei
— Esqueçam isso! Por favor!
Caminhei até a cozinha e bebi água, será ? Não será não Mary ele nem gosta de você!
Merda — isso era o que me restava pensar
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Apenas uma Vida
Pertualanganviver para alguns podem ser fácil, mais é se para alguns viver for apenas um rótulo. apenas algo sem importância. um das maiores ingratidão são ter vida e não aproveitar, ter vida e reclamar. talvez muito queriam vida e não tiveram a oportunidade q...