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#. notas de início::

the neighboorhood é uma das minhas bandas favoritas, e eu comecei escrevendo a história com essa música, então precisei colocá-la como mídia!

leve também como recomendação de uma boa música ;)

boa leitura!

📼 ──────────── 🎸

STEVE POINT OF VIEW.

Eddie Munson definitivamente não sabe o que é espaço pessoal.

E eu descobri isso de uma maneira difícil.

Ele é sempre muito "teatral" e expressivo. E para demonstrar suas emoções, ele precisa chegar perto de você.

Mas isso não é ruim, é só que... eu não sei como reagir.

A primeira vez que isso aconteceu, foi quando estávamos no Mundo Invertido. Quando eu fui agradecê-lo por ter me salvado.

- Eddie! Ei, Eddie. - Ele parou de andar e virou a cabeça para me olhar. - Olha só, eu só queria.. te agradecer.. por me salvar ali.

- Que? Como assim? Você que se salvou, cara. Cê' mandou uma de Ozzy com aqueles bichos lá, hein.

- ... Ozzy?

- Quando você mordeu o morcego. Ozzy Osborn.. Black Sabbath?

Eu continuava sem entender.

- Ele.. arrancou a cabeça do morcego no palco.

- Eu não...

- Não sabe?

- Não...

- Foi heavy metal. O que ele fez. Só comentando.

- Valeu. - Foi o que saiu da minha boca depois daquela confusão.

- O Henderson falou que você é fodão. Insistiu bastante, na verdade.

- O Henderson falou isso?

- É, falou. O moleque idolatra você, é sério. Você não tem noção... Chega a ser chato, pra ser sincero. - Eu solto uma risada espontânea. No momento, me senti bem por saber que Dustin comenta de mim para Eddie também, e não só ao contrário.

- Olha, e eu nem sei porque eu ligo pro que aquele pivete pensa, mas.. eu acho que fiquei com inveja, Steve. - Ele para de falar e olha para mim, mas eu permaneço em silêncio. - Acho que foi difícil aceitar que o Steve Harrington é realmente... gente fina. Pais ricos, popular, garanhão e não é babaca? Não dá, cara. Não dá. Isso vai contra a todas as leis do universo e a minha doutrina pessoal de Munson.

Eu continuei em silêncio, absorvendo o discurso que Munson havia feito.

E maldita hora que ele decidiu se inclinar em minha direção.

- Ainda tô morrendo de inveja, na verdade. - Eddie disse. Mas eu o empurrei para o lado, e ri nervosamente. Mas ainda consegui sentir seus cachos roçarem em meu ombro, e seu hálito quente soprando em meu pescoço.

E a partir dali, tudo começou a desmoronar.


Depois que Vecna havia sido derrotado, Eddie e eu passamos a nos falar continuamente. É bom ter a companhia dele.

Mas Eddie tem um costume muito grande de passar um dos seus braços pelos meus ombros. Acontece habitualmente. Ele simplesmente chega por trás de mim, e toma posse dos meus ombros.

E isso me irrita. Toda vez que ele faz isso, nossos corpos se chocam e eu sinto sua colônia, que fica em minha mente por dias.


Meu cabelo. Munson ama meu cabelo.

Ele precisa sempre tocar em alguns fios quando me vê. Parece ser automático.

Uma vez, quando Eddie estava bêbado, ele virou para mim e disse:
- Stevie, algum dia precisamos tomar banho juntos, deve ser muito legal lavar seu cabelo.

Porra, essa frase ficou martelando na minha cabeça por dias! Quem ele pensa que é pra jogar a bomba e sair?!


Eu também me lembro da primeira vez que nos abraçamos.

As crianças decidiram fazer uma festa do pijama na casa dos Wheeler, e nos convidaram.

Quando todos estavam dormindo, mas eu acordei no meio da noite, e notei que Eddie não estava em seu colchonete. Mas a luz da cozinha estava acesa. Não pensei duas vezes antes de correr para lá.

- Ed...? - Eu o chamei antes de entrar, e quando o fiz, ele estava de costas para mim e de frente para a pia.

- Stevie.. - Sua voz estava trêmula, igual suas mãos. Eddie finalmente se virou para mim, e eu pude ver seus grandes olhos castanhos que agora estavam aterrorizados e cheios de pânico. - Eu... Chrissy... - As palavras não saíam de sua boca, e eu o encarava confuso e preocupado.

- Está tudo bem, Eddie. Já acabou. - Foi o que consegui dizer no momento, e fui me aproximando lentamente.

Eddie se apoiou na bancada atrás de si, e tampou os olhos com as mãos.

Eu não sabia o que fazer, então agi na impulsividade e passei meus braços pela cintura dele puxando-o para um abraço. Ele não tardou em retribuir, enrolando os braços em meus ombros e escondendo seu rosto em meu pescoço.

Seu corpo começou a tremer, foi quando percebi que ele estava chorando. Eu subi minhas mãos para suas costas começando a fazer carinho ali. Eu não sabia o que falar para consola-lo, mas queria lhe passar segurança que sempre estaria ali se ele precisasse.

Aquele dia foi muito especial para mim, e acredito que para ele também.


Alguns dias, Eddie aparecia pela Family Video e ficava um pouco para bater papo comigo e Robin. Era divertido.

Mas não quando estávamos só eu e ele lá.

Quando eu estava repondo os filmes em suas devidas prateleiras, Eddie simplesmente chegava atrás de mim, e colocava sua cabeça em meu ombro.

- O que está fazendo, Stevie? Você sabe que esse filme é de comédia, não é? - E ainda fazia questão de falar isso com una voz arrastada.

Ele sabe o que está fazendo, cretino.

- Eu... hum... Ah.. s-sim, é claro! Quem não saberia? Puff.. - Merda, eu gaguejei. Ele solta uma risadinha anasalada e volta para o balcão quando Robin retorna.

É, Eddie não entende nada sobre espaço pessoal. Talvez seja por isso que eu tenha me apaixonado por ele.

espaço pessoal. - steddie!Onde histórias criam vida. Descubra agora