Capítulo 6- Críticas, fofocas e surpresas

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Esse capítulo ficou muito grande, então  eu dividi em duas partes. O Capítulo  7 vai ser na visão de outro personagem, mas sobre os mesmos acontecimentos.

Elizabeth

Palavras.
Sabe aquela frase clichê "Palavras tem poder"? Há algum tempo, li um artigo que tratava exatamente sobre isso; o poder que as pessoas dão às palavras e como isso recai sobre elas. A matéria se estendia discutindo como o individualismo crescente nos dias atuais influencía nas relações interpessoais, nas quais, cada ser tem a necessidade quase que instintiva de dizer tudo o que lhe vem à mente, anunciando suas opiniões desmedidamente.
Linhas se seguiam dizendo que cada um cria um ideal de perfeição pessoal, um mundo idealizado em que todos deveriam seguir os padrões por cada um instituídos, como soldadinhos, mas como isso não acontece, surge o ódio, a vontade de consertar o que se julga errado, tudo influenciado por um grande vilão; os padrões sociais. No fim, as pessoas são, em sua maioria, incapazes de aceitar a existência da pluralidade e ter empatia.
Por um momento, eu fiquei encarando a tela do computador pensando o quanto isso é bizarro e totalmente ignorante. Não entrava na minha mente que as pessoas são capazes de se odiar simplesmente porque alguma coisa no outro lhes incomoda, mas foi aí que me dei um grande tapa e percebi onde eu vivo e com quem. Foi exatamente como a sensação de acordar de um sonho no qual você está caindo e percebe que na realidade, está apenas no seu quarto. Você entende, aceita e volta a dormir. É incrivelmente ridículo as pessoas acharem que tem poder na vida das outras, mas algumas vezes, elas realmente têm.

Com o tempo eu aprendi a simplesmente aceitar e ignorar quando as coisas não vão muito bem - e acredite em mim, nesse caso, ignorar meus problemas é saudável, mais como a única coisa que me mantém sã - eu só encaro um ponto fixo e penso em qualquer coisa, me imaginando em qualquer outro lugar.

Observo as irregularidades propositais da pintura clara da parede da antessala, moldando uma textura interessante, dando um ar divertido e elegante. Os pequenos pontos de poeira iluminados pelo único raio de sol que corta o céu e ilumina um pequeno trecho da sala.  Será que isso significa que irá abrir sol hoje? Olho pela janela vendo o céu um pouco mais iluminado, o sol brilhando, mesmo que ainda haja algumas nuvens.

A música latente em meus ouvidos me permite ignorar o som agudo e intermitente que estala pelo ambiente desde que resolvi levantar da cama a algumas horas atrás. Péssima ideia, Liz. Péssima ideia. Amanhã? Saída estratégica pela janela, sem dúvidas.

Essa semana foi até que bem rotineira; minha mãe se estressou comigo, o que estressou meu pai e, consequentemente, me estressou. Eu percebi que chamar Alex e Tayler para se juntarem ao jantar com os outros tinha sido uma má ideia depois de ver a expressão de desgosto no rosto da Sra. Marin. Foi mais pra raiva, na realidade.
Ela já tinha surtado quando soube que eles me dariam carona, mas depois disso, tudo só desandou. Não é exatamente o fato de termos mais visitas que a incomoda, na realidade, ela adora isso, poder falar e ser o centro das atenções. A grande problemática aqui é quem são essas pessoas, no caso, pessoas que ela não conhece previamente para aprovar minha amizade e que não sabe o porquê de quererem ser meus amigos.
Quer dizer, qual é o problema deles? Por que razão eles gostariam de mim o suficiente para quererem me conhecer melhor a ponto de virem a minha casa?
Sinceramente, isso pouco me importa, eu prefiro evitar que meus amigos venham a minha casa, mas achei que seria divertido, Alex e Ty conhecerem Paul, e de novo; péssima ideia, Liz.

Minha terapeuta diz que isso tudo é só culpa da necessidade irracional por controle que minha mãe tem. O mundo perfeito e a necessidade de fazer tudo se encaixar nele. Você entendeu aonde quero chegar, não?

Infelizmente, meu pai não tem a mesma sorte que eu de ter algumas horas do dia livres, então quando ela está assim, ela atrapalha o trabalho dele, o tirando do sério, mesmo que ele não diga isso pra ela. Nesse momento ele me encara com seus olhos grandes e castanhos clamando por socorro,  eu o encaro de volta com "você que se casou com ela", dou de ombros e levanto da mesa levando meu copo e o prato de café da manhã mal tocado.

My Eternal Loves ☆ TwilightOnde histórias criam vida. Descubra agora