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Me encolhi com os ombros tremendo levemente e esfreguei o rosto no cobertor que cobria meu peito. Estava excepcionalmente frio hoje. No meio do verão, quando eu durmo nu, às vezes sinto muito frio como agora, e acabo resfriado se não me agasalhar. Ah... Parece que dormi no chão de novo ontem à noite.

Os pensamentos voavam sem rumo em minha cabeça sonolenta. Eu já dormi muitas vezes no chão ao lado da cama, principalmente quando meus amigos vinham ou quando eu bebia muito. Meus amigos não gostavam que eu me deitasse na cama e fosse o único a dormir confortavelmente. Eles apontavam o dedo e me chamavam de traidor até eu levantar ou apenas me puxavam para o chão. Malditos bastardos. Diziam que íamos tirar na sorte quem ficaria com a cama e era sempre a mesma maldita moeda.

Enquanto eles brigavam pela cama eu me deitava espremido em algum lugar do quarto e dormia, sempre demorava a ter um vencedor. Era um quarto pequeno, então eu geralmente levava alguns chutes e empurrões no meio da noite, nunca entendi porque não me deixavam dormir na minha cama.

Eles são inúteis, barulhentos e preguiçosos... Mas sou grato por tê-los comigo. Uma vez, eles vieram por se preocuparem que eu me sentisse solitário e ficasse sozinho quando me retirei do serviço militar mais cedo do que o esperado. Nesse dia, não consegui me expressar bem minha gratidão porque era um tópico muito sentimental e eu sou tímido. Passei a noite com um rosto desinteressado e com uma garrafa de cerveja ao meu lado.

Estiquei a perna procurando um dos meus amigos. Quero chutar quem roubou meu cobertor. Entretanto, só encostei em coisas molhadas e pegajosas com a ponta dos pés. O que é isso? Minha cabeça, sonolenta, estava girando. Quando me toquei que eram as folhas e o tronco da árvore, abri os olhos assustado.

O céu noturno, azul marinho profundo, podia ser visto através das sombras escuras da vegetação. Nas nuvens negras no céu, padrões brilhantes se estendiam em todas as direções, só então minha consciência retornou por completo. Aqui não é o meu quarto e meus amigos não estão aqui.

"Huh..."

Depois de dormir, meu cérebro estava voltando a funcionar. Meu coração está batendo muito forte, eu quero mais... Quero ver meus amigos, quero ouvir a voz dos meus pais. Me lembrei vividamente do cachorro que estavam criando na casa ao lado e como ele costumava se pendurar na cerca. Também me lembrei do gato que se esfregava gentilmente entre minhas pernas enquanto olhava o queijo. Me lembrei da música, do ambiente e das pessoas.

Cobri os olhos com a mão e contive as lágrimas. Eu com certeza vou me sentir melhor depois de chorar até cansar, mas também vou me sentir muito sozinho mais tarde. É uma droga que não seja fácil oprimir tristeza e amargura. Se não fosse pelo leve calor humano ao meu lado, eu já estaria chorando e berrando.

Virei a cabeça em direção ao homem que emitia o calor. Ao meu lado estava Kim Doyoon, encostado na árvore, com as pernas estendidas na minha direção e os braços soltos.

"......."

Estava me sentindo desconfortável, quero descer imediatamente, mas ao ver como ele parecia estar dormindo tão bem, não me atrevi a fazer movimentos bruscos. Comecei a me mover com muito cuidado para não acordá-lo.

Senti alguma coisa deslizando pelo meu corpo e agarrei rapidamente. Estendi com cuidado na minha frente. Os padrões brilhantes nas nuvens iluminavam tanto quanto a lua cheia nascente. Meus olhos, acostumados à penumbra, identificaram com facilidade o que eu havia pegado. É o paletó do terno de Kim Doyoon.

~Cris: Awn que fofo S2~

O que eu havia esfregado as bochechas enquanto eu dormia achando que era o meu cobertor, era na verdade a roupa de Doyoon. Olhei para ele no chão e estendi gentilmente o paletó sobre o seu peito para não despertá-lo.

A Estrela do Dragão [BL]Onde histórias criam vida. Descubra agora