A Estrela do Dragão [BL]

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Kim Doyoon é uma pessoa muito legal e aprecio sua gentileza, mas... Não gostei quando ele tentou descer comigo enquanto eu tentava descer sozinho. Ele realmente tem tanta força sobrando? Isso não pode ser normal...

"Você está realmente bem?"

"Sim, minha perna está bem melhor agora."

"Se você não gosta da ideia de ser abraçado, posso te por nas costas e..."

"Não sou uma criança."

Respondi com os olhos bem abertos. Os de Doyoon se estreitaram ligeiramente ao ouvir o tom da minha frase. Droga. Ele devia ter simplesmente aceitado minha vontade quando eu disse que 'não' na primeira vez que se ofereceu. Não quero ser carregado por uma pessoa cansada. Depois de alguns instantes nos encarando, ele levantou as mãos como se estivesse rendendo em uma briga.

"Tudo bem. Então, vou descer primeiro."

Kim Doyoon desceu rapidamente pela videira. Seus movimentos eram tão suaves que não pareciam ser os de homem cansado. Desci com cuidado, me concentrando para não perder a força nos braços e apertando os dentes para não mostrar a língua depois de sua mini exibição de força e resistência.

Vi Doyoon olhando para mim lá de baixo. Ele ergueu as duas mãos levemente como se fosse me segurar se eu caísse. Depois de ver isso, dei mais força as minhas mãos e pés. Seria um grande problema se eu caísse e Kim Doyoon me pegasse. E se eu o machucar ou terminar de fuder com a minha perna?

Aos poucos fui descendo me pendurando na videira, mas não consegui manter a boca fechada quando tive uma melhor visão do chão e o cenário ao redor. Várias das árvores estavam tombadas, algumas até de cabeça para baixo. Quando tive um pequeno vislumbre dos danos dos tremores mais cedo, senti um certo nervosismo pelo estrago. Antes eu tinha achado que nossa árvore não havia tombado por completo porque era mais leve que as outras ao redor, mas a verdade é que ela estava sendo segurada pelas trepadeiras, cipós e troncos estranhamente encaixados das outras ao redor. Foi pura sorte.

"O que diabos é isso..."

Quando finalmente desci da árvore, resmungando, fiquei sem palavras diante da densa floresta que se transformou em ruínas. Um medo subiu por minha garganta com o espanto. Doyoon pegou levemente em meus ombros ao me ver parado sem me mover.

"Vamos dar uma olhada no lugar com as árvores frutíferas. Não acho que deva estar muito diferente daqui, mas talvez possamos encontrar algo para comer."

Então ele deu alguns tapinhas no paletó empoeirado e começou a andar. A floresta aparentava ter se transformado na tumba de incontáveis árvores e me parecia ser impossível encontrar algum lugar nessa bagunça, mas Doyoon continuou caminhando casualmente. Seus passos eram rápidos e firmes, sem deixar qualquer vestígio por onde passavam.

Tentei me apressar atrás dele, mas logo percebi que não precisava. Sempre que ele sumia no contorno de algum tronco caído, parava para me esperar.

"Não se esforce tanto..."

"...Está tudo bem."

Ao invés de me sentir incomodado por suas preocupações frequentes, meu peito estava com algumas cosquinhas e minhas orelhas corando suavemente. Nunca havia sido tratado assim antes. É constrangedor, de certa forma embaraçoso, mas é tão bom, ter alguém te esperando...

Uma estrada bloqueada em todas as direções apareceu em nossa frente, mas mesmo assim Doyoon nem cogitou retornar. Ele vagou um pouco ao redor e subiu na árvore mais baixa, olhou ao redor e me estendeu a mão.

Eu sorri e recusei, estendendo os braços para começar a subir. Não quero ser uma carga para esse homem, não quero parecer uma criancinha que não sabe andar direito na frente dele. Doyoon me olhou subir inesperadamente, mas sua expressão não era muito boa.