Saiu batendo forte a porta, chutando tudo o que via pela frente, Yaman estava fervendo de raiva, queria triturar Erkan, não sabia o que fazer pra se acalmar, se não era uma delicadeza de pessoa estando calmo, quem dirá querendo matar quem aparecesse na frente, gritou, grunhiu, socou paredes, se cansou. Se sentou de frente o lago, e de alguma forma olhar para aquela calmaria verde o acalmou aos poucos, sentiu algo gelado em seu peito, olhou pra sua camisa que estava se abrindo ainda mais com o vento, e viu o broche preso que aliás estava quase caindo dentro de sua roupa, respirou fundo e o prendeu no bolso da camisa, pegou o ponto eletrônico e o encaixou no ouvido, caminhou em silêncio até encontrar Ella.
- Você demorou, onde estava?
- Dando uma olhada por aí...
- E não me levou?
- Na verdade eu fui ver se estava tudo certo pra gente...vem comigo.
Caminharam alguns minutos até chegar debaixo de uma grande árvore, tudo estava preparado, a típica toalha xadrez no chão com os mais variados petiscos, pratos de doces, salgados, frutas, suco, tudo muito farto e bem organizado, em volta havia almofadas, e tudo isso tendo de cenário o lago de águas calmas bem em frente.
- Que lindo Yaman, você fez isso tudo pra mim?! Eu nem sei o que dizer...
- Você merece o melhor.
Se sentaram bem perto um do outro, pra desespero da Seher que estava uma pilha de nervos.
- Seher se acalma.
- Me acalmar Erkan, como? Você não viu o jeito que ele saiu daqui, não viu a fúria dele...ahhhh droga, o que você tinha que aparecer bem agora heim?!
- Ah me desculpa, é que a minha bola de cristal estava no concerto, não deu pra ver que vocês estavam se pegando.
- Ha-ha-ha que graça, olha como tô rindo.
- Devia mesmo, é tão trágico que chega a ser cômico.
- Você tá vendo, olha como estão perto, ei ei ei... espera aí...você tá ouvindo alguma coisa? Ah droga era só o que faltava, dá problema no equipamento justo agora.
- E não é só o áudio que tá ruim não Seher, a imagem tá ficando horrível, tá tremendo.
- Que droga, não acredito que vai dar pau nisso agora.
Nada estava tão ruim que não pudesse piorar, a imagem ficou preta, e não tinha som algum. Seher ficou desesperada queria muito saber o que acontecia, sobre o que falavam, gritou de raiva, saiu chutando o que via pela frente, e Erkan observava tudo calado, não sabia se ria ou se tentava consolar, era inevitável não pensar o quanto ela e Yaman também eram parecidos, adoravam chutar coisas na hora da raiva.
Erkan trabalhou incansavelmente pra tentar restabelecer o sinal, essa brincadeira toda durou quase uma hora, Seher já estava em síncope, Erkan quase desistindo quando a imagem e áudio voltaram, Seher correu pra frente da tela, Yaman e Ella estavam rindo, pareciam estar tendo um papo descontraído.
- Não, não posso acreditar Yaman, não acredito que você era uma criança feia.
- Ah eu era, não fui uma criança bonita.
- Bom, ainda bem que agora você compensa isso.
- Gentileza da sua parte Ella.
- Me diz a verdade, você sabe que é um homem lindo não é?! Sabe que por onde você passa não tem um olhar feminino que não se volte encantada pra você.
- Assim vou ficar constrangido.
- Não vai não, você adora ouvir isso que eu sei.
- Você sabe porque passa o mesmo, sabe que é linda, que atraí todos os olhares masculinos por onde anda.
Seher aperta os punhos com força, morde o lábio em sinal de nervosismo.
- "Você é um homem lindo, e você também é linda Ella" -Seher os imita com a voz desdenhosa.
- Seher se acalma, você vai infartar desse jeito.
- Erkan liga pro restaurante do haras, manda levarem o vinho e a insulina, a glicose lá não só subiu, como foi aos céus...ãhhrrr.. enjoei daqui.
- Ei para de falar, não consigo entender o que falam com você tagarelando aí.
Ella se aproxima ainda mais de Yaman, que se mostra receptivo.
- Me responde uma coisa que sempre tive curiosidade, como você faz isso? Você encanta e seduz todas as mulheres a sua volta, e as deixa viciadas em você.
- Bom, primeiro eu quero dizer que fico lisonjeado, e segundo quero dizer que tenho um segredo pra isso.
- Humm... nunca que você saí daqui hoje sem me contar isso.
- É uma técnica, se chama indução...
