Capítulo 33

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  O tom de regozijo da Andreza faz com que a minha cólera aumente ainda mais

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  O tom de regozijo da Andreza faz com que a minha cólera aumente ainda mais. Ela podia fazer o que quisesse comigo, mas não com o Jack. O meu Jack...

  Toco nas cinzas do rapaz, que se espalham em vários montinhos pelo chão, voando assim que vem uma rajada de vento. Vejo-as escaparem-se pelos meus dedos sem que eu possa fazer nada e uma dor intensa aloja-se no meu peito. As lágrimas que escorrem pelas minhas bochechas deixam os meus lábios, gretados pelo frio e desidratação dos últimos dias, salgados. Passo os dedos pelos olhos, eliminando o líquido das lágrimas, levanto-me, e dou um passo em frente.

— Vais te arrepender de o ter matado. — murmuro, entre dentes. 

  Todo o meu corpo arde em fúria quando desfiro um murro no seu rosto e logo de seguida mais outro. A sua pele morena é tomada pelo tom escarlate do sangue que derrama pelo nariz, no entanto ela continua a retribuir os meus golpes como se estivesse tudo normal. 

  Agacho-me, quando o seu braço vem na minha direção, no entanto ela agarra o meu cabelo, que puxa para trás. A sua força é tanta que não duvido que já me tenha arrancado uns quantos fios de cabelo. Fecho os olhos, incapaz de ignorar a dor que sinto, no entanto continuo a tentar defender-me, de modo que ela me solte. Coloco as minhas mãos nos seus ombros e forço a sua cabeça a baixar-se, lançando simultaneamente o meu joelho para cima. O embate dos dois membros soa e ouço-a praguejar com dores. 

— Sua...

— Andreza, não percas tempo! — a voz do Victor soa alguns metros atrás de mim. — Plano B. 

  A rapariga lança-me um último olhar de desprezo, antes de assentir e começar a correr para longe de mim. Fá-lo tão rapidamente que mal tenho tempo de reagir.

  Confusa com o facto dela ter desistido, olho para trás, à procura do Victor. O chefe dos guardiões encontra-se a alguns metros de mim, com a Francesca no seu encalço. Ambos iniciam uma luta violenta, cercados por tantos outros grupos que fazem o mesmo. Deixo o guardião com a ruiva, seguindo atrás da Andreza.

  A meio da minha corrida um clarão atravessa o ar e segundos depois ouve-se o ribombar alto de um trovão. Só aí percebo que o sol que estava presente no céu há minutos atrás desapareceu, dando lugar a nuvens negras. 

  Obviamente mais alheia às condições climatéricas está a Andreza. A rapariga encontra-se embrenhada numa zona ainda mais escura da floresta, de olhos fechados. Parece bastante concentrada em algo. Os seus ombros elevam-se e o seu peito contrai-se. Está a respirar fundo. Logo de seguida, os seus braços esticam para a frente e as suas palmas das mãos ficam apoiadas à frente do seu corpo. Segundos depois, uma grande oval começa a crescer. 

  É um portal. Cá está a confirmação que me faltava de que foi nela que o Victor usou o meu ADN e o do Cameron.

  Já criei vários portais, mas visto de fora é ainda mais fascinante. A forma como as suas cores brilham e as suas formas ondulam no ar é fascinante. Sinto-me quase hipnotizada pela sua aura.

The Guardian - The World We Belong (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora