Dançarina do ventre (Finalizada)

{Capítulo 86}

*Fernando on*

-Acordei bem cedo pra ir trabalhar, estava com uma sensação ruim, parecia que ia acontecer alguma coisa, mas pode ser só ansiedade para a viajem de amanhã ou tristeza por ter que deixar minha mulher e meus filhos. Fiquei um tempo observando a Maiara dormir e levantei, fiz minhas higienes, me vesti e dei um beijo na Maiara-

Mai: Já está indo?

Fer: Sim. Fica bem, qualquer coisa me liga

Mai: Você também. Amo você

Fer: Eu te amo muito mais -Dei mais um beijo nela e fui para o quarto dos gêmeos, beijei os dois e fui trabalhar-

-Cheguei no aeroporto e a atenção de todos que trabalhavam comigo foi para minha aliança, que brilhava novamente no dedo. Não sei como, mas todos aqui ficaram sabendo da minha separação, acredito que a mesma pessoa que inventou essa história, saiu espalhando por aí-

Bárbara: Você e a Maiara se acertaram? -Ela pergunta animada-

Fer: Sim, está tudo bem entre nós agora

Bárbara: Eu estou tão feliz! Fiquei bastante preocupada com você

Fer: Deu tudo certo, bom, nem tanto

Bárbara: Por que? Claro que deu, vocês estão juntinhos de novo

Fer: A pessoa que inventou essa história fica ligando e mandando mensagem na Maiara, nós bloqueamos, mas volta com outro número

Bárbara: Caramba, eu espero muito que vocês descubram logo quem é essa pessoa

Fer: Eu sinto que não vai demorar muito

Bárbara: Tomara

Pedro: Bom dia, o dever chama vocês dois, chega de conversinha

Bárbara: Bom dia, estamos indo. Hoje está um dia assim estranho, parece que vai acontecer alguma coisa -Ela fala enquanto caminhamos para o avião-

Fer: Eu acordei sentindo a mesma coisa

Bárbara: Credo, que Deus nos proteja

Fer: Amém... -Recebemos os passageiros e depois preparamos para decolar, aquela agonia só piorava cada vez mais-

-A Bárbara rezava do meu lado, me deixando com mais medo ainda. Começamos a deslizar pela pista, agora não tinha mais jeito, ouvi um barulho alto, provavelmente no motor e nós caímos de uma altura, de mais ou menos dois metros, o impacto não foi tão forte, mas nós quase despencamos de mais de 15 metros, a nossa sorte foi a asa do avião que prendeu na cerca de proteção. Ouvi a gritaria dos passageiros e a Bárbara desmaiou do meu lado-

-Eu não conseguia ter reação alguma, eu só chorava e agradecia por estar vivo. Eu observava eles amarrarem o avião, impedindo que caísse com toda aquela movimentação e pra eles conseguirem entrar em segurança. Aos poucos os passageiros foram saindo, pegaram a Bárbara no colo pois ela não havia acordado e me ajudaram a sair dali também. Não sei por quanto tempo ficamos ali, só sei que tinha vários jornalista, policiais, ambulâncias e alguns familiares já haviam sido informados, e estavam lá. Logo vi minha ruivinha vindo na minha direção, abracei ela com força e nós choramos-

Mai: Eu fiquei com tanto medo

Fer: Está tudo bem, meu amor. Já passou -Eu tentava acalmar ela e me acalmar-

Pedro: Oi Fernando, fico feliz que esteja bem. Graças a Deus todos estão bem, ninguém se machucou

Fer: Fico feliz e aliviado! A Bárbara acordou?

Pedro: Sim, está com a namorada já. As duas estão lá dentro da minha sala

Fer: Certo

Mai: Vamos lá nela?

Fer: Vamos -Fomos para a sala do Pedro- Espero que elas não tenham ido embora-

Mai: Acho que não foram, está uma confusão lá fora. Se eu tivesse vindo no meu carro, não ia ter lugar pra estacionar

Fer: E você veio com quem?

Mai: De táxi, eu não tinha a mínima condição de dirigir

Fer: Eu sinto muito por isso -Beijei a mão dela- As meninas estão lá ainda -As duas estavam abraçadas e a Bárbara ainda chorava bastante- Oi meninas

Mai: Olá -A namorada da Bárbara olhou feio pra Maiara-

Bárbara: Oi gente, você está melhor Fernando?

Fer: Ainda estou um pouco nervoso, mas estou melhor que antes. E você?

Bárbara: Estou aliviada por todos estarem bem, foi horrível, eu pensei que nunca mais íamos voltar

Mai: Acho que todo piloto pensa nisso de primeira, assim que decola. Eles dizem que é o transporte mais seguro que tem, mas só quem tá ali sabe a aflição

Bárbara: Verdade... Você trabalhava aqui né?

Mai: Sim

Pedro: Era pra continuar, mas quis ser a própria patroa -Ele fala entrando na sala-

Mai: Me sinto super feliz em ter saído daqui, não preciso mais ver sua cara e nem aguentar sua arrogância. Me faça o favor de não dirigir a palavra a minha pessoa -Ela saí da sala dele e eu acompanho ela. Logo vi a Bárbara sair com a namorada-

Bárbara: Primeira pessoa que eu vejo calar a boca do Pedro, ele é um chato mesmo

Mai: Olha, eu quero aproveitar o momento e te pedir desculpas. Eu fui muito injusta com você, te acusei de algo que você não fez, ofendi você e por pouco quase não saímos no tapa por nada

Bárbara: Tudo bem, eu também não sei o que faria se recebesse algo assim. Cada um tem sua maneira de agir, não é?

Mai: Sim...

Bárbara: Mas passou, vocês estão bem e é isso que importa -Ela abraça a Maiara e ela demora pra reagir, mas retribui-

Pedro: Fernando e Bárbara, vocês estão liberados, vão descansar depois desse susto

Bárbara: Agradeço muito

Fer: Obrigado por isso

Mai: Não fez mais que a obrigação -Ela me puxa antes que ele responda-

Bárbara: Você é doidinha, Maiara

Mai: Eu só não confio nele e se eu fosse vocês também não confiava -Despedimos das meninas e nós fomos pra casa, eu observava ela dirigir e ficava me perguntando o porquê dessa cisma com o Pedro-

Fer: Amor, por que você odeia tanto o Pedro? Sei que vocês já brigaram feio, mas sinto que não é só isso

Mai: Eu sinto que ele não é confiável, desde quando nós começamos a ficar mais próximos ele se transformou

Fer: Entendo. Eu tô louco pra abraçar a Laura e o Ravi bem forte, até esse nervosismo e esse pensamento de que eu nunca mais poderia ver vocês sumir

Mai: Já estamos chegando. Nós vamos viver muitos e muitos anos juntos ainda

Fer: Tenho muita fé nisso -Chegamos em casa e meus pequenos estavam sentadinhos assistindo mundo Bita- Oi meus bebezinhos

Ravi: Papai -Ele vem correndo e eu sento no chão para abraçar ele. A Laura estava tão concentrada que não me viu-

Mai: Laura, o papai chegou -A Maiara senta na frente dela-

Laura: Papai? -Ela começa a me procurar com o olhar, até que me encontra e vem correndo, e gritando- Papaiiiiii

-A Maiara se juntou ao nosso abraço e agora sim eu estava bem. Eu estava completo agora, aliviado e muito, mas muito feliz por não ter acontecido nada, nem comigo e nem com ninguém. É incrível como esses três são capaz de me dar tanta paz e força-

UM CAPÍTULO BEM GATILHO🥺
Já estava planejado desde quando comecei a escrever o livro, então não teve jeito de mudar...

Comentem bastante e não esqueçam da estrelinha