capítulo 4

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— Barb, encosta! — Nancy pediu, encostada na lateral do banco do motorista. Eu estava atrás, meio impaciente, mas não conseguia tirar os olhos da cena.

— O quê? — Barb perguntou, confusa, olhando para Nancy.

— Encosta! — Nancy insistiu, e Barb parou o carro embaixo de uma árvore.

— O que estamos fazendo aqui? — Barb desligou o carro e deu uma olhada para Nancy. Eu a vi bufar, claramente chateada por estar ali. — A casa dele fica a três quadras daqui!

— Não podemos parar na frente! — Nancy respondeu, como se isso fosse óbvio.

— Você está falando sério? — Barb perguntou, incrédula.

— Os vizinhos veriam! — Nancy explicou, como se fosse uma razão suficiente.

— Eu acho que eu e Barb deveríamos te deixar aqui e ir tomar um sorvete — Falo sem paciência e com os braços cruzados. Não acredito que eu topei vir aqui.

— Eu também acho — Barb concordou, olhando para mim pelo retrovisor.

— Vamos, por favor! — Nancy pediu, sorrindo para nós. — Vocês prometeram que iriam. Vamos nos divertir!

— Nance você sabe o que ele quer de você. — Digo e olho para ela com um olhar diferente que ela tinha entendido.

— Não, ele não quer isso — Nancy sorriu, como se eu estivesse falando besteira.

— Nance, fala sério — Barb disse, séria de novo. — Ele te chamou pra ir na casa dele e os pais não estão em casa.

— Você não é tão burra assim — Eu disse, me aproximando delas.

— Tommy H e Carol vão estar lá — Nancy explicou.

— Ah, Tommy H e Carol transam desde a sétima série —Eu falei, franzindo a testa. — Vai ser uma festa louca. — Eu falei mais baixo, mas as duas ouviram.

— Que nojo! — Nancy exclamou, fazendo uma careta, e Barb concordou.

— Falo sério! — Eu tentei me defender, mas então encostei o banco e olhei pela janela, e vejo uma árvore, a mesma árvore que eu e Steve costumávamos subir, acabo me lembrando de quando ele caiu e teve que colocar pontos no queixo. Soltei uma risadinha, mas logo voltei à realidade. Certo, Steve babaca.

Vi Nancy trocando de camiseta, e Barb disse:

— Isso é um sutiã novo? — Barb debochou, e Nancy respondeu com um "não", mas era claro que era mentira.

— Meu Deus! — Eu ri e abri a porta do carro. As três fomos em direção à casa de Steve.

Quando chegamos à porta, Nancy apertou a campainha. Olhando para a casa, percebi que nada havia mudado. Uma saudade apertou meu peito; sentia falta das noites que passei ali com Steve.

Nancy percebeu que Barb estava nervosa e disse:

— Barb, relaxa.

— Estou relaxada! — Barb respondeu, mas seu tom dizia o contrário.

Eu também estava um pouco nervosa, mas não queria mostrar. Logo, Steve abriu a porta e já conseguimos ouvir a música alta vindo de dentro. Primeiro, ele olhou para Nancy, depois para mim e, por último, para Barb.

— Olá, garotas! — Steve disse, com um sorriso, e nos convidou para entrar.

O grupo de adolescentes estava do lado de fora da casa de Steve, perto da piscina. Eu tinha tantas lembranças desse lugar com Steve, de quem chegava primeiro, de quem conseguia fazer um mortal perfeito, só brincadeiras bobas de crianças.

YOURS, steve harrington.Onde histórias criam vida. Descubra agora