capítulo 13

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Entramos na loja de armas, e a primeira coisa que vejo é um cartaz enorme escrito "Promoção de Artigos Militares - 30% de Desconto". Jonathan foi direto para as armadilhas de urso, enquanto Nancy estava testando uns machados, verificando o peso deles. Eu, por outro lado, me aproximei de umas armadilhas de urso que logo chamaram minha atenção. Olhei para os dois e acenei com a cabeça, e em poucos segundos eles já estavam ao meu lado, concordando com a escolha.

Fomos até o caixa com nosso "kit sobrevivência": um tanque de gás inflamável, fluido de isqueiro, machados, lanternas, a armadilha de urso que eu tinha achado e até parafusos gigantes. O homem do caixa nos olhou com uma expressão estranha, tipo curioso e debochado ao mesmo tempo.

— Quero quatro caixas de balas. 38. — Jonathan disse, e o cara foi pegar as balas sem questionar.

Mas quando ele voltou, a curiosidade falou mais alto:

— O que vocês vão fazer com tudo isso? — perguntou, realmente intrigado. E, olha, até eu estava me perguntando como um tanque de gás inflamável ia ajudar a gente.

Nós trocamos olhares, tentando disfarçar, até que Nancy, sempre calma, respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo:

— Vamos caçar um monstro.

O cara apenas deu de ombros, sem questionar, e nos cobrou. Pagamos e saímos da loja, carregados de equipamentos.

— "Caçar um monstro"? — repeti as palavras de Nancy, rindo, e Jonathan logo me acompanhou, também rindo.

Nancy desviou o assunto, como se aquilo fosse apenas mais um dia normal:

— Semana passada... eu estava comprando uma blusa nova que o Steve ia gostar. Eu e Barb passamos o fim de semana todo escolhendo.

— E eu não gostei de nenhuma! — brinquei, lembrando da vez que fui com elas, e ela revirou os olhos, mas riu.

— Parecia ser coisa de vida ou morte, sabe? Mas agora... — ela parou por um segundo, refletindo.

— Tá comprando armadilhas de urso com Jonathan Byers e Helena Henderson. — Completei, rindo.

— Eu ficaria lisonjeada! — Acrescentei, enquanto guardávamos tudo no porta-malas do carro de Jonathan.

Rimos juntos, mas a leveza daquele momento durou pouco. De repente, um carro buzinou, e alguém chamou por Nancy.

— Ei, Nancy, mal posso esperar pra ver o seu filme! — Um cara da escola gritou do carro, e eu reconheci de longe. Mas... filme? Que história é essa?

Jonathan, já sem paciência, franziu o cenho:

— Que diabos foi isso?

— Não sei... — Nancy começou, mas logo parou, e uma expressão séria tomou conta do rosto dela. Sem dizer nada, ela se virou e começou a andar rápido. Eu a segui, sem entender, até que vi do que se tratava.

Bem no cinema da cidade, onde costumavam exibir os títulos dos filmes em cartaz, estava escrito em letras garrafais: "Estrelando Nancy, a Vadia Wheeler". Meu coração afundou na hora, e uma onda de raiva tomou conta de mim. Quem faria isso com ela?

Sem pensar duas vezes, abracei Nancy de lado, tentando oferecer algum conforto.

— Nance... — comecei a falar, mas fomos interrompidas por vozes que vinham de um beco próximo. Jonathan também estava logo atrás de nós, e todos nós seguimos o som.

Claro, lá estavam eles. Steve e o seu grupinho de idiotas.

Eu e Nancy começamos a andar na direção deles, e Steve, definitivamente, ia ouvir agora.

YOURS, steve harrington.Onde histórias criam vida. Descubra agora