Barreira

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Assim que eu ouço, tento ir o mais rápido possível na direção do barulho e não demora muito para mim encontrar, Ítalo, deitado no chão.
-Ítalo??? -pergunto desesperadamente
Ele não responde, chacoalho o corpo dele, mas ele não responde, então tento fazer massagem cardíaca.
-1, 2, 3, 4, 5, 6. Não está adiantando.
Não tive escolha e fiz respiração boca a boca e volto a fazer massagem cardíaca.
-1, 2, 3, 4, 5, 6. Aaa!!! Ele não volta, o pulso está fraco demais.
Faço mais uma respiração boca a boca e ele volta muito ofegante.
-Você estava com a boca na minha boca? -pergunta Ítalo em um tom agressivamente.
-Sim, acho que você ainda queria viver. -respondo.
-Cara da próxima não precisa parar de me beijar -diz Ítalo.
-Primeiramente eu não jogo no mesmo time que você e segundo isso foi nescessário para salvar a sua vida -digo em voz alta mas com vergonha - mas me responda uma coisa Ítalo, que diabos aconteceu aqui? -pergunto.
-Não sei muito bem, eu estava andando reto atrás de algum animal para caçar e eu bati em um campo de força e fiquei inconsciente -responde Ítalo.
-Aaa que legal, agora daqui a gente não pode fugir nem se andarmos muito, estamos presos em um globo de neve, que não cai neve, tem apenas mato e o campo de força mata -eu falo.
-É o que parece, e ainda podemos encontrar outras pessoas, se eu encontrei você por que não teria outras? E detalhe, não é todo mundo que é amigável como eu não -diz Ítalo
-Concordo -eu afirmo
Como se não já bastasse, tem isso que o Ítalo disse, mas da próxima vez eu já estou preparado, não vou cair tão fácil de novo, o triste é que a minha perna está ferida por causa do filhote de cruz credo mas até que ele é legal. Volto para o abrigo que montamos em volta do lago e como já estava a noite, eu deito e durmo enquanto o Ítalo fica de escolta, combinamos isso depois dele ter pensado que pode ter mais pessoas aqui.
Amanhece e eu já estava de pé, Ítalo me acordou em alguma hora da madrugada para trocarmos, ele dormia e eu de plantão, sem dar uma cochilada. Acordo a bela adormecida e percebo que ele estava muito quente e com frio, pra ajudar a criança estava com febre.
-Ítalo, você esta com febre!! -chamo ele mas não acorda- Ei ei ei, acorda!!
Ele acorda e levanta, logo em seguida corto um pedaço da pele do alce, molho no lago e coloco na cabeça dele, tentando esfriar já que naquele matagal não tinha remédio, pode ser que até tinha algumas plantas que melhorassem mas eu não sou nenhum agricultor e deixei lá. Depois de um tempinho, secando e molhando, secando e molhando, ele começa a sentir calor. Deixo ele descansar e saio para achar alguma comida, ficar um dia sem comer não é fácil para ninguém.
Começo a andar para o norte do lago, acho umas frutinhas e como um monte sem se quer examinar. Pego umas e coloco na camisa e volto para o abrigo mas a minha visão começa a ficar borrada, a cabeça começa a pesar e quando eu fecho os olhos...

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