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Aplausos.

Tudo o que ela conseguia escutar naquele momento. Alguém havia subido no palco, e pelo jeito agradecia algum prêmio, mas ela não conseguia se concentrar, estava exausta e nada parecia fazer sentido.

Estava sentada e sentia que a qualquer momento poderia apagar e não acordar novamente. Sua respiração parecia pesada e falhava, a cabeça girava e ela apenas esperava que tudo isso acabasse logo e ela pudesse ir embora. A visão ficando turva e a horrível sensação de que iria desmaiar se fazia presente. Ansiava por ir embora. Permanecer ali já não era mais uma opção. Apoiou seu rosto em suas mãos e tentava recuperar sua respiração, mas parecia falhar miseravelmente.

— Você está bem? — sentiu um delicado toque em seu ombro, fazendo com que ela voltasse seu olhar uma para a jovem de cabelos castanhos claros.

Seu olhar já havia sido a melhor resposta para a menina que sentiu um certo desespero ao observa-lá. Nele a jovem conseguiu enxergar o abismo que consumia a cantora. Parecia tão fraca, tão indefesa, sentia como se fosse covardia não ajudá-la. Viu a mesma negar com a cabeça, junto ao seu olhar que pedia socorro implorando por ajuda.

— Onde estão seu manegers? — questionou preocupada.

— Não estão por aqui. — respondeu com a voz falha.

— Eu vou te levar ao banheiro, vamos. — disse ao perceber o rápido intervalo comercial, deixando seus pertences sobre a cadeira saindo apenas com o celular em mãos, caso precisasse chamar a emergência ou coisa do tipo.

As duas saíram de forma rápida da multidão entrando no primeiro banheiro para deficientes que encontraram no meio do complicado percurso. A castanha abriu a porta com agilidade puxando a menina para dentro. Agarrada em sua fina cintura a moça fez com que ela se sentasse para poder ajustar sua respiração que parecia falhar. O local estava limpo e higienizado, provavelmente não havia sido utilizado ainda. A garota posicionou seu delicado corpo no canto do banheiro longe da pia e da privada, enquanto a menina procurava o contato de sua agente o mais rápido possível.

— Você toma algum remédio controlado? — viu a mesma concordar. — Sabe me dizer qual?

O silêncio se instaurou e apenas a espaçada respiração da menina que a encarava o fundo de seus olhos, fazendo a jovem a sua frente perceber ainda mais o abismo neles. Um arrepio lhe correu a espinha, e um medo repentino a perturbou. Assim que ameaçou responder a questão proposta, a primeira lágrima se fez presente escapando de seus olhos e fazendo seu rastro pelo delicado rosto da moça que tinha dificuldades de respirar. Preocupada, a garota de pé se quer sabia o que fazer para ajudar, ficando ainda mais desesperada.

— Chama... minha manager... — tentava dizer com a respiração falha e os olhos vermelhos por segurar as lágrimas.

Lhe ofereceu o celular com a parte de ligação já aberta, sentido sua mão tremer ao segurar o aparelho e tentar digitar o número desejado e efetuar a ligação. Logo a chamada foi iniciada e depois de cinco toques foi atendida, agradecendo aos deuses por ter tirado o celular da moça do não perturbe.

Alô? Com quem eu falo?

Tzuyu-ah... me ajuda... — mais uma vez sua respiração a deixara na mão fazendo com que houvesse problemas para conversar.

Meus Deus?! Onde você está!? — perguntara entrando em quase desespero do outro lado da ligação. — Passa a localização, agora!

A menina via o que acontecia sem saber exatamente o que fazer, e em um movimento rápido apenas se abaixou abraçando a menina de lado enquanto ela tentava recuperar sua respiração tranquilizada. Estava desesperada, mas ouviu uma batida na porta indo abrir a mesma de uma forma rápida vendo uma mulher alta entrar no local. A jovem deu uma pequena olhada para o lado de fora percebendo que o corredor estava vazio e o evento parecia ter voltado da pausa.

purple • sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora