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— Sannie! Não precisava. — resmungou coçando os olhos.
— Você é a pessoa mais importante hoje! — sorria. — Eu quero no mínimo te fazer um agrado.
De longe via uma garota de cabelos em um tom loiro com um um enorme moletom que cobria quase todo seu corpo. Adorável. Sana conseguia ser a pessoa mais adorável do mundo. Todas as manhas a voz rouca e falha da garota deixavam Jihyo encantada sobre o quanto a mesma conseguia ser perfeita. A japonesa se aproximava da cama onde a cantora estava deitada com uma bandeja com frutas e ovos bacon, e ao lado da cama na pequena cômoda já haviam dois copos de suco.
— Céus! Que graça. — observou a mesma por uma pequena vela listrada em um pequeno cupcake.
Sana sorriu, estava feliz em ver a garota feliz. Lidar com as recaídas que Jihyo tinha por conta da sua depressão e ansiedade não estava sendo algo fácil e a dificuldade de controlar tais situações estava se transformando em uma tarefa cada vez mais árdua. Mas hoje era o aniversário dela, hoje era o dia em que ela não queria que a coreana não se preocupasse com o mundo ou com a sua carreira. Sana queria passar aquele dia inteiro ao seu lado, fazendo absolutamente nada, além de ouvir a doce voz da jovem quando se empolgava ao falar de assuntos que gosta.
— Desculpe por ontem. — dizia sentando na cama.
— Está tudo bem, eu não tive controle do que estava acontecendo. — suspirou. — Sequer sabia que minhas crises poderiam chegar a aquele nível... Você só queria me ajudar, mas não soube como... É normal, as pessoas não nascem prontas para lidar com isso. — sorriu deixando um carinho no rosto da japonesa que se aconchegava na doce carícia dada à ela. — Eu estou acostumada com isso já. Não conseguir resolver um problema, que nem eu consigo resolver, não é uma tarefa simples. Apenas não se culpe por algo que não tinha controle.
A crise da noite passada havia deixando as duas garotas acordadas por muitas horas durante a madrugada. O estado de Jihye havia piorado, ela teve uma estranha recaída, e mais uma vez a Park estava longe e sem saber como lidar com tudo aquilo. Sorte dela que Sana estava ali. A garota ficou preocupada por não conseguir ajudar sua companheira, prometendo a si mesma que faria aquele um bom aniversário para Jihyo.
— Feliz aniversário, meu amor. — segurou o delicado rosto da Park entre as mãos vendo a mesma sorrir, deixando um leve selar em seus lábios, sorrindo junto a mesma. — Eu te amo.
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— Por que está se abrindo nesse nível justo agora? — Tiffany questionara. — Está na melhor época de sua carreira, e, inclusive, está de férias aqui pelos EUA.
— Bem... — suspirou olhando para suas amigas a procura de incentivo, encontrando o mesmo em olhares preocupados, porém orgulhosos pela coragem dela. — Não é algo fácil. Sana foi embora, e diferente de outros momentos que nos acusamos de fugir uma da outra, isso agora é um fato. Estou a falar tudo isso por querer me livrar de um peso, afinal estava cansada de mentir que todas as músicas que eu escrevi não eram sobre Minatozaki Sana. — secou uma teimosa lágrima. — Quando na verdade tudo era sobre ela. Esse álbum é uma total carta aberta sobre ela, sobre o quanto aquele relacionamento me fez bem. Eu sentia que tudo era lindo e que eu estava nas nuvens, onde tudo era tão doce quanto açúcar.
— Por que o nome "Purple"?
— O roxo vem da delicada mistura de com vermelho e azul. Estávamos vivendo em uma realidade onde eu era a cor azul; uma pessoa tranquila e muito reservada, e ela simplesmente invadiu meu coração com seus melhores tons de vermelho; com paixão e muita energia. — sorriu. — As músicas são diretas, todas com um significado, e o nome do álbum vem por essa associação que nós duas fizemos em uma noite de filmes. Nossa história começou de uma forma muito rápida e intensa, porém verdadeira, ficamos cerca de um ano juntas, mas assim como tudo se iniciou, tudo se acabou da mesma forma. As empresas descobriram por conta de um deslize nosso, e nos obrigaram a nos separar, algo que eu sem dúvidas lutei contra até o final. Mas não deu muito certo. A antiga empresa dela era bem rígida e obrigaram-na a parar com isso, e ai veio o estopim de tudo.
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— Senhorita Minatozaki, não pode colocar sua carreira toda em risco por conta de um relacionamento...
— Homoafetivo, Jeremy!? — gritava contra seu assessor. — Fazem anos que eu estou nesta empresa, e todos os relacionamentos que eu tive até agora não se passaram de fã service! Não vai ser agora, no instante em que me encontro no melhor momento da minha vida, sendo feliz com uma mulher que eu amo, que você ou essa empresa de merda vão me proibir!
— Sana você tem um contrato...
— FODA-SE O CONTRATO! EU NÃO LIGO! — gritava. — A data dele está chegando ao fim, e se você acha que eu irei reassina-lo está muito errado.
— Não será tão simples quanto pensa. — dizia. — A maior parte dos seus trabalhos estão no nome da empresa.
— Já pensei em tudo, garanto-lhe. — suspirou encarando o homem, que aprecia estar perdendo a paciência. — Farei tudo o que a empresa quiser por agora, mas a partir do momento em que eu não fizer mais parte desse buraco que eles chamam da família, eu vou atrás de pessoas que realmente se importam com meu trabalho e talento.
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Em sua casa, Sana prestava atenção em cada mínimo detalhe dito por Jihyo na entrevista. Sabia que ela havia sido a culpada pelo que a cantora havia passado. Encarando a tevê reparando nas expressões feitas por Tiffany, que entrevistava a cantora curiosamente, por não saber o que se passava com sua amiga.
Na sala junto à ela, Momo, Mina e Chaeyoung surtavam ao assistir o programa. O relacionamento das jovens havia sido bem discreto, poucos sabiam o que de fato acontecia com elas, onde até mesmo as amigas mais próximas do casal não sabiam a paz e o caos interno da relação.
E sem perceber, a ardente lágrima salgada marcou o rosto entristecido da japonesa. Não sabia mais o que fazer, sabia que não havia outra escolha, e graças ao tumulto causado pelo CEO de sua antiga empresa e o e-mail recebido, ir embora era muito mais fácil.
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— Gosto de pensar em como poderia ter sido nossa despedida... Provavelmente a maior choradeira, afinal ao lado dela eu me tornava o ser mais sensível do mundo. — sentiu seu olhar embaçar e seus olhos cristalizarem por conta das insistentes lágrimas. — Queria muito encontra-lá e perguntar o que eu fiz de errado. De verdade, o que deu errado...
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purple • sahyo
Fanfictiononde Jihyo estava cansada de esconder que suas músicas eram sobre Sana sahyo short fic