Três

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Até que o mês passou rápido, nada de estava acontecendo, todos os dias eu acordava e ia para aquele inferno que era minha escola, não a escola em si mas os alunos e professores.

No começo do ano até me lembro de ter brigado com a coordenadora pelo motivo que ela falou que eu era satânico por ser ateu, eu xinguei ela de tudo, ela me xingou e ainda tentou tirar o demônio do meu corpo. Como se isso fosse possível, acho que não tem como isso ser possível. Outra coordenadora queria que eu fosse para a igreja com ela, conhecer uma namorada. NAMORADA? Eu estava totalmente atordoado pelo motivo de não saber certamente o motivo pra não gostar mais de mulheres, ou simplesmente broxar.

SEGUNDA-FEIRA

Levantei-me mais cedo do que de costume, minha mãe já estava indo para a faculdade dar aula, ela saiu e a primeira coisa que eu fiz foi acender um cigarro, ainda faltava duas horas para eu ir ao colégio, hoje a aula começava mais tarde. Estava de boa. Entrei em meu quarto com o cigarro aceso e abri o notebook, estava lá novamente o convite daquele garoto, o tal de Anderson. Já estava enjoando dele então fui até o perfil dele e antes de bloquear olhei sua capa, estava ele e um garoto, os dois estavam abraçados comemorando, pareciam muito. Deveriam ser irmãos ou coisa do tipo, o garoto era muito mais bonito que Anderson e eu simplesmente achei que era mais um idiota por ai, cliquei na capa e a opção de curtir estava ativa, apenas cliquei em curtir e fechei o meu notebook.

Tomei um banho bem gelado, peguei meu celular, meus fones de ouvidos e coloquei em cima da cama, ainda estava totalmente nú dentro do meu quarto, coloquei uma cueca e procurei uma calça, queria uma calça diferente, uma jeans preta foi a melhor escolha que eu fiz. Não estava com saco para usar uniforme então peguei um camiseta preta e vesti, um colete por cima, sinceramente eu estava lindo.

Meu celular apitou e eu assustei quando terminei de ler a seguinte mensagem:

"Você vai morrer, hoje"

Assustei muito com a mensagem, eu morrer, meu Deus, eu estava indo para a escola, tudo bem que eu não sou uma pessoa boa mas também morrer para que. Fiquei desesperado e histérico. Daniel sempre me encontrou como de costume e eu mostrei para ele a mensagem, ele ficou muito mais puto do que eu, estava louco e queria saber quem era.

— Não se preocupara cara. — começou a falar. — Vamos pegar esse idiota hoje na hora da saída o Everton e o Douglas vão ajudar se necessário. — Everton era um garoto lindo ao meu ver, até que tinha um corpo legal, o único problema dele era que ele era mais chato que eu. Douglas era um garoto loiro e bem magro, o pessoal falava que ele era bem louco e sempre entrava em brigas atoa apenas para ficar com um mérito de salvador da pátria.

Chegamos na escola e tudo estava normal, Daniel não saiu um minuto do meu pé, até nem dei muita atenção para as duas amigas, estava preocupado, um garoto tinha me ameaçado uma vez e hoje ele me olhava com uma cara de raiva. Seu nome era Christian, só podia ser ele. Contei tudo para Daniel que espalhou para a molecagem, no recreio mesmo eu já estava com medo, muito medo que até fiquei pensando como seria a briga, fazia tempo que não brigava.

Na saída Christian me procurou e veio com tudo, me deu um soco na boca e falou:

— Isso é pra você aprender a nunca mais ficar dando em cima da garota dos outros. — eu levantei com tudo e fui para cima, Daniel me segurou e quando eu vi lá estava Everton chegando por trás e dando uma gravata em Christian que caiu no chão e ficou imóvel.

— Isso é pra você aprender a nunca mais ameaçar meu novo amigo. — disse Everton.

Na hora que tudo estava acontecendo uma moto linda e muito bem cara passou pela rua, em cima dela estava um cara sem camisa, calça saruel e tênis foda, ele passou rapidamente na frente do colégio, eu só prestei atenção mesmo por causa da moto e não do corpo bombado.

A diretora do colégio apareceu bem na hora da briga em que Christian estava se levantando para avançar em Everton, ela estava com os dois seguranças da escola que logo segurou os garotos. O que eu achava engraçado da diretora era que ela era loira, usava óculos e tinha uma cara de danadinha.

— Todos para a diretoria. Agora! — ela pôs ordem na bagunça. — E vocês, daqui a pouco começa a o turno da tarde, quero todos em casa ou todos estudando!

O pessoal escutava bem até ela, foram todos embora e nós fomos para a diretoria. No meio do caminho os seguranças soltaram Christian que deu um pulo nas minhas costas e tudo ficou escuro.

Refúgio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora