Cinco

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Eu estava com meu coração batendo fortemente, nunca em toda a minha vida eu tinha visto um cara tão lindo, "Espera, lindo? Que bosta está acontecendo comigo?" ele parou os socos de Christian e já tinha derrubado o garoto. Olhou para mim e fiquei vermelho e assustado.

– Isso é pra nunca mais tentar agredir alguém. – deu um soco em Christian e o mesmo ficou caído.

Christian já era de maior, levantou e todos estavam dando risada da cara dele, saiu andando como se nada tivesse acontecido e quando estava na esquina gritou:

– Filha da puta!

Everton e os garotos estavam assustados, nunca viram o cara. Julia e Estefany estavam de longe olhando, elas iam entrar na briga porque tinha três garotas querendo entrar, então a briga ia ser igualada, de um lado três meninas e de outro lado duas meninas.

– Você esta bem? – perguntou o cara que eu nunca tinha visto, não pessoalmente.

– Estou, eu... eu... eu preciso ir embora! – gritei e fui saindo do lugar.

– Espera! – ele gritou e foi indo atrás de mim até do outro lado da rua na mesma direção de Christian. Ele me segurou pelos braços e eu senti algo que nunca tinha sentido, um toque perfeito, passou uma energia para meu corpo que nunca tinha sentido.

– O que foi cara?

– Olha para os lados, olha quem está lá do longe te esperando. – apontou com o dedo para Christian que estava mesmo lá parado bem distante e parecia estar me olhando.

– Verdade, vou por outro caminho.

– Eu te levo. – respondeu.

– Eu tenho duas pernas para andar. – fui grosseiro.

– Eu já disse que te levo embora.

– Eu não te conheço mano, perdeu o medo do perigo. Olha para trás. – apontei com o dedo.

O cara olhou para trás e viu a uns dez metros de distância Everton, Douglas, Daniel. Julia e Estefany. Todos estavam parados olhando para ele com uma cara de quem iria morrer.

– O que que tem lá atrás? – perguntou. – Só vejo cinco idiotas achando que vou te devorar.

– Isso mesmo, vai que você é um assassino? – falei meio com medo.

– Não se preocupe cara, eu não sou assassino. – falou isso e depois deu uma risada.

Ignorei e fui andando, estava com uma cara séria mas no fundo estava gostando, ele era lindo. Ele me tocou novamente.

– Meu nome é Lucas.

– Legal fera, eu não perguntei. – dei risada da cara dele e fechei os olhos por uns três segundos até que ele me soltou. Abri os olhos e me continuei andando, estava de costas pra ele.

Lucas me segurou por trás e falou:

– Vem comigo? Eu te levo e prometo que não sou um assassino.

Abri os olhos e virei com tudo para ele e aceitei. Olhei para meus amigos, estavam loucos querendo quebrar a cara de Lucas. Acenei com a mão direita dizendo que estava tudo bem. Logo todos os meus amigos sumiram.

Ele estava de carro, um carro preto rebaixado, nem sabia o nome mas pela aparência parecia ser bem caro. Entrei no carro quando ele abriu a porta do passageiro para mim. Sentei-me e quando ele foi fechar eu fui mais rápido e fechei só de raiva. Ele olhou com uma cara de confuso e prosseguiu para o outro lado até chegar na porta. Eu estava adorando isso tudo, ele abriu a porta e entrou no carro, ligou o carro e foi me levando. Resolvi fumar um cigarro, estava estressado com tudo o que aconteceu, abri minha mochila, tirei a carteira de cigarro e o isqueiro, acendi dentro do carro mesmo e abri o vidro. Ele parecia não perceber até que soltei o segundo trago do cigarro e foi na cara dele. Ele tirou uma das mãos do volante e pegou o cigarro da minha boca, apagou na mão mesmo e colocou dentro do porta-luvas, estava limpinho.

Fiquei irritado na hora.

– PORQUE FEZ ISSO FILHA DA PUTA? – gritei no carro e só percebi depois.

– Fumar não é legal. Fumar é feio. –ele falou calmamente sem tirar os olhos da estrada.

– Eu estou fumando com seu dinheiro merda? O pulmão é seu?

– Não e não. Só não vai fumar perto de mim, não gosto.

– Cara, não é pelo motivo de ter salvado minha vida de levar uns esporros hoje que eu vou ficar aceitando isso. Para o carro agora! – Ordenei. – Você nem sabe onde é a minha casa.

– Não importa, só não vai fumar. – falou. – Onde é a sua casa?

– Quinze quadras para frente. – menti, estava gostando disso. – segue reto.

– Eita, você mora longe nas tudo bem, vamos lá então.

Passamos pela minha casa e eu olhei e dei uma risadinha, fomos andando, dez quadras para frente eu falei:

– Espera, espera, eu menti, ficou para trás. – debochei da cara dele.

– Que graça. – ele parou o carro, parece que nunca se estressava, estava calmo ainda. – Me diga logo onde é sua casa.

– Dez quadras para trás. – falei.

Ele ligou o carro novamente e deu a volta com o carro até a outra rua da avenida, eu morava em uma avenida movimentada.

– Dez quadras, qual é a sua casa? – perguntou. – Sem gracinha desta vez.

– Essa vermelha aqui.

Ele parou em frente da minha casa e olhou. Estava tudo calmo, minha mãe ainda não tinha chegado do serviço.

– Tchau! – desci do carro e fui abrindo o portão, desta vez o controle do portão elétrico não me ajudava.

Escutei um barulho de portas fechando e sinto um calor de uma respiração atrás de mim.

– Precisa de ajuda? Não vai me convidar para entrar?  – perguntou e tirou o controle das minhas mãos tremulas e clicou no botão, o portão abriu.

– Não te conheço velho, só sei seu nome. Vai que você é um assassino?

– Já disse que não sou. – deu risada novamente.

– Outro dia te convido. – entrei para dentro e fechei o portão, fiquei parado atrás do mesmo.

Ele deu uma risadinha e escutei um sussurro bem baixo:

– Que anjinho. – ele entrou no carro e foi embora.

Entrei dentro de casa e fui direto tirando minhas roupas, fui para meu banheiro e tomei um banho bem demorado. Fora o dia mais perfeito da minha vida.

Refúgio (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora