00:00

32 9 9
                                    

 A porta fechou atrás de mim, então eu engoli em seco.

— Eric?

— Estou aqui. — Sua voz preencheu o lugar. Suas mãos tocaram a minha. Eu podia sentir seu corpo atrás de mim, alto e forte, então não temi a escuridão.

— Cadê todo mundo? Se isso for uma pegadinha, não tem a menor graça. Você sabe que eu não gosto de escuro...

— Não é. Foi a forma mais patética que eu encontrei de dizer a verdade, na verdade.

Fiquei em silêncio sem saber o que dizer.

— A verdade...?

Ouvi ele suspirar, seus dedos se entrelaçaram com os meus e então ele disse:

— Eu sou péssimo em ser o príncipe, porque estou acostumado demais em ser o seu vilão. Nós somos assim, você é minha princesa e eu sou o vilão. Mesmo que eu saiba que você é a que manda, a que tem o meu coração na mão e pode quebrá-lo a qualquer momento. Não me importo com esse fato, porque depois de todo esse tempo, eu percebi que o nosso eu te odeio virou o nosso eu te amo. Todo mundo pode achar nossa história precipitada e nem sequer vão entender, mas princesa, eu conheço você tão bem que a única forma de provar isso é sendo do jeito que somos e nada mais que isso. Então eu tenho uma pergunta...

Sem fôlego, vi as luzes se acenderem e na nossa frente nossos amigos seguravam cartolinas.

"Princesa, quer ser a vilã da minha história?"

Meus olhos se encheram de lágrimas. Olhei para o lado, Eric estava parado me olhando. A bermuda ainda pingava, alguns de nosso amigos pediam para eu beijá-lo, mas eu só consegui assentir com a cabeça e quando consegui falar as únicas palavras que saíram foram:

—Eu vou odiar você para todo sempre.

Eu te odeio para todo sempre! (Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora