Another Monday

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A tristeza lhe batia, tão ardentemente quanto um tapa. Seu próprio peito parecia gritar, tentando avisar que não havia espaço para toda aquela tristeza e Ronald se sentia prestes a explodir de emoções; o quarto era abafado e escuro enquanto suas bochechas estavam tão quentes como se tivessem sido esbofeteadas por algum lutador muito bem qualificado, o choro era constante e não havia nada que o fizesse parar.

Cada minuto, cada memória feliz ao lado daquele que, há apenas algumas horas atrás, havia o feito largar tudo para ter com ele. Rony não só terminou seu namoro com Hermione, mas também se pôs em risco dentro de sua família e amigos, disposto a enfrentar tudo e todos por apenas mais um pouco de Blaise, mas, Rony já não poderia ter certeza de mais nada. Ele tinha raiva, raiva de sí mesmo, mágoa de ter ouvido seu coração ao invés de sua razão, arrependido até o último fio de cabelo ruivo que enfeitava sua cabeça.
Tinha vontade de gritar, vontade de quebrar todos seus objetos e bater em Blaise, mas, entretanto, Rony não era aquilo; nunca seria capaz de bater em Blaise, nem que fosse para descontar toda a sua raiva daquela maldita enganação que havia caído! Um golpe cruel que mexeu com seu coração e com seus amigos, tudo ao mesmo tempo. Não era só o fato de ter sido enganado, mas o fato de que tentariam enganar Hermione também.

Ron começou a se questionar; ele era tão desinteressante que precisavam de uma aposta pra querer ficar com ele? Ele se sentia em um maldito filme clichê adolescente, só que, nesse filme, o final não seria feliz. A vida real, como o próprio Zabini falava, não é feliz.
Hermione e Harry batiam na porta do quarto sem parar e o chamavam parecebdi aflitos, Ron se levantou e parou de frente para a porta.

- Rony, por favor, abre a porta - pediu Hermione - o Harry me...me contou o que houve, Rony, me desculpe, me sinto culpada por isso-

Ron abriu a porta e os amigos recuaram levemente, Harry tinha as sobrancelhas franzidas em tristeza e Hermione tinha os lábios trêmulos e olhos marejados, Ron balançou a cabeça negativamente e abriu e fechou a boca várias vezes, sua voz se recusava a sair e ele sentia o peito doer.

- eu só...- balbuciou e soluçou em seguida- eu quero ir embora- conseguiu balbuciar antes de começar a chorar copiosamente. Os amigos o abraçaram e Hermione passava a mão em seu rosto tentando secar as lágrimas que caíam sem parar.

Eles ficaram ali, de pé e abraçados por longos minutos até Harry olhar para o amigo e eles se separaram do abraço.

- Ron, volta com a gente- pediu Harry e Ron soluçou.

- não posso- murmurou chateado e Hermione balançou a cabeça.

- pode sim! Revesa entre ficar na casa do Harry e na minha- sugeriu- sua matrícula ainda deve estar aberta e meu pai não se importaria de te colocar novamente nas aulas, meu pai é o vice diretor, lembra?-

- eu...eu não sei...- Rony suspirou e virou a cabeça, estava olhando para o chão. O que ainda o prendia ali? Seus pais que iam enlouquecer se soubessem de sua sexualidade? Gina, que não tinha culpa de nada que aconteceu mas, ainda sim estava ali por ele sempre que ele precisava. Amava sua irmã, mas não podia suportar a dor de voltar para a escola e ser alvo de piadas e chacota.

Ron levantou a cabeça e concordou. Hermione sorriu e voltou a abraçar o amigo, Harry respirou fundo e os abraçou também,  deitando sua cabeça na de Hermione. Eles ficaram em silêncio enquanto selavam aquele pequeno acordo entre amigos. Seriam fortes juntos.

...

Sua antiga cidade numca lhe pareceu tão solitária e vazia. Seus olhos podiam procurar nas paisagens algo que acalmasse sua alma, mas a dor continuava em seu peito e dava sinais de que não ia passar tão rápido assim.

Achava que a pequena cidadela natal ia ser aconchegante e o fazer se sentir seguro como sempre fizerá, mas o efeito de Blaise Zabini continuava em Rony Weasley. Sua mãe o implorará para que não fosse embora, mas nada poderia fazer Rony recuar de sua decisão; precisava ir embora, queria ir embora e, só assim, talvez, pudesse esquecer a maldita semana que arruinou toda sua vida.
Ele não sabia se ia confiar em alguém de novo, ou se ia aceitar que outra pessoa-homem ou mulher- entrasse em seu coração depois do que aconteceu. A traição não era só de corpo, era de pensamentos e alma, uma má intenção que havia recaído sob seu pobre coração. Antes de Blaise, Rony não tinha a certeza de nada;não sabia sobre sí mesmo a ponto de se questionar sexualmente, nunca havia parado para pensar nessas coisas, mas...agora...que tudo parecia ter mudado, não só em sua mente, mas em seu corpo, ele tinha certeza que: Nunca teria deixado Blaise lhe tocar se soubesse, teria resistido ao máximo àquela pressão em seu sub consciente de reagir aos seus sorrisos e seus beijos.

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