21| First Choice.

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1842 , Início do século XIX

Heathan

Ela vai dar trabalho, muito trabalho. Eu sei que vai por que ela não vai aceitar tão cedo o que eu fiz com ela. Mas como eu poderia resistir a isso?

Observei ela deitada sobre a cama, coberta pelos lençóis brancos de seda. Sua pele pálida, lábios rosados e brilhantes... é como se me chamassem para toma-los para mim. Eu precisava dela aqui, eu não poderia deixa-la nas mãos de outra pessoa, estava predestinado que ela seria minha desde o primeiro momento em que nossos olhares se encontraram.

Me sentei ao seu lado da cama, deslizando minhas mãos pelos seus longos fios ruivos. Sentia o cheiro do seu perfume suave e distante, ele já estava desaparecendo de sua pele.

- Ei... - chamei por ela. - Já chega de dormir... - toquei seu rosto retirando alguns fios de seu cabelo que cobriam seus olhos.

Lentamente sua respiração se tornou branda e ela começou a abrir seus olhos. Me preparei para os seus gritos e empurrões mas me surpreendi quando ela apenas olhou ao redor e permaneceu em silêncio.

- Você está se sentindo bem? - perguntei.

Ela acenou com a cabeça, mas permaneceu em silêncio.

- Não vai me dizer nada? - ergui as sobrancelhas em desaprovação. Eu não esperava essa reação dela.

- E do que vai adiantar eu dizer algo? - ela me respondeu, sem esperanças.

Suspirei.

- Tem razão. - sorrio.

Me deitei ao lado dela na cama, observando-a.

- Do que vai adiantar você fazer isso comigo? O que você tem a ganhar com isso? - ela perguntou já com seus olhos marejados.

- Você. - respondi, levando minhas mãos até sua pele para toca-la, mas ela se afastou do meu toque.

- Você nunca vai me ter, Heathan. Não entende isso?!

Bufei me levantando da cama e suspirando fundo.

- Você não precisa mais me chamar assim. - a repreendi.

- O que? - respondeu confusa.

- Heathan... esse não é meu nome. Me chamo Bill e quero que me chame por meu nome a partir de agora.

- Eu... eu não entendo.

Sorrio.

- Eu vou te contar a nossa história.

Ela me olhou perdida e se levantou, ficando sentada sobre a cama e se cobrindo com o lençol até os seios, não me deixando ver seu decote, envergonhada e receosa.

- Eu te conheço a muito mais tempo do que você me conhece, Elizabeth. Mas tenho certeza que nunca me notou na multidão.

Ela me observava atenta.

- Eu te vi pela primeira vez no centro de Londres, você estava perfeita. Usava um vestido beje com bordados rosados nas mangas, estava com os cabelos presos e seus cachos rebeldes brigavam com seu coque. Perfeita, simplesmente perfeita. Você estava em uma carruagem, eu não sei para onde você estava indo, mas eu nunca vi uma mulher chamar tanto a atenção das pessoas como você estava fazendo. Os homens te desejavam e as mulheres te olhavam com tanto ódio que eu podia sentir o veneno que jogavam contra você. - dei risada - naquele instante eu senti instintivamente que eu precisava de você. Eu sonhava com o momento em que eu lhe teria em meus braços, em que eu veria a vida se esvair dos seus olhos, eu não conseguia parar de pensar que algo tão perfeito não poderia existir... eu não podia permitir que algo tão delicado, sofisticado... algo tão ideal recebesse aquele tipo de atenção, fosse tão desejada e tão odiada... isso era um ultraje.

+16 | CASO N° 44 | Bill Skarsgård - Dark RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora