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𝗡𝗔𝗥𝗥𝗔𝗗𝗢𝗥
Já haviam se passado 24h depois do último ocorrido, Max estava no banho. Enquanto a água escorria pelo seu corpo albugíneo, seus pensamentos percorriam sua cabeça, como engrenagens em uma máquina. Tá aí uma coincidência, Maxine adoraria ser uma máquina nesse momento. A ideia de não sentir nada não lhe parecia ruim.
A ideia de não amar sua melhor amiga não lhe parecia ruim.
Mas quem ela queria enganar? Estava apaixonada, apaixonada por uma menina que não sente nada por ela.
Mayfield se perguntava se um dia realmente já chegou a gostar de garotos, ela lembra de se sentir bem durante os três meses em que namorou Lucas, lembra de rir com suas piadas, de gostar de conversar com ele. Mas não lembra de ficar com o estômago embrulhado, como se houvesse um milhão de borboletas voando ali. Não lembra de ansiar por seus lábios, não lembra de querer beijar seu corpo, e principalmente... Ela não lembra de se tocar pensando nele.
Diferente de como é com Jane, a voz dela, o corpo dela, ela... Maxine almejava por tudo isso, só de pensar em Jane semi nua em seus braços, sua respiração em seu pescoço, sua intimidade pulsava em resposta.
—Aars. —gemeu baixo. —Como eu quero essa garota.
Mayfield desligou o chuveiro, pegou a toalha e enrolou-se na mesma, saindo do Box e indo para seu quarto.
A garota colocou um blusão cinza, um short jeans e uma blusa xadrez vermelha por cima. Minutos depois já havia penteado o cabelo e colocado seu tênis branco. Assim que desceu as escadas Billy estava abrindo a porta pra sair.
—Onde vai? —a ruiva perguntou.
—Desde quando te devo satisfações? —ele brincou.
—Pode me deixar no Titties? —ela cruzou os braços.
Seu irmão revirou os olhos e saiu pra fora de casa.
—Avisou sua mãe? Sabe que se ela ficar preocupada depois a bronca vem pra cima de mim.
—Deixei uma mensagem. —respondeu. —Você pode me levar ou não?
—Anda logo. —Max saiu de casa também e foi até o carro de Billy.
[...]
—São 20:30. —avisou Billy. —Vou precisar vir te buscar ou... —é interrompido.
—Não vai precisar. —disse breve e Billy saiu com o carro.
Max foi para dentro da boate e se sentou-se em uma das mesas. O lugar tinha uma iluminação fraca a noite, mas em compensação a clientela era grande. Como a maioria dos lugares no barzinho estavam ocupados, e Max não fazia questão de se sentar em uma das mesas principais, ela foi até um canto mais isolado onde havia uns sofás vermelhos e umas mini-mesas, e sentou-se. Por coincidência Robin estava lá conversando com Nancy.
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—E então ele gritou comigo. —Nancy se explicava.
—Você tentou explicar o porque não conseguiu pegar ela na escola? —Indagou Scherbatsky.
—Eu falei que precisei sair do trabalho mais tarde e que acabei esquecendo. —Nancy gemeu de raiva. —Olha eu sei que foi vacilo meu, mas as coisas não estão nada fáceis lá em casa, como vou conseguir morar sozinha, ser independente se minha família ainda está dependente de mim.
—Sabe onde me procurar no momento em que decidir pedir ajuda. —consolou-a.
Nancy suspirou.
—Eu sei, e muito obrigada por isso. —ela encarou as outras pessoas da boate. —Acho que preciso ir. Tchau gente.
Ela se levantou, pôs sua bolsa no ombro e saiu.
—Você sabe o que tá acontecendo? —Maxine perguntou a Scherbatsky.
—Com a Nancy?
—Com os Wheelers. —colocou a perna apoiada em uma mesinha na frente do sofá.
—Não sei muita coisa. —colocou as pernas em cima da mesa como Mayfield. —Só que tem Haver com a Karen e o Ted.
—Hm. —a ruiva murmurou.
—Iae, como vão as coisas desde nossa última conversa?
—De mal a pior. —suspirou. —Eu gosto dela Robin, eu realmente gosto dela. E isso é... difícil, acho que nunca senti nada assim antes.
—Bem vinda ao meu mundo. —encostou a cabeça no sofá. —Você sabe sua sexualidade? Tipo se é lésbica, bixessual, Pan... —é interrompida.
—Acho que nunca gostei de um garoto de verdade. —ficamos alguns segundos em silêncio. —Me envolvi com Lucas Sinclair quando tinha 14 anos, durou apenas três meses. Assim que fiz 15 nós terminamos, e sinceramente eu nem lembro o motivo.
Eu suspirei e nós nos entreolhamos.
—Lésbica. —dissemos ao mesmo tempo.
Cinco minutos de silêncio foram empregados entre nós, escutávamos somente barulhos de pratos, copos, bebidas sendo preparadas e vozeiros.
—Já passou por algo assim? —Mayfield perguntou.
—Uma vez, Tammy Thompson, no ensino médio. —ela revirou os olhos. —Mas é história pra outro dia.
—Hoje está cheio. —mudou de assunto.
—Preciso contratar mais funcionários. —cruzou os braços. —O vagabundo do seu irmão não tá interessado em trabalhar não?
Maxine riu.
—Acho difícil que ele deixe de trabalhar no Club.
—Não custa perguntar né. —Robin suspirou e se levantou. —Vou dar um pulo no escritório pra falar algumas coisas com o Steve, qualquer coisa eu volto aqui.
Max assentiu.
𝗠𝗔𝗫𝗜𝗡𝗘
Frases de Jane ditas de ontem para cá se passavam em minha cabeça, como "Que roupa você acha que devo vestir quando sairmos?" "Acha que vamos nos beijar?" "Será que ele beija bem?"
Mas que merda, quem se importa se ele beija bem?
A situação estava um pouco fora do controle, o que diabos eu faria com isso? "Oi mãe. Iae eu sou lésbica". Fala sério, isso nunca daria certo.
Não sei onde estou com a cabeça, mas acho que sei bem onde eu gostaria que ela estivesse.
—Arg que merda! —bati em minhas próprias coxas.
—Calma aí ruivinha.
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Boa noite ai pra vcs. ❤️
꧁Vou tentar postar pelo menos três capítulos por semana, sempre que não puder postar eu vou tentar avisar꧂
