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𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝒅𝒐𝒊𝒔

Metade das aulas já foi, e como previsto, foi horrível, a playlists que [Nome] escutava era tão ruim que até pensou que o problema fosse o fone, achava que não seria possível tantas músicas ruins juntas, até que chegou "Smells like teen spirit-Nirvana", era a ÚNICA música boa, pelo menos tinha uma música de sua banda favorita, a música podia ser melhor, mas já é um avanço.

Hora do intervalo, foi até a cantina e pegou um suco de caixinha e um bombom, era o suficiente pra matar a fome, passou por todo o pátio em busca da pessoa que estava com seu amado celular.

Ninguém parecia estar desesperado em busca de um celular, "acho que ninguém estaria com essas músicas." A garota pensou.

Decidiu procurar pistas, o que, por algum motivo, não havia feito até agora. E assim que olhou a parte de trás da capinha viu uma foto do garoto mais irritante e cheio de si, e também seu conhecido de infância, Oikawa Tooru.

Claro, o celular podia ser de uma fã, mas a foto era do garoto criança, e só alguém incrivelmente obcecada teria isso, se não o mesmo.

Não acreditava que teria que ir falar com o garoto, suspirou devota.

— Uau, mal me viu e já suspirou, pois é, eu tenho esse efeito nas pessoas.— Não, mil vezes não.— Sabe, garota mascarada, eu gostaria do meu celular de volta.
Se virou e lá estava ele, com aquele sorriso idiota e metido e seu celular em mãos.

— Meu celular.— disse simples apontando.

— Pois é, , você esqueceu comigo, eu acabei dando uma olhada, três gigas de música e nenhuma foto minha? Que tipo de fã você é?

— A que não existe.

E sem dizer mais nada a "mascarada" foi até ele empurrou um pouco forte demais o portador de músicas horrendas e assim que alcançou o seu ele ergueu seus braços.

— Espera aí, acha mesmo que vai conseguir isso fácil assim? Eu te dou, em troca de um favor...

—Um favor? E o seu telefone?

—Não preciso dele, eu arranjo outro, pode ficar, preciso de um favor seu.

"Que diabos? O ego dele foi inflado até estourar e acabar com seu cérebro?" A garota pensava enquanto Oikawa pensava em como ela não tinha como dizer não.

— Ah, ok ok, oque quer?— Perguntou derrotada, sabia como o garoto era, não poderia ser nada tão ruim, certo..?

—Ótimo! Lembra do Tobio, certo, um altão com cara de cu, ele jogava vôlei com a gente uns anos atrás.

[Nome] participou de uma escolhinha de vôlei a um tempo, porque segundo sua mãe, "crianças precisam praticar pelo menos um esporte".

Foi lá onde conheceu o senhor cheio de si e Tobio Kageyama, eram amigos, por mais que também tivesse um ego, ele foi gentil com a garota e formaram uma amizade

— Então... Eu descobri que ele é super apaixonado em você, por algum motivo. — Ele continuou e disse a última parte mais baixo.— Ele anda me irritando muito, ajudando os corvos a "voarem" de novo. Se você fingir ser minha namorada, ele vai ficar muito puto.

—Que cruel. Além de contar os sentimentos de alguém está basicamente me deixando em uma posição desconfortável.

— Você namoraria comigo, tipo eu tô te fazendo um favor, mas como já esperava isso de você, lembrei que você gosta muito do Nirvana e eles estão vindo pra cá  não seria muita coincidência se eu tivesse uma entrada vip?

Ok. Isso é algo para se pensar. Quem recusaria um ingresso vip para sua banda favorita, mesmo sendo de uma classe considerável, [Nome] não poderia ter o luxo de gastar todas suas economias para um ingresso nos fundos.

Mas era um celular, o que tão ruim poderia acontecer se deixar com ele? Só pensar em ficar junto de Tooru era tortura.

Fora os sentimentos de Tobio, claro.

—E se eu não aceitar?— Com coragem, perguntou.

—Se você não aceitar eu fico sem algo para irritar o Tobio e fazer ele se distrair nas finais, você sem seu celular e claro, acho que eu esqueci de mencionar, sem sua privacidade, sabe, sua senha não é tão difícil...

Sua coragem se foi, claro um celular não ia ter lá aquelas coisas, mas era onde você se expressava e descontava sua raiva, tinha seus maiores segredos lá.

—Você é sujo.— Disse ela, engolindo o choro, se tem algo pior do que essa situação, é chorar na escola depois de ser vista falando com o garanhão aí.

—Pelo contrário, querida, sou incrívelmente limpo, e cheiroso.

"Por Deus, que irritante."

— Eu... Eu preciso de detalhes, tipo, quanto tempo vai durar? Vamos fingir só na frente dele, né? Eu não vou postar nada e me recuso a te beijar, e  mais importante, o quão vip é o ingresso?— Com várias perguntas em sua mente foi jogando tudo.

—Mulher, calma, olha só, o intervalo está quase no fim, fique com meu celular, a senha é meu aniversário, não tem nada de mais, então nem pense em me chantagear, te mando um endereço e horário para discutirmos os detalhes.

𝕐𝕠𝕦 ℝ𝕦𝕚𝕟𝕖𝕕 ℕ𝕚𝕣𝕧𝕒𝕟𝕒- 𝕆𝕚𝕜𝕒𝕨𝕒 𝕋𝕠𝕠𝕣𝕦Onde histórias criam vida. Descubra agora