Capítulo Cinco

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Escolhemos uma mesa e nos sentamos. Hoseok ficou sentado à minha frente, com a Hana sentada ao seu lado.

Jung estava inquieto, e não parava de olhar para o lado. A Hana conversava, contando sobre os desenhos que ela queria assistir ao chegar em casa. Mas apenas eu a respondia, o seu pai parecia ocupado demais encarando alguma coisa — ou alguém.

Ele desviou o olhar quando os nossos pedidos foram servidos em nossa mesa, mas — após agradecer ao garçom — ele voltou a olhar para o lado.

Sua expressão não estava nada boa, então eu segui o seu olhar, vendo quem era o alvo das suas encaradas.

Voltei a olhar para o rapaz à minha frente.

— Hoseok — o chamei.

Minha resposta foi um murmúrio.

— Olha para mim.

O seu olhar foi até mim por dois segundos e então ele desviou novamente.

— Hoseok, para com isso — chamei a sua atenção mais uma vez.

Ele voltou a me olhar.

— Para de encarar — pedi.

— Ele está me encarando — ditou como se isso fosse me convencer. — Ele quase passou por cima de você antes, e agora não para de olhar para cá.

— Papai — a garotinha tocou no braço de Hoseok.

Ele olhou para a Hana e sorriu — o seu jeito de passar tranquilidade à filha.

— Não quer dizer que você tenha que encarar de volta — falei entre dentes. — Para de olhar. Não se esqueça que a sua filha está sentada ao seu lado — murmurei. — Ao menos tenha senso de não arrumar briga tendo a sua filha junto.

— Eu vou deixar ele quase passar por cima de você, e ainda ficar encarando? — ergueu as sobrancelhas. — É uma afronta. E eu só estou olhando de volta.

— Eu não quero saber, não fica encarando — desviei o olhar para a Hana, que assistia a conversa com os olhos arregalados. — Se você olhar mais uma vez para aquele lado, eu juro que vou pegar a Hana e ir embora.

Ele me fitou por alguns segundos e então suspirou.

— Ok — sussurrou.

— Pai, o que foi? — Hana perguntou olhando para ele.

— Nada, meu amor — mais uma vez ele sorriu para ela. — Coma as suas batatas. Devem estar deliciosas.

A mais nova balançou a cabeça assentindo e pegou uma batata frita.

Nós ficamos em silêncio, e cada um começou a comer o seu lanche.
O silêncio só era quebrado quando Hana puxava algum assunto, e óbvio que nós conversávamos com ela normalmente.

Mas aquilo acabou com o clima. Acabou com o passeio.

Depois que terminamos o lanche, Hana pediu um sorvete, e nós fomos comprar.

Fazia algum tempo que nós não tínhamos um passeio, apenas nós três. Nós realmente estávamos precisando de dinheiro nos últimos tempos, e estávamos economizando. Gastar com fast food e sorvete com certeza não estava incluído nos nossos gastos.
Mas — depois de Hoseok trabalhar feito um louco — sobrou dinheiro, e nós resolvemos sair um pouco.

Quando nós voltamos para casa, Hoseok deu banho na nossa filha, e os dois sentaram no chão da sala com uma caixa de brinquedos.

Eu fiquei no sofá, assistindo à um filme na televisão.

Perto das dez da noite a Hana deitou no sofá e acabou pegando no sono.

Eu a levei para o quarto, e a ajeitei na sua cama.

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