A Hana ria sem parar dos movimentos que eu fazia com ela no colo. Eu girava, pulava, fazia ela ficar de cabeça para baixo. Tudo na nossa dança maluca.
Mas ao fim de uma das músicas eu diminui o ritmo, passei a só me mover para os lados, e ainda assim ela gostou.
A música estava mais alta, então eu não ouvi quando a porta foi aberta.
Somente descobri a presença de Hoseok quando a Hana o viu.
— Papai — ela exclamou feliz.
Eu olhei para trás, vendo ele parado logo atrás de mim, com um sorriso no rosto.
— Oi minha borboletinha — ele sibilou.
Eu voltei a olhar para a minha filha, e nós voltamos à nossa dança.
Minutos depois eu estremeci ao sentir as mãos de Hoseok na minha cintura.
Ele deixou o rosto perto do de Hana e beijou a sua bochecha, sorrindo docemente para ela.
Eu estava prestes a me afastar de seu toque quando ele depositou um selar na minha bochecha também, e se afastou em seguida.
— Acho que já deu de dançar, hum? — falei à garotinha. — A mamãe já cansou.
— Mas eu posso ficar dançando? — pediu, forçando um bico fofo em seus lábios.
A garota usava as mesmas táticas que o seu pai para me convencer. Ela tinha grande parte da manias de Hoseok.
— Pode — afirmei e ela sorriu.
Mais uma característica idêntica ao Hoseok, o seu sorriso bonito.
Os seus lábios eram mais cheinhos iguais aos meus, mas o sorriso vinha de seu pai.Eu deixei a menina no chão, vendo ela já começar a se movimentar, em uma dança fofa.
Segui até o meu quarto, à procura do meu celular. Mas fui diretamente para a janela do cômodo, para abrir as cortinas.
A vista acabou me atraindo e eu fiquei ali. Apoiei os meus braços no parapeito da janela e fiquei observando a cidade sob o sol do meio dia.
O dia estava lindo. O céu limpo, sem nenhuma nuvem, deixando a beleza do céu azul totalmente exposta. O clima estava agradável, com uma brisa fresca no ar.
Dessa vez eu ouvi os passos de Hoseok se aproximando.
Mas eu pensei que ele fosse passar diretamente para o banheiro — já que estava emburrado.
Era normal nós tentarmos agir como se não estivéssemos brigados na frente de Hana. Nenhum dos dois queria que a nossa filha se abalasse com as nossas brigas. Então nós fingimos — mesmo que na maioria das vezes nós não conseguíssemos.
Hana é esperta. Nota até mesmo quando não nos cumprimentamos direito. Então por isso Jung beijou a minha bochecha ao chegar — isso era o que eu pensava.
Suas mãos tocaram na minha cintura, e o seu queixo pousou no meu ombro.
— Hoseok — falei. — Não.
Me desvencilhei de seu toque.
Eu não virei para olhá-lo, mas pude ouvir o seu suspiro — estava frustrado.
— Me desculpe — pediu.
Se desculpava como se fosse resolver e apagar tudo.
— Não — neguei.
Ele ficou em silêncio, surpreso por eu ter negado as suas desculpas.
— Na-Bi... — chamou-me e parou ao meu lado. — Eu sei que fui um idiota e...
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Anoitecer
Roman d'amourQuando o sol se põe, os raios de sol somem, e tudo o que resta é a escuridão... Será possível sentir novamente o calor dele novamente?