One Million Reasons To Stay || N.B

Chapter Five: You Look Happy

Josh deveria saber que não estava tudo bem quando Noah empalideceu, e ele não teve palavras para responder.

Tudo bem, ele não foi realmente sutil ao dar a notícia, e também não explicou muito bem, não como deveria explicar. Talvez ele pudesse ter sido um pouco mais delicado com suas palavras, e quem sabe ter dito tudo com mais calma, mas ele estava tão aflito com toda aquela situação, que não soube como agir, e agora compreendia que deveria ter tomado mais cuidado com suas palavras, percebendo que o peso delas era muito maior do que Noah parecia pronto para carregar.

Quer dizer, não é todo dia que você descobre que é pai. Principalmente dessa forma. Josh escondeu aquilo por anos, e então ele simplesmente lhe jogou essa informação. Parecia demais para processar. O olhar perdido de Noah buscava por qualquer sinal de que aquilo era uma brincadeira com ele, mas a seriedade e a angústia, presentes no semblante de Josh, denunciavam a ele que era muito sério e que era verdade.

Por isso, Josh realmente não o culpa por ter caído para trás, seu corpo despencando no chão, perdendo os sentidos e desmaiando bem em sua frente, obviamente despreparado e muito, muito, muito surpreso. Algo entre assombro e choque percorriam o olhar do moreno, antes de ele apagar, mas o sobressalto maior passou a ser de Josh, que, meio desesperado, se ajoelhou ao seu lado, com os olhos arregalados e sem saber o que fazer.

Seu conhecimento sobre primeiros socorros se voltava apenas para crianças. Ele sabia o que fazer caso Henry caísse, engasgasse, engolisse uma moeda ou batesse a cabeça, sabia como ajudá-lo se ele se queimasse ou se cortasse, e saberia o que fazer se fosse Henry desmaiado — mas, é claro, ele provavelmente não conseguiria fazer muita coisa, pois iria surtar caso isso acontecesse mesmo. No entanto, se tratando de Noah, ele realmente não sabia como ajudar, e, aparentemente, o fluxo de pessoas diminuiu consideravelmente, o deixando sem muitas opções.

Assim sendo, ele fez a única coisa que podia e sabia fazer num momento como aquele: sacudiu o corpo desacordado, meio sem jeito, chamando por seu nome de modo desesperado, se perguntando se não havia sido demais para o pobre coração de Noah.

— Droga! — Josh murmurou, se aproximando do peito de Noah e encostando sua cabeça ali, de lado, buscando por batimentos. Ele tem certeza de que o moreno ainda está respirando. — Eu espero que você não morra, Noah Urrea! Caso contrário, eu serei preso, e então meu filho terá uma péssima influência, e eu vou enlouquecer na prisão!

Afobado, e muito apreensivo, ele continuou a sacudir o corpo de Noah, chamando por seu nome, na esperança de que ele abrisse os olhos.

Funcionou, alguns bons minutos depois. Josh já estava quase perdendo as esperanças e se preparava para correr e buscar por ajuda, quando os olhos verdes se abriram, devagar, piscando para tentar focar a visão. Aquilo era um bom sinal, era o que Josh esperava.

— Josh... — o moreno murmura, olhando para ele, provavelmente muito confuso sobre o que havia acabado de acontecer.

— Noah — Josh suspirou, aliviado. — Que susto... Você está bem? Quer dizer, que pergunta idiota, mas... Você…

— Minha cabeça dói — Noah diz, murmurando algumas outras palavras que Josh não consegue decifrar. — O que aconteceu?

— Eu fui um pouco indelicado, me desculpe... — Josh o ajudou a levantar, o guiando para que se sentasse em um banco, abanando seu rosto com uma das mãos. — Você machucou alguma coisa? Está sentindo muita dor? Eu acho melhor te levar no hospital.

— Josh, está tudo bem — Noah o interrompeu, respirando fundo. — Você ainda não sabe ser sutil. Eu acho que a minha cabeça está rodando.

— Sinto muito, de verdade — o menor se sentou ao seu lado. — Eu não sabia como dizer isso. E, eu sei que você precisa de mais do que a minha palavra, e sei que isso é necessário, então estou disposto a encarar essa situação.