Chapter Sixteen: Let's Do This Wedding

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Até que o dia do casamento chegasse, ninguém sabia o verdadeiro significado de “caos”. Mas Josh estava prestes a descobrir.
 
Sua casa está completamente fora do lugar. Sua sala está cheia de potes de tintas espalhados, pincéis pendurados e paletas de cores. As paredes, antes brancas e livres de manchas, estavam sujas de verde, azul e rosa. Pelo chão, havia bolsas, sacolas e caixas de mais tintas, pincéis, e quadros. Josh exagerou um pouco quando comprou tudo aquilo, principalmente quando estava tão cheio de coisas para fazer e organizar, mas estava ansioso demais para ter seus materiais e voltar a produzir, então, ele realmente não se importou.
 
Mas, além de todas essas coisas, havia a bagunça causada pelos preparativos do casamento. Na véspera da cerimônia, Josh recebeu as lembrancinhas em sua casa, pois havia se comprometido a levar para o local certo no dia seguinte, pela manhã. Havia também os três ternos que ficaram na sala, pois os quartos estavam cheios de pó, os sapatos lustrados no sofá, as gravatas penduradas na televisão.
 
Enquanto isso, Noah tentava uma nova hidratação no cabelo, usando uma touca especial. Henry pintava seus desenhos na mesa da cozinha e Josh tentava aparar as pontas de seu cabelo sem cortar demais. Eles não estavam assim tão preocupados com a bagunça, apesar de Josh se agoniar com algo fora do lugar a cada meia hora, saindo para arrumar algo diferente.
 
Noah havia chegado na casa de Josh após seu expediente no trabalho naquela sexta-feira, após combinar com Josh que ficaria por lá até o casamento, que seria no sábado. Eles combinaram isso porque Josh já estava cheio de coisas para fazer e precisava de ajuda para arrumar Henry. E, também, porque queriam uma desculpa para ficarem perto um do outro por mais um tempo.
 
O casamento deixou todos ansiosos, e agora, parece que são eles quem vão se casar. Josh está uma pilha de nervos, tentando se acalmar enquanto se distrai com episódios de séries de comédia, desenhos que começou a fazer em rascunhos e seu discurso para o dia seguinte. Não está funcionando muito bem, mas, pelo menos, o mantém ocupado.
 
Já é tarde da noite quando eles vão se ajeitar para dormir. Eles estavam com preguiça de cozinhar, então pediram pizza, pois parecia mais prático e simples. Depois de comerem e guardarem tudo, Noah se prontificou a organizar o máximo que pudesse da casa enquanto Josh ajudava Henry no banho.
 
Enquanto Josh e Henry não voltavam, Noah deu um jeito de manter as coisas novas de Josh no canto da sala, onde não iriam atrapalhar a passagem, pegou as gravatas e pendurou em cabides dentro do guarda-roupa de Henry, lavou os copos que estavam espalhados pela sala, juntos os sapatos que não iriam usar e escondeu debaixo da cama de Josh, por não saber onde guardar.
 
Os sapatos que usariam no dia seguinte, ele deixou em cima do baú de brinquedos de Henry, em seu quarto. Pegou os ternos e, com cuidado, os colocou na lavanderia, a parte mais organizada da casa até então.
 
Quando Josh saiu do banheiro com Henry, suspirou com alívio ao ver sua casa menos destruída, e agradeceu repetidas vezes a Noah enquanto levava Henry para seu próprio quarto. Enquanto Noah estivesse ali, usaria o quarto de Henry para dormir, e Henry dividiria o quarto com Josh.
 
Tendo adiantado boa parte da arrumação, Noah pegou suas coisas e foi tomar um banho, cansado, contando em sua cabeça quantas horas de sono ele teria se fosse deitar assim que saísse do banho. Parecia pouco. Ele gostaria de dormir por alguns dias — ou semanas.
 
Mas ele está feliz por fazer parte de algo tão bonito quanto um casamento. É satisfatório ver que duas pessoas que se amam querem estar juntas para sempre, e estão se esforçando para que aquele seja o melhor dia de suas vidas. É satisfatório saber que, de certa forma, você fez algo para contribuir, pois aquela união é linda e te faz querer ajudar.
 
Noah imagina que seja difícil saber quando seu parceiro está pronto para ser pedido em casamento, ou para pedir sua mão. Para ele, aquilo sempre foi um desejo, se casar. Durante a adolescência, ele acreditava que tinha a pessoa certa para casar com ele, a pessoa que o faria feliz para sempre, que estava destinada a ficar com ele.
 
Mas, isso nunca aconteceu, e apesar de tudo estar se ajeitando, ele não consegue se imaginar casado.
 
Não que seja algo que o assuste ou incomode. Na verdade, o matrimônio é uma opção para ele. Apenas... É difícil saber que rumo sua vida tomará dali em diante.
 
Por isso, é muito satisfatório ver duas pessoas em sincronia, aceitando suas diferenças e honrando suas semelhanças, unindo-se em um laço que, com persistência, amor e cumplicidade, pode ser eterno.
 
Ele está apenas um pouco emotivo demais.
 
Noah toma um banho relaxante e veste roupas de dormir. Ele deseja uma boa noite para Josh e Henry, que vão para a cama, sonolentos. Sabendo que Josh se esqueceu, Noah verifica as portas e janelas, indo se deitar apenas depois de conferir se estava tudo fechado.
 
A cama de Henry é menor que a de Noah, mas muito confortável e definitivamente melhor que o sofá, então o moreno se ajeita e não demora a pegar no sono, sonhando com Josh, casamentos, e pizzas. É um sonho maluco, fora de eixo e sem sentido, mas parece o universo lhe dizendo: preste atenção aos sinais.
 
Ele nunca foi alguém de sinais, mas se o universo estava pedindo, ele poderia prestar atenção.
 
A noite passa como um sopro, e quando Noah menos espera, o sol está nascendo e ele acorda disposto. Pulando para fora da cama, Noah se espreguiça e arruma os lençóis, deixando tudo do jeito que estava antes de ele se deitar.
 
Conferindo o celular, ele descobre que são seis horas, e precisa respirar fundo para não se enfurecer com o fato de que perdeu o sono cedo demais. Ele troca de roupa e deixa suas coisas guardadas, saindo do quarto com uma escova de dentes e indo até o banheiro para fazer sua higiene matinal rotineira.
 
No caminho, ele percebe que Henry e Josh ainda estão dormindo, e por um minuto, ele os inveja, desejando ainda estar na cama. Mesmo assim, ele se força a espantar o cansaço que ainda o consome, sabendo que, mesmo que deite novamente, não irá conseguir pegar no sono outra vez.
 
Depois de fazer sua rotina matinal, ele vai para a cozinha, já habituado a tudo o que tem nela. Ele separa o que vai precisar para preparar o café da manhã, tentando ser o mais silencioso possível, para preservar o sono de Henry e Josh, sabendo que terão um longo dia pela frente.
 
Ele faz o chá favorito de Josh e prepara as panquecas favoritas de Henry, arruma a mesa para três pessoas e passa um café para ele. Quando tudo está pronto, ele pega seu celular e vê uma mensagem que Alex lhe enviou alguns minutos após ele ter ido dormir na noite anterior.
 
Encontro vocês lá. Talvez demore um pouco para chegar.
 
Noah responde, enviando uma mensagem questionando o motivo da possível demora, mas Alex provavelmente ainda estava dormindo àquela hora.
 
— Bom dia — ele ouve a voz de Josh, fraca e sonolenta. Virando-se, ele pode ver Beauchamp entrando na cozinha, coçando os olhos. — Caiu da cama?
 
— Quase isso — Noah disse, sorrindo. — Bom dia. Fiz o café da manhã.
 
— Eu estou cogitando a hipótese de te trazer pra cá mais vezes — Josh sorriu, se aproximando para espiar o que havia na mesa. — Meu chá! Que ótimo! Eu volto já, vou escovar os dentes. Deixe o meu chá exatamente onde ele está!
 
Noah riu, observando Josh desaparecer para o banheiro. Ele estava meio encantado por ver Josh logo cedo. É um pouco esquisito de sua parte se encantar por qualquer coisa, mas ele realmente não se importa.
 
Não demora para Henry acordar, sentindo o cheiro da comida. Ele corre para Noah e fica em seu colo, sonolento, até Josh voltar do banheiro, parecendo revigorado depois de jogar uma água no rosto. Compadecido — ou totalmente molenga — pela carinha de cansaço do filho, Josh o pega no colo e o carrega até o banheiro, onde o ajuda a escovar os dentes e lavar o rosto.
 
Quando enfim os três se sentam para tomar café da manhã, Noah percebe que já tem a família perfeita. Aconteceu de um jeito louco, apressado, por um caminho difícil e ainda existem muitas lacunas para serem preenchidas, mas eles são uma família. Eles se divertem, conversam, fazem piadas e dividem o que há na mesa. Ainda não são oito da manhã e Noah já não consegue parar de sorrir. Esse é o efeito da família.
 
Porém, quando a mágica do desjejum acaba, todos se lembram do casamento e precisam voltar a correr. O casamento será às quatro da tarde, mas eles se comprometeram a chegar às dez. Estar tão envolvido com a cerimônia resultava nisso.
 
Noah ainda iria ajudar Henry a treinar sua entrada e equilibrar as alianças. Josh ainda queria verificar se tudo o que foi encomendado havia chegado certo, além de querer estar lá durante a decoração, e já precisar levar as lembrancinhas.
 
E, é claro, como padrinho, ele deveria estar lá por Ryan e Samuel. Mesmo que saísse correndo de um canto para o outro, ele estaria presente quando um dos dois precisasse.
 
Enquanto Josh conta as lembrancinhas e anota tudo em sua agenda, Noah ajuda Henry com o banho. Naquele dia, Henry parece especialmente interessado em histórias, então Noah precisa contar três delas, todas em que o final tenha casamentos, porque Henry está empolgado com o casamento, que é o primeiro para onde ele vai.
 
Depois do banho, Noah ajuda Henry a se vestir em seu quarto. O mais novo está um pouco incomodado em precisar vestir o terno tão cedo, mas pelo menos o dia não está quente, então ele não vai ficar agoniado com o calor. Noah se atrapalha um pouco com a gravata, então desiste e deixa isso para Josh, que está separando tudo o que precisa levar quando saírem.
 
Henry está inquieto, e Noah não entende o motivo. Ele parece querer fazer milhares de perguntas, mas se contém. Parece assustado e com medo, e Noah não tem certeza de como pode ajudar. Pela primeira vez, ele decide não pensar muito sobre qual atitude tomar. Ele simplesmente faz.
 
— O que está te incomodando, pequeno Beauchamp? — Noah perguntou, sentando-se ao lado dele na cama.
 
Henry demonstra receio, mas confia em Noah.
 
— Muita gente no casamento — ele respondeu, baixinho. — Mamãe disse que tem uma lembrancinha pra cada convidado. Muitas lembrancinhas, então muitos convidados.
 
— Cerimônias como essa normalmente têm muitos convidados — Noah concordou. — Você está com medo de ver muitas pessoas?
 
— Não... É que as pessoas vão me ver — Henry admite, evitando olhar para Noah. — Eles vão me ver e eu posso derrubar os anéis ou cair. E a mamãe quer que tudo saia perfeitinho. Tenho medo de magoar a mamãe.
 
Tudo bem, novamente, Noah não tinha certeza sobre o que dizer, mas simplesmente seguiu seu instinto, que lhe dizia que ele tinha que confortar Henry antes de qualquer coisa.
 
— Você tem treinado muito para fazer sua entrada, e todos nós confiamos muito em você — Noah disse, levantando o rosto de Henry suavemente. — Ninguém vai ficar chateado se você fizer algo errado, ou se esquecer de algo na  hora. Ryan e Samuel vão viver o melhor dia da vida deles, e não vão se importar se um anel cair no chão. O casamento é mais que um anel.
 
Henry prestava atenção, se esforçando para entender o significado das palavras de Noah. Ele queria confiar em tudo o que Noah dizia.
 
— Além disso, se você cair, eu vou sair correndo pra te ajudar a levantar — Noah diz, prometendo para Henry e também para ele mesmo. — Eu juro que sempre que você precisar, eu vou estar lá por você. Se você tiver medo, pode me chamar. A mamãe e eu vamos sempre proteger você.
 
— Promete? — Henry pergunta, precisando da confirmação de Noah. Ele precisa ter certeza.
 
— Eu prometo.
 
Então, tudo estava certo outra vez.
 
Enquanto Josh se arrumava, Noah deixou Henry brincando na sala — sentado para não se sujar —, e foi arrumar o que faltava da mochila que levariam para Henry. Eles passariam o dia todo fora e provavelmente voltariam tarde para casa, então precisavam levar tudo o que Henry poderia precisar durante o dia.
 
Josh já havia colocado algumas peças de roupa, algumas para o caso de esfriar, algumas para o caso de esquentar. Noah preparou alguns lanches gostosos e saudáveis para Henry e os colocou numa lancheira térmica, junto de suco natural de maracujá, frutas em cubos e uma garrafinha de água.
 
Depois de colocar a lancheira dentro da mochila — o que a deixou meio estufada —, Noah lavou a pequena louça que acumulou e foi se sentar com Henry, que deitou a cabeça em seu colo, pedindo para ver desenhos.
 
E é claro que Noah ligou a televisão e colocou no canal de desenhos favorito de Henry.
 
Quando Josh terminou de se vestir, após um banho relaxante, porém apressado, Noah trocou de lugar com ele. Então, enquanto Josh assistia desenhos com Henry, meio ansioso para não perder a hora, Noah foi tomar banho e se arrumar.
 
Tudo perfeito, a não ser pela gravata. Ele realmente não sabia dar nós de gravata.
 
Ele correu para a sala, na esperança de que Josh arrumasse a gravata para ele. Lá, ele viu Henry com sua gravata perfeitamente posicionada em seu colarinho, brincando de enrolar a ponta do tecido em seus dedos, enquanto assistia seu desenho.
 
Josh notou a feição quase desesperada de Noah, e sorriu divertido ao perceber que o problema era a gravata.
 
— Vem cá, grandão — Josh o chamou, segurando o riso enquanto Noah andava até com a gravata na mão, um biquinho chateado. — Desse tamanho e não sabe dar um nó, Noah?
 
— De gravata não — Noah respondeu, suspirando. — Se quiser, eu posso ajoelhar e implorar por sua ajuda. Você sabe que eu não me importo em me ajoelhar por você.
 
— Isso já está ficando muito brega — Josh pegou a gravata. — Tipo... Muito mesmo.
 
— Eu sou um cara brega — Noah deu de ombros, observando enquanto Josh arrumava a gravata em seu colarinho. — Como você aprendeu a dar esse nó complicado?
 
— Vi um tutorial no YouTube — Josh respondeu. — Eu aprendo fácil.
 
Bom, Noah já sabia disso. Quando Josh decidia fazer algo novo, ninguém conseguia o impedir. Ele simplesmente buscava aprender e, antes do esperado, já sabia exatamente o que fazer.
 
Estando todos devidamente vestidos e prontos, eles pegaram tudo o que tinham que pegar e foram para o carro. Noah colocou as lembrancinhas no porta-malas enquanto Josh ajudava Henry a se acomodar no banco de trás, e quando tudo estava certo, eles enfim saíram, com músicas — em sua maioria da Taylor Swift — tocando no rádio do carro.
 
-
 
Chegando ao local da cerimônia, os últimos preparativos já estavam sendo feitos. Os organizadores corriam de um lado para o outro, apressados, para garantir que suas partes estavam sendo feitas. A decoração já estava sendo produzida e a florista de Samuel já havia chegado com seu carro cheio de flores, pronta para colocar tudo no lugar.
 
Era muita informação, mas Josh gostava de ver trabalho sendo feito. Olhando em volta, tudo parece certo e perfeito.
 
Eles demoram um pouco porque Josh precisa que alguém fique com as lembrancinhas, mas ninguém que ele encontra pelo caminho parece ser a pessoa certa para pegá-las. Isso deixa Josh um pouco irritado, então Noah e Henry se afastam um pouco, lhe dando espaço para trabalhar.
 
Josh detesta quando não levam seu trabalho a sério. Ele é o melhor assistente que Samuel já teve e é ótimo em seu trabalho. Mas, além disso, ele também é o melhor padrinho de todo o universo. Ninguém conhece aquela cerimônia como ele. Josh sabe tanto sobre cada detalhe daquele casamento, que seria capaz de substituir o juiz de paz e casar os amigos.
 
Ele realmente poderia, já que fez um curso online que o habilita para prosseguir com a cerimônia caso algo dê errado, e recebeu até um certificado que o qualifica para o cargo. Ele tem tudo sob controle.
 
Então, quando uma das organizadoras simplesmente o ignora, ele decide que não pode mais ser tão paciente.
 
Noah e Henry estão sentados dentro do carro aberto, na entrada do estacionamento vazio, brincando com o boneco do Scooby Doo. Eles parecem fingir serem membros do clube do mistério, e pelo que parece, Henry seria o Salsicha, e Noah seria o Fred. Infelizmente, Josh precisa resolver seus problemas e não pode brincar também.
 
Sendo assim, ele caminha até o carro, tirando o paletó e o entregando para Noah, que se virou ao ouvi-lo se aproximar.
 
— Preciso resolver algumas coisas — Josh diz, erguendo as mangas da camisa social e alargando um pouco da gravata. — Se precisarem de mim, estarei logo ali dando ordens. Cuidem do meu paletó, eu vou precisar mais tarde.
 
Noah apenas concorda, sorrindo porque Josh é um verdadeiro guerreiro.
 
Não demora para Josh conseguir a atenção que precisa. Bastou subir numa cadeira e gritar um simples “Calem a boca!” para que todos estivessem olhando para ele.
 
— Muito obrigado pela atenção, vocês são muito gentis — ele diz, alto o suficiente para que todos o escutem. — Caso alguém não saiba, eu sou o padrinho, e contratei cada um de vocês. Sendo assim, eu também posso demiti-los. Portanto, seria realmente ótimo se algum de vocês pudesse ser útil. — Josh está sério enquanto fala, odiando precisar ser tão duro, mas sabendo que era necessário. — Então, façam valer o dinheiro que estão recebendo. E é bom que o responsável por pegar aquelas lembrancinhas apareça e faça o seu trabalho, ou alguém será demitido nos próximos trinta minutos!
 
E bastou isso para que o problema estivesse resolvido.
 
-
 
Faltavam apenas alguns minutos para a cerimônia começar.
 
Depois de resolver tudo o que precisava, Josh se despediu de Noah e Henry, correndo para procurar Samuel, pois precisava falar com ele antes de tudo ter início. Enquanto isso, Noah esperou por Alex no estacionamento, com Henry, que já estava se cansando de nada acontecer. Alguns minutos atrás, ele ensaiou com Noah sua entrada e foi muito bem, então agora só restava esperar seu momento, mas até isso acontecer, Henry provavelmente já teria se cansado por completo de simplesmente ficar parado sem fazer nada.
 
Alex realmente chegou um pouco depois do combinado, mas bem a tempo. Ele se encontrou com Henry e Noah ainda no estacionamento e foi com os dois para onde os outros convidados estavam. Haviam pessoas encaminhando os convidados para seus lugares, mas Noah já sabia onde eles iriam se sentar, então apenas os guiou para o lugar certo.
 
Eles já iam se sentar, porém, Ryan passou por eles apressado, parecendo preocupado e com problemas. Dispostos a ajudar, os três foram até o noivo, para tentar descobrir qual era o problema e o que eles poderiam fazer por ele.
 
— Tio Ry, tudo bem? — Henry pergunta, conseguindo facilmente a atenção de Ryan.
 
— Não exatamente — Ryan responde, pegando-o no colo.
 
— O que aconteceu? — É a vez de Noah perguntar, preocupando-se.
 
— Eu não consegui decorar os meus votos, e eu nem sei se estão bons… Eu terminei ontem à noite, mas… — Ryan suspirou. — Eu não sei. Acham que eu devo ler ou decorar?
 
— Hmm… Eu não sei, porque nunca me casei, nem fui em muitos casamentos — Alex diz, pensando um pouco. — Mas, acho que tanto faz…? A mágica do casamento não muda se você ler ou decorar.
 
— A mamãe mandou decorar! — Disse Henry, seriamente.
 
— Henry, lembra do que conversamos sobre nem tudo sair perfeitinho? — Noah pergunta para o mais novo. — Devemos fazer o que nos é possível. O esforço para fazer o melhor é o que realmente conta.
 
Henry pensou um pouco, então assentiu, sorrindo.
 
— Tudo bem, tio Ry, pode ler — ele diz, mudando de ideia.
 
— Você precisa falar com o coração — Noah diz, sorrindo para Henry, e então se virando para Ryan. — Se você acha que precisa ler o que escreveu, então leia. Se você quiser improvisar, improvise. Samuel não vai desistir do casamento por te ver sendo honesto sobre seus sentimentos.
 
Ryan concordou, balançando a cabeça. Ele sabia que precisava relaxar um pouco.
 
— Obrigado, eu vou reler o que eu escrevi e falar com o coração — Ryan disse, colocando Henry de volta no chão. — Eu fiz a coisa certa em colocá-los na primeira fileira. Vou ser grato para sempre pela ajuda de vocês.
 
Apesar de ter sido uma ajuda simples, Ryan não tinha muitos amigos que realmente estavam dispostos a ajudá-lo. Era difícil manter uma boa amizade por muito tempo. Ryan gostava de valorizar as pequenas ações, pois eram elas quem definiam grandes pessoas.
 
-
 
Josh começaria a chorar a qualquer momento, ele tinha certeza disso.
 
Quando finalmente encontrou Samuel, Josh o ajudou a terminar de se vestir e arrumar o cabelo, enquanto o melhor amigo tremia e andava de um lado para o outro, sem conseguir se controlar. Ele estava nervoso, com medo, ansioso e muito, muito apreensivo.
 
— Samuel, pelo amor de tudo o que é mais sagrado, para de andar como uma barata tonta! — Josh o segurou, rindo de suas feições. — Você está lindo, vai casar com um homem lindo, e vai ser uma cerimônia linda.
 
— Joshy, eu estou tão nervoso — Samuel confessou. Não que fosse preciso. Isso estava claro em suas feições. — Como nunca estive em toda a minha vida. Eu não acredito que eu finalmente vou me casar!
 
— Depois de tudo o que vocês passaram para chegar até aqui, eu acho que é normal estar nervoso — Josh sorriu docemente. — Vocês merecem esse dia, merecem tudo o que ainda vai acontecer de bom em suas vidas.
 
— Eu estou feliz, juro que sim — Samuel disse, controlando-se para não chorar. — Só estou com medo de não ser um conto de fadas. Eu amo o Ryan, e só quero que tudo dê certo em nossa vida.
 
— Samuel, nem sempre as coisas vão dar certo — Josh negou, fazendo um carinho suave nos fios de cabelo do amigo. — Às vezes a nossa vida vai estar tão terrível que vamos pensar em desistir de tudo, e simplesmente não olhar para trás. Mas, se tivermos alguém do nosso lado que esteja disposto a nos fazer pensar positivo, ou apenas nos abraçar quando estamos entrando na escuridão, as coisas podem ficar mais fáceis. Ou, pelo menos, teremos alguém pra nos apoiar e nos ajudar a atravessar esse caminho difícil.
 
Tudo bem, os dois já estavam chorando.
 
— Você tem razão — Samuel sorriu, tentando enxugar suas lágrimas. — Casamentos me deixam emotivo mesmo.
 
— Eu estou tão orgulhoso de vocês — Josh o abraçou, erguendo-se suavemente na ponta dos pés, para poder alcançar o amigo. — Vocês são os melhores amigos que eu tenho, e eu estou muito feliz de poder fazer parte de algo tão bonito.
 
— Para de me fazer chorar! — Samuel soluçou, apertando Josh em seus braços. — Eu te amo, Joshy. Obrigado por tudo.
 
— Eu também te amo — Josh se soltou dele, tentando enxugar suas próprias lágrimas. — Agora, vamos fazer esse casamento.
 
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Cada um de nós tem um propósito em vida. Nós chegamos a este grande mundo despreparados, e precisamos aprender que caminho seguir. Às vezes, nos encontramos facilmente, e vemos as coisas se tornarem mais fáceis. Porém, em outras vezes, este era um longo caminho a ser percorrido. Todos nascemos com um destino, mas também com a possibilidade de fazermos nossas próprias escolhas, para assim moldar nosso próprio mundo. Temos, então, uma questão que, a princípio, talvez pareça enigmática, mas basta pensar um pouco para enfim encontrar uma resposta: o que é preferível? Você prefere seguir a vida sem realmente viver, ou prefere tomar as rédeas e caminhar para um futuro escrito por si mesmo?
 
Nós nem sempre pensamos do mesmo jeito, mas mesmo quando mudamos nossa resposta para a — nem tanto — enigmática pergunta, já estamos dando a resposta certa. Tudo se resume em liberdade. A liberdade é como uma faca de dois gumes. Um de seus lados te levará para a sua felicidade, você será livre para fazer suas escolhas e decidir qual caminho deseja seguir. O outro lado se perde, pois você simplesmente não consegue se prender a nada depois que experimenta a liberdade.
 
Então, e se mudássemos a pergunta? Você prefere voar em liberdade pelo mundo ou deseja se prender em algo — ou alguém — que faça com que você ainda assim se sinta livre?
 
Ao entrar em sua cerimônia, ao lado de Ryan, Samuel consegue encontrar a resposta para isso. Ele prefere se prender à Ryan, que lhe trouxe uma sensação de liberdade extraordinária. Samuel pode escolher, ele pode segurar e soltar a mão de Ryan sempre que quiser, pois ele está se prendendo, mas ainda assim está livre.
 
Se Samuel fosse um pássaro, Ryan certamente não seria sua gaiola, sua prisão. Ryan seria seu local de descanso. Samuel poderia passar o dia a voar, podia ir onde quisesse, ele podia ser livre, e mesmo assim voltar para seu porto seguro ao fim do dia. Ryan ainda estaria lá.
 
Talvez essas questões sejam, sim, um pouco confusas, mas Samuel as entendeu. São pequenas metáforas que só nos farão sentido quando estivermos prontos para entender.
 
E Samuel estava totalmente pronto.
 
— Boa tarde à todos — o juiz de paz diz, quando Ryan e Samuel param em sua frente, e todos os convidados se sentam. — Estamos aqui reunidos para celebrar um dos mais bonitos e importantes laços. Hoje, tudo é sobre amor e cumplicidade. É sobre respeito, coragem, harmonia e, acima de tudo, sobre a reciprocidade do amor.
 
Não se passaram nem cinco minutos e Josh já está emocionado.
 
— O casamento tem muitas tradições, muitas simbologias, muitas marcas, mas essa cerimônia não é sobre isso — o juiz de paz prossegue, um sorriso gentil estampando-lhe o rosto. — Ryan, Samuel, vocês já foram muitas coisas um do outro. Amigos, companheiros, namorados, noivos. Agora, com as palavras que vocês estão prestes a trocar, vocês passarão para a próxima fase.
 
Há um breve discurso sobre o amor. Josh sente que precisava ouvir. Sim, porque, honestamente, sempre nos esquecemos do verdadeiro significado do amor. O que realmente é amar alguém de verdade? O que sentimos é real e verdadeiramente amor? O amor é difícil, ele é muito mais do que vemos na televisão, nos livros e nos filmes de cinema.
 
O amor se esconde e se camufla. Ele aparece na hora certa, quando tem que ser. O amor é a junção de sentimentos que te faz querer levantar todos os dias para viver mais um dia, é a coragem de seguir em frente pois sabe que não estará sozinho. Quem ama e é correspondido, nunca está só.
 
E então percebemos que o amor também significa sofrer. Às vezes, o amor não é correspondido, e então, nosso mundo parece cinza. É como se a força de se sentir amado mudasse seu ser. As cores tomavam tom, o dia ficava mais bonito e era possível ver o sol em dia de tempestade.
 
O contrário disso significava ver uma tempestade em dia de sol.
 
Josh se pega distraído, pensando em seu amor. Quando ele conheceu o amor de sua vida, ele era um adolescente cheio de sonhos, esperanças, inseguranças e temores. Ele ainda tinha muita coisa para aprender e ainda tinha muito medo de seguir. Quando ele viu, pela primeira vez, a pessoa destinada a completá-lo, ele era somente um garoto, que tremia assustado com a chance de amar.
 
Então, anos depois, veja onde ele está, tentando controlar todos os seus sentimentos porque, novamente, ele está com medo.
 
Ele quer dar passos lentos, quer se controlar e quer ter certeza de que não vai se magoar de novo. Ele quer ir devagar e se sentir no comando, ele quer isso.
 
Mas, ao mesmo tempo, ele simplesmente quer jogar seu autocontrole pelos ares. Ele quer abraçar Noah sempre que quiser, quer beijar seus lábios sem medo e quer aprender de novo sobre cada detalhe que o compõe.
 
Ele tem medo, mas ele quer ser livre.
 
— ...Temos mania de enxergar uma união assim como um cárcere, mas não vemos além disso — o juiz de paz diz, tendo novamente a atenção de Josh. Os noivos controlam seus sentimentos para não acabarem chorando, mas essa é uma missão difícil. — O que eu vejo aqui hoje, é um belo e jovem casal, que será feliz, muito feliz. Porque, se vocês foram capazes de percorrer toda sua estrada até aqui, e permaneceram juntos no conforto um do outro, isto é tudo que precisarão.
 
Ryan pensa nas pequenas coisas que fez para conseguir um sorriso de Samuel. Ele abriu mão de algumas coisas, deu adeus a alguns costumes e disse “olá” para outros. Ele passou a pensar mais em Samuel, passou a perceber que não era único no universo, mas era único para Samuel. Ele viu seu mundo mudar e seguiu, porque ele faria qualquer coisa para ter Samuel feliz ao seu lado.
 
Ele também pensa nas pequenas coisas que Samuel fez por ele. Ir em jantares que não queria ir, atender de madrugada quando Ryan precisava conversar com alguém, abrir mão de um jantar chique para ir com ele até uma pizzaria no centro e rachar a conta. Ou então, uma de suas lembranças favoritas, onde ele estava doente e Samuel cuidou dele, o ajudando em tudo o que fosse necessário.
 
O amor é sobre abrir mão de algumas coisas, mas ganhar muitas outras também. Você se despede de uma realidade e se depara com uma nova, feita só para você. Todos os dias podem ter perdas, mas devemos olhar também para nossas vitórias.
 
Ryan se sente tremendamente vitorioso.
 
— Ryan, é de livre e espontânea vontade que você aceita Samuel Victoria como seu companheiro em matrimônio? — Perguntou o juiz de paz, dando continuidade à cerimônia.
 
— Sim — Ryan responde confiante.
 
— Samuel, é de livre e espontânea vontade que você aceita Ryan Keefe como seu companheiro em matrimônio?
 
— Sim — Samuel responde, sorrindo de modo esbelto.
 
— Por favor, citem seus votos — o juiz de paz indicou que Ryan começasse.
 
Ryan estava nervoso, mas na hora de falar, não buscou seu papel com votos escritos, que estava escondido em um de seus bolsos. Ele simplesmente relaxou e sorriu.
 
— Eu... Eu estou tão nervoso, amor... Passei as últimas semanas procurando as palavras certas para te dizer, mas acho que nada poderia descrever meu amor por você. Não sinceramente. — Ryan disse, sorrindo suavemente para Samuel. — Eu queria citar grandes filósofos e poetas que falaram sobre o amor, mas, quando penso nesse sentimento, eu só consigo pensar em você. No seu sorriso, na sua risada, no seu olhar e no seu jeito único. Você é a pessoa mais incrível que eu conheci na minha vida, e cada pequena coisa em você me fez te amar. E eu estou pronto pra começar essa vida com você, porque eu te amo e isso é suficiente para me trazer coragem, e eu nunca vou voltar atrás ou me arrepender dessa decisão. Eu quero passar o resto da minha vida com você.
 
Antes que todos caíssem em lágrimas, o juiz de paz indicou que era a vez de Samuel.
 
— Ryan, eu escrevi um poema sobre você — Samuel diz, respirando fundo, tentando controlar seus sentimentos. — Não tem muitas rimas, mas eu tenho a minha licença poética. — Ele pega um papelzinho dobrado, que estava guardado em seu paletó. Sorrindo tímido, ele decide começar. — O calor que me aquece, e o amor que me oferece, se unem em um só, me protegendo ao anoitecer. Não existem limites para nós dois, pois estamos juntos e nem mesmo o tempo pode nos parar. Eu sei que encontrei a felicidade, eternizada em seu sorriso preguiçoso de manhã, e seus olhares divertidos pela tarde. Sei que sempre terei ao meu lado o infinito, tendo você comigo tenho força para continuar mesmo quando o sol não brilhar no alto céu. Entre essas minhas palavras, escritas numa terrível letra em um papel velho, eu tento resumir o meu amor. Para você, com você, e o por você, me esforço para ser totalmente sincero ao dizer, Ryan Keefe, amo você.
 
Droga! Noah odeia casamentos.
 
Sim, ele odeia, porque, em algum momento, alguém vai te fazer chorar. Não importa se você é sentimental ou não, algum dia, você vai chorar em um casamento. E, tudo bem se você não chorar, mas você com certeza vai sentir alguma coisa.
 
Tantas palavras bonitas são ditas que você começa a pensar em pessoas específicas, e, acredite, se isso acontece com você, então você foi pego pelo amor. Ou, pelo menos, por algo que se parece com amor. Sentimentos tão fortes em nossos corações que são capazes de nos deixar zonzos.
 
E, se em meio a palavras bonitas e emotivas, você olhar para aquela pessoa, então você com certeza vai sentir. Noah sabe disso pois ele olhou para a pessoa dele.
 
Lá na frente, sorrindo para o par de amigos no altar, tem um lindo garoto, tentando ser sutil ao enxugar suavemente os olhos umedecidos. Ele mordeu os lábios com insegurança muitas vezes, olhando para todos os lados com medo de algo dar errado, mesmo tendo se esforçado tanto para fazer tudo perfeito. Ele é a pessoa mais linda do mundo, e sob o olhar de Noah, ele é a única pessoa que importa.
 
Josh se destaca entre toda a decoração, entre a emoção e euforia dos convidados, entre as luzes e flores que compõem o lugar. Ele é tudo que Noah consegue ver.
 
Ele provavelmente acredita que ninguém percebeu seu receio e insegurança, provavelmente pensa que ninguém notou quando ele começou a chorar, ele provavelmente não sabe, mas Noah notou todos os detalhes em Josh toda a sua vida. E talvez isso pareça um exagero, talvez pareça precipitado, mas é realmente assim que Noah se sente. E ele não quer mudar isso.
 
Existem muitas formas de sentir o amor, mas a sensação libertadora que lhe ocorre quando Josh olha para ele, já encontrando seu olhar, é diferente de tudo o que ele já sentiu. Tão rápido quanto se olharam, logo perderam-se de vista. Ou melhor, Josh o perdeu. Noah continuava a vê-lo, olhá-lo, petrificado em seu lugar.
 
Noah somente desperta quando Henry o cutuca, assustado e inseguro.
 
— As alianças por favor — o juiz de paz diz, e então o casal e Josh se viram para Henry, que está envergonhado com a atenção que recebe.
 
— Se você cair, eu vou correndo te levantar, Henry — Noah diz para ele, encorajando-o, enquanto Alex arruma as alianças do jeito certo na almofadinha. — Se você pensar positivo, vai dar tudo certo.
 
— Promete que não vai deixar ninguém rir de mim se eu cair? — Henry pergunta, pegando a almofada.
 
— Eu prometo que eu mesmo darei uma bronca bem feia se alguém rir de você — Noah assente. — Mas ninguém vai rir. E você não vai cair.
 
Uma das organizadoras apareceu para levá-lo ao lugar certo, de onde iria entrar, enquanto o juiz de paz fazia um discurso sobre o casamento ser mais do que as alianças, mas sobre a importância da simbologia para o casal.
 
Então, mesmo com a sua insegurança e seu medo, Henry coloca seus pezinhos para caminhar no corredor decorado, recusando-se a olhar para os lados. Lá na frente, Josh sorria encorajadoramente para ele, o esperando. Assentindo devagar, Henry caminha em passos curtos e ensaiados, se lembrando do que havia treinado com Noah. As palavras do moreno circundavam sua mente, e ele confiava, cegamente, que estava tudo bem, mesmo que ele não fosse perfeito em sua entrada.
 
Mas ele foi.
 
Com sua entrada impecável, todos ao seu redor murmuravam palavras doces, e ele vê sua mamãe sorrindo com orgulho para ele, enquanto entrega a almofada para ele. Rapidamente, ele olha para Ryan e Samuel, que sorriem para ele, agradecidos, e não há resquícios de desaprovação em suas faces.
 
Rapidamente, ele volta para seu lugar, se agarrando à Noah para buscar segurança, conseguindo facilmente um abraço do mais velho, que lhe dizia o quão bem ele havia feito sua entrada com as alianças.
 
— As alianças são símbolos físicos do compromisso de um casal e de sua ligação emocional e espiritual. Elas são consideradas um círculo perfeito, sem começo nem fim. — O juiz de paz prossegue. — Ryan, Samuel, que estes anéis sejam um lembrete visível de seus sentimentos um pelo outro neste momento. Ao olhar para eles, lembrem-se que vocês têm alguém especial com quem compartilhar suas vidas. Lembrem-se de que vocês encontraram um ao outro e um no outro, e de que nunca mais andarão sozinhos. A partir de hoje, para sempre, dois se tornam um só.
 
O juiz de paz se vira para Josh, pega uma das alianças e entrega para Ryan.
 
— Por favor, repitam o que eu disser — ele diz, olhando para Ryan. — Samuel, eu te dou esta aliança como sinal de que eu escolhi você para ser meu esposo e meu melhor amigo. Receba-a e saiba que eu te amo.
 
Ryan assente, e segurando a mão de Samuel, ele proclama as mesmas palavras: — Samuel, eu te dou esta aliança como sinal de que eu escolhi você para ser meu esposo e meu melhor amigo. Receba-a e saiba que eu te amo. — Então, Ryan coloca a aliança no dedo anelar de Samuel, deixando um singelo beijo antes de soltá-la.
 
— Ryan, eu te dou esta aliança como sinal de que eu escolhi você para ser meu esposo e meu melhor amigo. Receba-a e saiba que eu te amo. — Samuel repete, colocando a aliança no dedo de Ryan, também beijando-a com suavidade.
 
— É com grande alegria que pela autoridade a mim delegado, declaro que vocês estão casados. — O juiz diz, encerrando a cerimônia. — Podem se beijar.
 
Antes da frase terminar, os dois já estavam se beijando, e automaticamente, os convidados se levantaram aplaudindo, comemorando o laço de amor que haviam visto se realizar.
 
No fim das contas, todos chegaram à mesma conclusão: amor significa liberdade.
 
-
 
Walk the Moon ecoava pelo salão de festas enquanto corpos agitados se movimentavam ao som de Shut Up and Dance. A festa do casamento já estava acontecendo há pelo menos três horas e os convidados ainda pareciam animados o suficiente para virar a madrugada. No meio de tantos corpos se movendo na pista de dança, estavam Noah e Josh, se movimentando de acordo com as batidas da música, dançando de um jeito improvisado e engraçado, que combinava perfeitamente com a música e seu ritmo.
 
Eles riam um com o outro, principalmente quando acabavam se trombando com força ou pisando nos pés um do outro. Enquanto isso, Henry estava com Alex sentado em uma das mesas, e os dois aproveitavam a comida servida na festa.
 
Os recém-casados ainda tentavam cumprimentar todos os convidados e participar da festa, mas era possível ver no semblante de ambos que estavam cansados e queriam ir embora. Dali poucos minutos, eles estariam saindo em lua de mel, e até que Samuel voltasse, Josh estava livre do trabalho, mas continuaria se informando sobre a agenda do amigo.
 
A música chega ao fim e Noah respira fundo, decidindo que simplesmente não aguenta mais dançar. Josh parece concordar com ele ao que pega sua mão e praticamente o arrasta à procura de Henry, o encontrando com Alex. Os dois parecem se divertir com o boneco Scooby e as comidas na mesa quando Josh e Noah se aproximam, ainda ofegantes.
 
Mesmo chegando ao destino desejado, que eram Henry e Alex, Josh e Noah não soltaram suas mãos, simplesmente não vendo motivos para isso.
 
— E então, se divertindo muito? — Josh perguntou, pegando um docinho com a mão livre.
 
— Muito, mamãe — Henry responde, sorridente. — Comemos muito, e também dançamos, e o tio Alex me carregou de cavalinho!
 
— Cavalinho no meio de uma festa? — Noah franziu o cenho para Alex.
 
— É que ele pediu com muito jeitinho — Alex respondeu, dando de ombros enquanto se levantava. — Se me dão licença, eu vou encontrar uma garota que conheci por aqui.
 
Eles se despedem enquanto Alex sai pela pista de dança, procurando pela tal garota. Noah e Josh finalmente soltam as mãos, sentando-se ao lado de Henry, que está distraído demais tentando fazer um carinha sorridente em um prato, usando os salgados da festa, para se importar com a proximidade entre os mais velhos. Urrea se senta ao lado de Josh, deixando-o no meio entre ele e Henry, e pega um dos docinhos da mesa, levando aos lábios enquanto Josh ainda tenta controlar sua respiração.
 
— Não quer ir dançar, neném? — Josh pergunta para Henry, não se importando quando Noah o abraça de lado, mantendo-se perto.
 
Henry assentiu, não podendo responder pois estava com a boca cheia de doces.
 
Aproveitando a animação de Henry, Noah e Josh se divertiram com ele a noite toda, parando no lugar novamente apenas quando Josh ergueu um brinde aos recém-casados, que estavam se despedindo dos convidados para irem embora.
 
Não demorou para Ryan e Samuel entrarem na limusine, despedindo-se e agradecendo pela presença de todos.
 
Depois que os dois foram embora, a festa aos poucos foi esvaziando. Henry já dormia cansado nos braços de Josh, então Noah decidiu ir procurar Alex para poderem ir embora. Os dois não tinham combinado nada, mas levando em conta que o irlandês havia desaparecido, eles provavelmente não voltariam juntos para casa. Mesmo assim, Noah queria ter certeza.
 
A confirmação veio quando ele encontrou Alex beijando uma garota perto dos banheiros do salão, então voltou ao encontro de Henry e Josh, enviando uma mensagem para o amigo, dizendo que já estava indo embora, e passaria a noite na casa de Josh.
 
Noah e Josh acomodam Henry no banco de trás e então se ajeitam na frente, exaustos, estando de pé há muito tempo. Fora um dia cansativo e longo, e eles mereciam descansar.
 
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Ainda naquela noite, depois de colocarem Henry para dormir, e se ajeitarem para deitar, Noah e Josh trocaram um singelo beijo de boa noite e foram descansar, cada um em um quarto. Lembranças e feixes do dia passavam rapidamente por suas mentes enquanto eles se forçavam a pegar no sono, exaustos.
 
De ambos os lados, mentes trabalhavam para digerir todas as palavras de amor ditas naquela tarde, algumas sendo mais compreensíveis que outras. Eles pensavam em quais daquelas palavras combinavam com eles, e mesmo sem saberem, os dois pensavam na mesma coisa.
 
Suas mentes, um pouco confusas e certamente cheias demais, trabalhavam em memórias que, apesar de aquecê-los, também eram capazes de fazê-los sentir uma tristeza que se camuflava entre uma lembrança e outra.
 
Mesmo sem nada combinado, mesmo sem intenção, eles sonharam um com o outro.
 
Então, memórias começaram a surgir.
 
 
 





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