Chapter Two: There's Something Beautiful in The World

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Boa leitura!






— Mamãe, viu meu paninho? — Henry perguntou, se ajoelhando na frente do sofá para poder checar o vão entre o móvel e o chão. Eles haviam acabado de tomar o café da manhã e estavam se preparando para sair. Estavam com um pouco de pressa e, por isso, Henry almejava encontrar seu tão amado paninho, antes que não tivesse mais tempo de procurar.

Josh fechou o zíper da mochila de Henry, depois de se certificar de que tudo o que era necessário para a criança usar durante o dia estava ali dentro. Colocou a mochila — com os desenhos do Scooby Doo, típicos de Henry, espalhados por ela — pendurada em um de seus ombros, sorrindo de lado ao encontrar o paninho de cor creme, um pouco desbotado, sob a mesinha de cabeceira, ao lado da cama de Henry. Ele o pegou, sabendo que seu filho gostava de tê-la por perto quando ia para novos lugares, ou conhecia novas pessoas, como se aquele fosse seu escudo de proteção onde quer que fosse — tirando por Josh, que realmente era sua maior defesa, fosse qual fosse a situação. Dessa vez, não foi diferente. Era seu primeiro dia de aula na nova escolinha, e, pela primeira vez, ele passaria um tempo a mais longe de sua mamãe, então estava nervoso, e também ansioso.

Henry tinha aquele paninho desde que nasceu. Quando ainda era um bebê, ele dormia agarrado ao pedaço de pano, que na época era novo. Acabou pegando o costume de mantê-lo com ele para dormir, e, conforme crescia, se apegava àquilo como se fosse realmente uma proteção. O pequeno gostava dele e o mantinha como seu amuleto da sorte. Tinha o cheiro de sua mãe e, consequentemente, o cheiro de seu lar, o que lhe dava conforto sempre que precisava passar muito tempo longe de casa, para que ele não tivesse medo. Todos na família sabiam que Henry era um pouco tímido e ainda tinha medo do mundo, e se agarrava a qualquer coisa, ou pessoa, que o passasse segurança. Josh sabia que era algo importante para seu filho, por isso, caminhou para fora do quarto, encontrando o pequeno Beauchamp levantando o tapete em busca de seu tesouro perdido. Ele sorriu, como a mãe orgulhosa que era, notando o quanto seu filho havia crescido.

— Aqui está, filhote — Josh chamou sua atenção, estendendo o paninho na direção da criança, que correu até ele animado. Henry pegou seu paninho e o abraçou, agradecendo à sua mamãe por tê-lo encontrado. — Já tomou seu leite? Comeu suas torradas? Estaremos saindo em alguns minutos.

— Já sim, mamãe — Henry balançou a cabeça, olhando para seus sapatos. Os cadarços haviam sido amarrados por ele, mas estavam se soltando a todo minuto. Não estavam firmes como deveriam estar. Ele ainda não era muito bom com nós. — Mamãe, pode amarrar meus sapatos, por favor?

Josh sorriu para ele, assentindo. Ele tinha um cuidado muito grande com cada coisa que fazia por Henry. Tinha algo a ver com seus instintos maternos, que não o permitiam deixar seu pequeno filhote desamparado, mesmo que fosse apenas um nó simples de sapato. Deixou a mochila cheia de desenhos no sofá e se abaixou, alcançando os pezinhos pequenos de Henry, o oferecendo apoio, para que ele não caísse com o provável desequilíbrio — obviamente herdado de seu pai —, e ajeitando os cadarços em seus sapatos. No final, ele ganhou um grande sorriso do filho, em agradecimento.

— Sente-se no sofá para não se sujar, e guarde seu paninho na mochila, para não acabar perdendo — o mais velho o instruiu, enquanto se levantava. — Vou buscar minhas coisas e então saímos. Não vou demorar.

Henry concordou e subiu no sofá, se sentando ao lado de sua mochila. Ele observou sua mãe ir para o quarto e, depois de ficar sozinho na sala, fez o que havia sido instruído a fazer. Abriu o zíper menor da bolsa e ajeitou o paninho ali dentro, em seguida, voltou a fechar a mochila, aguardando pacientemente em seu lugar no sofá. Comportado, ele se manteve do jeitinho que sua mãe havia pedido: sentado para não se sujar. Ele balançava seus pezinhos de um lado para o outro, para frente e para trás, mexendo em seus dedinhos de modo ansioso. Uma nova escola o assustava, ele não sabia se teria bons professores e bons colegas, e passaria muito tempo longe de sua mamãe. Queria poder ficar em casa recebendo carinho e assistindo seus desenhos, mas sabia que sua mãe sentiria orgulho dele se ele se comportasse e fosse à escola, como um menino crescido.

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