Chapter Twelve: I Feel This Way

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É hora do intervalo na escolinha e Henry se senta sozinho num banquinho pequeno em frente a uma das mesas do refeitório. Ele abre sua lancheirinha, sorridente pelo lanchinho preparado por sua mamãe. Havia um sanduíche de presunto e queijo, dois pedaços de bolo de cenoura e um suquinho de uva esperando por ele. Sua mãe também colocou um bilhetinho com corações desenhados, e vários “xoxo” espalhados pelo papel.

Todas as outras crianças fazem uma grande algazarra, enquanto ele se preocupa apenas em comer seu lanche, não se importando de estar sozinho, apesar de às vezes gostar de ter alguém para brincar.

No entanto, ele não ficou sozinho por muito tempo, pois Peter logo se sentou ao seu lado, sorridente com seu lanche.

— Eu trouxe torta de limão — Peter anuncia. — Te dou um pedaço se me der uma figurinha.

— Qual figurinha? — Henry pergunta, interessado.

— Aquela do gatinho de olho verde — Peter diz, sabendo que Henry nunca lhe daria nenhuma figurinha do Scooby Doo. — Da agendinha.

— Tem chantilly na torta? — Henry pergunta, tentando descobrir se a troca vale a pena.

— Mamãe colocou mais creme no meu, porque eu queria dividir com você — Peter respondeu, virando o rosto para que Henry não percebesse que ele estava corado.

Henry sorriu timidamente.

— Tudo bem — ele concorda, acenando com a cabeça. — Quando formos pra sala de novo, eu te dou duas figurinhas.

Peter sorriu, concordando.

Eles dividiram a torta e Henry deu um de seus pedaços de bolo para Peter, enquanto observavam as outras crianças brincando.

Henry gostava muito de Peter, e gostava de ser seu amigo. Eles quase sempre dividiam o lanche, sentavam juntos nas aulas e Peter era o garoto mais gentil com ele, em toda a escola.

— Peter... — Henry o chamou, meio incerto. — Sua mamãe e seu papai gostam muito de você?

Peter franziu o cenho, confuso.

— Eu acho que sim — ele respondeu, incerto. — Mamãe e papai cuidam de mim, me colocam pra dormir e contam histórias. E me deixam dormir com eles quando tenho sonhos ruins.

Henry pensou um pouco.

— Mamãe faz tudo isso — diz, pensativo, enquanto toma seu suquinho devagar. — Como é ter um papai?

— Hmm... Papai brinca comigo sempre que eu peço, e me ajuda com o dever de casa — Peter citou, contando todas as coisas nos dedinhos das mãos. — Desenhamos juntos e ele prepara minha comida quando eu peço algum doce. Nós fomos juntos pedir doces de dia das bruxas e ele vive me dando presentes.

— Seu papai escreveu cartas pra você? — Henry perguntou, curioso.

— Não, mas já fez desenhos — Peter respondeu, dando de ombros. — Por quê?

Henry pensou em Noah, e em como tudo aquilo lhe lembrava dele.

— Nada — respondeu, como se não desse importância para o assunto.

Mas ele se importava. Apenas não entendia.

O intervalo acabou, então todos voltaram para suas respectivas salas. Henry e Peter se sentaram em seus lugares, um ao lado do outro, e antes que sua professora começasse a falar, Henry deu duas figurinhas para Peter, e um bilhetinho cheio de “xoxo”, pois, como sua mamãe havia o ensinado, beijos e abraços significavam muito mais do que pareciam significar.

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