A guerra chegou

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Um sol lindo nasceu, invadindo tudo que encontrava pela frente.

Mas o frio ainda insistia em permanecer com uma temperatura de - 14 graus na pequena região em Kiev.

Uma loira tinha as cobertas até a cabeça pelo frio, mas logo percebeu pelo buraquinho do rasgo em seu cobertor que o dia já clareava.

Abriu os olhos com dificuldade ao tirar as cobertas e se espreguiçou. Depois correu pra trocar a roupa e colocar seu único casaco de lã.

Sua mãe ainda dormia profundamente. Verificou se ela tinha febre, mas ficou feliz ao ver que não tinha nada.

Preparou um chá das folhas que cresciam ao redor da casa e levou até a mais velha que se acordou com um sorriso.

- Bom dia Mama. A senhora parece radiante!

- Tive uma boa noite de sono filha. Obrigada.

Se sentou e foi tomar seu chá. Kara sorriu e foi lavar o rosto e escovar os dentes.

Arrumou seu cabelo num rabo de cavalo e pegou sua bolsa.

- Preciso ir mama. Logo mais estarei de volta. - Beijou a testa da mãe.

- Tome cuidado filha. Bom trabalho.

- Ya tebe lyublyu!

- Ya tebe lyublyu..

Saiu pela porta cumprimentando os vizinhos como todos os dias.

Andou alguns quilômetros pelas ruas de barro e avistou uma casa antiga de longe.

- Olha quem chegou Vladimir. - Uma senhora de cabelos grisalhos sorriu ao ver a mais nova abrir o portão.

- Bom dia senhora Grant.

- Bom dia Snowbird! Entre, entre.. acabei de fazer café.

- Não se preocupe. Irei direto fazer minhas tarefas, agradeço a gentileza.

- Mocinha, você sempre nega meu café. Pois quero que tenha energia para o dia. E o dia se começa com um bom cafezito.

- Ela tem razão loirinha. - O senhor se aproximou e entrou indo até a cozinha. - Sempre tem razão.

- Viu só.. um dia você precisa se casar com um homem sensato como Vladimir. - Sorriram.

- Pois.. apenas não quero me aproveitar e gastar do seu café, que deve ser caro.

- Não diga besteiras. Tome um pouco, sim?

Entraram na cozinha de madeira e Kara se sentou na mesa enquanto a senhora servia uma xícara de café.

Fechou os olhos ao sentir o cheiro. Tomar café era algo que só desfrutava todas as manhã na casa dos Grant, mesmo ela insistindo que não precisava, pois não queria atrapalhar.

Mas ela amava sentir o gosto de um café bem passado. Não imaginava o que era aquele líquido, até começar a trabalhar com os senhores e ajudar nas plantações.

Ambos ensinaram muito a ela sobre as hortas, os arvoredos e alguns animais que tinham.

O lugar era como se fosse uma mini fazenda. Era um refúgio ir para lá todas as manhãs mesmo que seja para trabalhar.

Terminou seu café e logo acompanhou seu Vladimir para colher todas as verduras que já estavam prontas.

A vista de frente da casa, não percebia-se o os tamanhos de estufas e plantações que tinham na parte de trás.

O trabalho era prático. Auxiliar em tudo que os Grants precisassem. Eles vendiam ovos, verduras e frutas.

O pagamento não era muito, mas era o que eles tinham condição para poderem se sustentar também.

Entre o amor e a guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora