Não se afaste de mim

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- O que foi que você disse?

O Coronel mantinha sua postura, mas seu rosto se enrijeceu mais do que de costume. A raiva e a frustração afloraram pelo seu corpo.

- Isso mesmo que o senhor ouviu. Sua filha está abrigando o inimigo e nega o seu dever. - Fez uma pausa. - E presumo em dizer.. nega o seu país. Eu mesmo vi com meus próprios olhos.

- Aquela criatura não é minha filha e nunca foi. Eu a treinei para ser um soldado, um cão de guerra, e o que eu recebo em troca? Uma fraca e traidora.

- Devo dizer Coronel, sempre suspeitei que ela não estivesse do nosso lado. Ensine uma mulher o dever de um homem e receba maldições.

- Eu vou matá-la com minhas próprias mãos. - O mais velho trincou os dentes e cerrou os punhos. - Lidere as tropas, vá para o campo. Deixe-me saber de tudo.

- Sim coronel. - Sorriu de canto.

- Saiba que receberá recompensas por sua lealdade Tenente.

- E tem mais..

- O que é?

- Reconheci uma das mulheres. Ela se chama Alura.

- E quem é essa?

- O senhor não deve se lembrar, mas há 20 anos estávamos no projeto de testes para super soldados..

- Como pode falar que não me lembro, é claro que me lembro. Tive que gastar muito dinheiro para contratar aquela equipe de cientistas idiotas.

- Certo senhor. O soldado Zor-el tinha se apresentado como cobaia, mas não deu certo a vacina.

- Eu tinha muito apreço por aquele rapaz, até que destruiu todo nosso plano. - Disse impaciente.

- Alura era a esposa dele..

- Certeza disso?

- Eu nunca esqueço um rosto. E ela  estava com uma garota ao seu lado. Aparência de vinte e poucos anos.

- É o que estou pensando?

- Certamente...

- Nesse caso, mudança de planos. Eu e você vamos atrás daquelas vadias.

Tudo o que Edgepetrov queria ouvir. Abriu um sorriso e consentiu com a cabeça.

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Já tinha se passado algumas horas da viagem. Alex e Alura estavam dormindo no banco de trás enquanto Lena dirigia concentrada e pensativa.

Kara a observava de vez em quando mas tentava disfarçar. Depois daquele beijo de surpresa, ela se sentia nas nuvens apesar de toda a situação.

Lena olhou de canto a loira e pegou no flagra. Sorriu disso deixando a outra toda desconcertada.

- O que está olhando? - Seu tom foi tranquilo.

- N-nada.. - Kara ainda tinha receio em se abrir com a morena. Poderia se magoar se falasse algo que a outra não gostasse e fosse grossa.

- Estamos viajando tem 4 horas e você fica me olhando entre esses intervalos. O que foi? - Olhou nos olhos azuis intensamente.

- Eu.. - Mexeu nas mãos com vergonha.

- O que..?

- Eu nunca tinha recebido um beijo antes.

- Sério? - Ergueu as sobrancelhas voltando a olhar pra frente.

- Uhum..

- Você.. nunca quis beijar alguém?

Entre o amor e a guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora