Apagada

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Entrei em meu apartamento e vi a Imra lendo um livro qualquer, olhei em volta e não encontrei o Brainy.

— O Coluano ainda está aqui?

— Sim. — Imra olhou-me com surpresa. — Tudo bem, Seeg? Alex me enviou uma mensagem contando o que aconteceu. Kara, está preocupada com você.

— Eu estou bem. — era uma mentira bem contada, há algumas horas eu não me sentia bem. Havia uma irritação tomando conta de mim, que eu não sabia se eu iria guardar ela somente pra mim por muito tempo. — Eu vou para o meu quarto. O quarto de hóspede está disponível para você, Imra. O Coluano precisa ir embora. — fui para o meu quarto, tomei um banho relaxante e me joguei na minha cama. Eu precisava dormir.

Precisava, mas não consegui. A presença do Brainy em meu apartamento estava incomodando-me de forma surreal.

Deixei o meu quarto e seguir para o de Nia, parei em frente a porta, fechei os olhos e respirei fundo tentando me acalmar.

— Seeg. — Imra se colocou ao meu lado. — Ele vai embora, só dá uns minutos a mais a eles.

— Não. Ele sequer se moveu para procurar a Nia, e ainda foi cúmplice da Kara em me manter naquela sala, agora ele quer ficar ao lado dela como se fosse um herói? Não, eu cansei da presença dele aqui. — sem bater na porta eu a abrir surpreendendo o casal que naquele momento estava se beijando. — Você tem um minuto para deixar o meu apartamento Coluano, mas antes de sair, faz um favor pra mim. Conta pra Nia o quanto você me ajudou na procura por ela. Nia vai ficar feliz em saber que o namorado dela estava extremamente preocupado. 

Me dirigi à cozinha para tomar um pouco de água e sentir meus olhos arderem. 

— Eu já estou de saída. Nia deseja falar com a Srtª. — não olhei para trás e muito menos me mexi e dei uma resposta ao garoto que veio do futuro.

Queria ir até a Nia, mas eu não conseguia. A dor que estava em meu peito me faria falar o que não posso expressar. O ódio que está percorrendo por toda minha corrente sanguíneo não é normal, e me fará agir feito uma idiota. E se tem alguém que não merece ter uma pessoa rude e grossa ao lado, essa pessoa é a Nia.

Voltei para o meu quarto e tranquei a porta. Sem o Brainy no quarto ao lado, eu iria conseguir dormir em paz.

***

Despertei ao som de algumas batidas na minha porta, usei minha visão de raio-x e suspirei ao ver que era a Nia. Caminhei até a porta e a destranquei dando passagem para ela entrar.

— Precisamos conversar, Seeg. 

— É tão urgente que você precisava me acordar tão cedo? Eu estou cansada Nia. Depois conversamos. — voltei para a minha cama e me joguei nela cobrindo minha cabeça com um travesseiro.

— Eu preciso saber o que aconteceu pra você agir de forma grossa com o Brainy.

— Eu magoei o teu namoradinho sensível? Quer que eu peça desculpas? — perguntei sem sair da posição que eu estava.

— Eu só quero entender o que está acontecendo.

Retirei o travesseiro e me sentei na cama com o olhar fixado em Nia.

— Nia, eu fui até aquela maldita agência pedir ajuda ao Brainy para te procurar, e a única coisa que ele me falou era que ele não poderia colocar o destino de muitos em risco por causa de uma única pessoa. Eu fui drogada enquanto era exposta a Kryptonita verde e fui jogada em uma cela que continha uma imitação fajuta de sol vermelho que me impedia de ter os meus poderes quando tudo o que eu queria era rodar o multiverso à procura de você. — me coloquei de pé e me aproximei da Nia. — Tudo o que me interessava era o seu bem estar enquanto o seu namorado que conhece uma descendente sua não se importou se ela iria nascer ou não no futuro, porque pra ele não era importante te procurar, e o que você faz ao voltar para terra? Você se entrega pra ele, sem nem se questionar onde ele estava e o que estava fazendo enquanto o ser que ele trouxe para esse tempo a sequestrou?

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