Era uma vez um anjinho pequeno e curioso. Era uma simples criança sapeca e cheia de energia, que não aguentava muito tempo parado e vivia se questionando e admirando todas as coisas.
Esse pequeno anjo tinha uma admiração especial pela a Terra. Lá era um lugar tão bonito, tão pacífico.... O anjo ficava horas admirando aquele planeta tão incrível, principalmente os seres que lá viviam. Ele acreditava que toda vida era linda, desde as plantas até os animais, sejam eles uma pequena formiga ou uma gigantesca girafa. Depois de tanto apenas encarar, o pequeno decidiu que iria explorar aquele lugar. Saiu tarde da noite às escondidas, para ninguém brigar.
Em um primeiro momento foi tudo tão perfeito! O anjinho não perdeu sua essência alegre e questionadora, não mesmo, acabou que ele se interessou ainda mais em entender tudo à sua volta. Olhando mais de perto, o anjo pode entender melhor os seres "dominantes" daquele planeta, que seriam os tais seres humanos.
E que raça encucada que eles eram! Uns eram bonzinhos com Terra e com o anjinho, outros eram maus com o planeta, não se importando se matavam ou destruíam, apenas ligando para o seu próprio bem estar. Aquilo começou a incomodar nosso pequeno, que preferiu apenas concluir que eles eram complexos de mais pra uma mente tão jovem.
Até que um belo dia ele teve uma brilhante ideia (uma da qual se arrependeria amargamente depois): como melhor entender algo se não justamente sendo esse algo?! O anjinho estava eufórico com a ideia genial que ele tinha tido, escondeu as asas e começou a se portar mais como humano, até que sua mente topou ajudá-lo.
Bom, agora que a história começa a ficar menos "bonita e pacífica" para nosso pequeno curioso....
A mente, vendo que o anjinho queria tanto entender como os tais humanos funcionavam de corpo e alma, decidiu que começaria a mostrar como realmente funciona uma cabeça humana. Uma cheia de medos, tristezas, raivas, inseguranças....
Não se sabe ao certo quando a mente se tornou tão má, nem com que velocidade ela tomou de vez os pensamentos felizes e coloridos do anjo para trocar por falsos cenários onde tudo estava escuro, barulhento e confuso. Ela deixou tudo um caos!!
O pequeno já arrependido de ter escolhido se tornar um desses seres doentes, pedia praticamente todos os dias para que alguém, quem quer que pudesse ouvi-lo, fizesse ele sumir, que fizesse como se nunca tivesse descido para explorar esse planeta tóxico, mas nunca era atendido. Seja como punição por sua admiração ter o levado a fugir, seja por não ligarem, ou qualquer outro motivo corrompido que a mente insistia em sussurrar baixinho no ouvido do anjinho, já não deixando mais ele saber se aqueles pensamentos eram dele ou daquela voz cruel que nunca fez questão de se apresentar...
Bom, pelo menos ele conseguiu concluir o objetivo. Entendeu a mente humana... Mas só agora ele iria entender o quão realmente mal esses seres diabólicos podiam ser.
Os detalhes ninguém se sabe. O pequeno anjinho ficou traumatizado de mais para revelar, a mente se recusou a contar, disse que nem ela era tão cruel ao ponto de aquele tormento relembrar. Tudo o que sabemos foi o estado que ele ficou depois. As asas, que eram tão preciosas e libertadoras para um anjo, foram serradas sem dó por uma faca cega, diversos ferimentos por todo o corpo, sem contar com os que ninguém se via, onde até a mente começou a ter dó do menino. A tal da esperança, que teoricamente era a última que deveria morrer, essa foi assassinada bruscamente no primeiro golpe que ele levou.
Vocês devem estar se perguntando: "como ele está depois disso? Uma hora todos as feridas se curam, certo?" Errado
Tá, as feridas físicas não deixaram muitas cicatrizes, logo depois de um tempo foram sumindo uma a uma. Dessas ele fez questão de cuidar bem!! Se alguém visse o quão venerável ele realmente era, talvez aproveitassem que ele não conseguiria se defender e fariam a mesma coisa, ou até pior! Então o anjo arrependido tratou de cuidar de todas até não sobrar nada além de pequenas manchas eternas para lembrar ele daquele momento estúpido onde ele não conseguiu se proteger.
Foi aí que ele se viu na necessidade de criar barreiras, ninguém mais poderia machuca-lo se ele estivesse preparado. Então, aos poucos, o anjinho ferido foi construindo enormes muros ao redor dele, que depois de um tempo começaram a se formar sem ele ao menos perceber. Talvez elas estivessem com dó do quão vunerável ele estava ainda se recuperando dos golpes...
Mas claro, o anjinho não poderia deixar de emanar luz. Alguém poderia estranhar que aquele ser tão puro não estava erradia do sua costumeira felicidade, e tentar entrar para ver o que aconteceu e ver ele ferido e e..... Certo, isso seria horrível. Trate de arrumar uma ou duas máscaras para podermos exibi-la para o mundo.
Acho que essa tal "máscara de trás dos muros" poderia ser vista como.... Uma armadura banhada em ouro. É brilhante, muito admirada e valorosa por fora e protege bem quem estiver dentro, mas mesmo assim, é escura, oca e desconfortável.
Essa história aconteceu a muito tempo. Depois disso, o anjinho continuou escondido, ferido e com medo de reencontrar aqueles seres crueis que são capazes de atirar facas em forma de palavras. Ninguém sabe como ele está. Não se sabe se ele se recuperou, se as asas votaram a crescer, se as tais barreiras foram úteis de alguma forma, nem ao menos se ele ainda está vivo.
É, uma certeza nós temos, ele ainda se sente intimidado quando há muitas pessoas ao derredor, e pegou certo apresso por criar máscaras diferentes, seja por tédio, seja por segurança. Nunca perdeu sua estranha fascinação pelos seres da Terra, passou a entender mais como cada um funcionava, seja mentalmente, seja em grupo, seja sozinho
Um anjo curioso, ferido, sem esperança, que praticamente vive de máscaras, com uma mente cruel e sinceramente quase morto.
Ainda sim só uma criança que foi ferida injustamente
-18/06/22.
02:34Am
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poemas
Poetrysó poemas e textos q eu escrevi em algum momento da vida e deu vontade de compartilhar Basicamente é isso msm