Salvador

69 8 0
                                    

Apertei as mãos no cabo, apavorada com a ideia de cair. O desespero crescia a cada minuto, a ideia de morrer dessa forma fazia lágrimas escorrerem.

"Não posso largar!" pensei.

Harry. A única pessoa que me fazia continuar segurando aquela vassoura idiota. Não posso deixá-lo sozinho. Se tentasse empurrar meu corpo para vida de uma vez meus braços cederiam, então ergui uma perna te tando prendê-la contra contra o cabo. Falhei.

"Merda".

Estou suando, tremendo e meus braços doem. Não vou aguentar por muito tempo. Respiro fundo e lentamente, tentando organizar meus pensamentos e reunindo o máximo de forças que me resto gritei. O mais alto que minha voz permitia.

— Me desculpa irmãozinho. — disse entre soluços.

Apertei os olhos, me preparando para mergulhar no vento, meu braço tremia tá só que sabia que não aguentaria mais. Os dedos começaram a escorregar, um a um, e quando consegui formar a mão, todos. Senti o cabo sumindo de minha mão, e sabia que loco a esquerda também cederia. Abri os olhos assustada ao sentir um mão agarrar seu braço. Oliver Wood acabara de me salvar.

Oliver ergueu um pouco a vassoura me ajudando a subir. Assim que apoie meu peso no objeto uma onda de alívio me invadiu, mas ainda estava aflita demais pra me permitir relaxar.

Estava agarrada em Wood, coloquei meus braços em volta de seu corpo e apoie minha acabava em seu ombro. Permitindo que as lágrimas rolem pelo meu rosto.

— Eu estou te segurando. — e realmente estava, segurava minha cintura de forma apertada, quase protetora. — Vamos descer, está bem?

Não respondi, simplesmente não saiu, o nó em minha garganta era grande mais. Mas assenti levemente com a cabeça.

Ele foi devagar e pousou no chão gentilmente, praticamente pulei para fora da vassoura e sentei no chão agarra do minhas pernas. Pensei que o moreno iria embora depois disso, mas ele ficou, sentou ao meu lado esfregou a mão nas minhas costas numa tentativa falha de me acalmar.

Não sei por quanto tempo ficamos ali, mas já era noite. O tempo esfriava e precisávamos ir embora, mas não conseguia me mexer. O silêncio que pairava entre nós estava ficando desconfortável, então Oliver o quebrou.

— Sinto muito. — virei o rosto lentamente para encara-lo. — De verdade. E-eu fui um idiota em te tratar daquele jeito, você não fez nada. — ele olhou para as próprias mãos de maneira envergonhada. — Você nunca fez nada.

— O que você quer dizer? — minha voz soou mais fina do que o normal.

— Você sempre tentou ser legal comigo... no primeiro ano tentava ser minha amiga e eu simplesmente te afastava. — eu não sabia o que dizer. — Eu me sentia inseguro perto de você. Sempre tinha tanta presença e eu era só um zé-ninguém que nem me equilibrar numa vassoura conseguia. Mas não é desculpa, nunca devia ter te tratado como tratei todos esses anos.

Procurei a voz que estava perdida em minha garganta.

— E o te fez mudar de ideia? Digo, até algumas horas atrás você estava praticamente pisando em mim. — o encarei com expectativa.

— Ontem quando conversarmos eu vi a mentira que criei em minha cabeça, você nunca foi egoísta ou arrogante, muito pelo contrário. Eu que era... — ele olhou para mim envergonhado. — E hoje eu simplesmente não consegui lidar com os meus sentimentos e explodi.

— Sentimentos? — perguntei um pouco nervosa.

Será que ele teria sentimentos por mim? Mas isso não faz sentido algum.

— É. Sabe as coisas estão um bagunça em casa e acabei descontando tudo em você... — Oliver não percebeu o tom da minha voz quando perguntei. Ainda bem. — Mas não tem justificativa.

Aquilo era novo. Oliver Wood se abrindo e principalmente para mim, o que será que aconteceu? Claro que ainda estou um pouco mal pelo o que houve mais cedo, mas se tem uma coisa que eu aprendi é que guardar rancor não ajuda.

— Tudo bem. — dei um leve sorriso em sua direção. — Eu te perdoo. — o jovem retribuiu com um aceno de cabeça. — Então... amigos?

Ele me encarou um pouco confuso. Acho que não esperava que eu ainda quisesse qualquer tipo de aproximação depois de tudo.

— Sabe, aprender a perdoar a si mesmo também é bom. — estiquei a mão esperando sentir sua mão encontrando a minha.

— Você é legal Potter. — e então senti.

Levantei-me indo em direção a vassoura partida no chão, ela deve ter caído quando Oliver me segurou. Pequei os destroços sentindo um aperto no coração.

"Essa vassoura era do Harry, como ele vai fazer para jogar agora?"

É só uma vassoura. Antes ela do que você. — Wood disse se aproximando.

— Não! E além do mais nem é minha, pertence ao meu irmão, só a peguei para voar já que esqueci a minha no dormitório. — bufei chateada.

Como contaria a ele que sua vassoura perdeu o controle magicamente e tentou me arremessar para fora dela. Espera. Como ela fez isso?

— Wood, — cutuquei o braço do moreno. — você já viu uma vassoura fazer aquilo? — ele parecia pensar na resposta.

— Hmm não. Nunca. — ele se agachou me ajudando a pegar o que restara. — Na verdade eu já vi, uma vez. Uma garota teve a vassoura azarada a mais ou menos dois anos. — parecia não notar a importância de suas palavras. — Foi bem perecido com o que aconteceu com a sua.

Levantou os olhos bruscamente, finalmente se deu conta do que disse.

— Azararam sua vassoura! — falou com espanto.

— Não. Azararam a de Harry.

Gelei. Alguém tentou ferir meu irmão! Se não tivesse pogo provavelmente seria Harry pendurado em seu cabo durante o treino amanhã, e quem poderia dizer que ele aguentaria?

Meu sangue ferveu.

"Seja lá quem fez isso vai pagar. E caro!" pensei.

(EM HIATUS) Extraordinary | Oliver Wood Onde histórias criam vida. Descubra agora