Não me chame de ciel

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Spoiler mangá

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— Está ruim? — O mordomo perguntou ao ver a careta que seu mestre fez.

— Você já fez piores. — Devolveu a xícara cheia de chá de volta a mesa.

— Não entendo. As proporções de água, ervas e açúcar estavam exatamente iguais a receita do livro.

— Estamos na Inglaterra, até mesmo bebês recém nascidos sabem fazer uma xícara de chá decente. Nesses anos todos você fez tantas vezes chá e mesmo assim conseguiu errar? Tire isso da minha frente.

— Sim, meu lorde.

O homem de fraque preto se curvou em desculpas e recolheu a xícara a colocando sobre a bandeja de prata junto ao bule de porcelana francesa. Ergueu seus olhos novamente ao jovem nobre de aparência cansada.

— Jovem mestre diga-me o que tanto o aflige.

— Como?

— Em situações normais você provavelmente jogaria esse chá quente em meu rosto, gritaria e me xingaria de demônio estúpido.

— Quer que eu faça isso?

— Não exatamente. Apenas estranhei a situação. Se sente bem?

O Phantomhive poderia até rir da atitude do mordomo se não tivesse tão sem humor.

— Saia daqui. Eu quero ficar um pouco sozinho. — Suspirou fechando os olhos e encostando suas costas na cadeira do escritório.

Sebastian ignorou o pedido. Tirou a luva da mão direita. Devagar se aproximou e colocou a palma gelada sobre a testa do conde.

— O que está fazendo? — Indagou sem se dar o trabalho de abrir os olhos. Sabia quem era. Conhecia muito bem o toque daquela mão.

— Vendo se está com febre. Me parece que seu calor corporal está normal. Está doendo em algum lugar. A cabeça? O peito?

— Sebastian... — O conde afastou seu toque — Cale a boca. Eu apenas trabalhei demais nos documentos da Funtom. A bagunça em que meu irmão deixou a empresa é desastrosa. Quase faliu.

— Eu posso ajudar em algo?

— Um demônio querendo ajudar?

— Eu apenas estou preocupado com você.

O garoto riu fraco. E com as poucas forças que ainda lhe restavam tentou se levantar. A tontura quase o fez cair no chão, mas Sebastian rapidamente o apoiou em seus braços.

— Bocchan?

— Leve-me para o quarto. Quero dormir um pouco. Ainda tenho que pensar no que vou falar para a rainha e os 'urubus da Yard sobre meu verdadeiro eu.

— Certamente. Para o corpo humano exausto uma boa noite de sono é o melhor remédio. De qualquer forma, irei preparar um desejum reforçado para o café de amanhã.

O mordomo o pegou no colo. Magro, leve, pequeno para a idade. Parecia que o jovem Phantomhive nunca crescia. Enquanto o demônio o carregava até o quarto pelo corredor um chamado da empregada correndo em sua direção o fez parar.

— Me-Mestre... Jovem Mestre Ci-Ciel... tem uma ligação para você.

Mey-rin gaguejou assustada ao ver o olhar do Conde.

— Diga... que Ciel está morto — O garoto ordenou.

A ruiva estremeceu e correu para dar o recado e desligar o telefone.

— Você sempre foi um habilidoso mentiroso, Bocchan. Agora finalmente aprendeu a dizer a verdade. — Sebastian falou e voltou a caminhar em direção ao quarto.

— Esse sou eu. Nunca mais fingirei ser outra pessoa. Meus antecessores morreram, Ciel morreu. Eu sou o único que sobrou dessa família amaldiçoada. Até o fim... serei eu mesmo.

— Até o fim! — O demônio repetiu com um sorriso nos lábios.

— Até o fim! — O demônio repetiu com um sorriso nos lábios

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Fim

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