o último aniversário

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Para o Phantomhive, seu aniversário tão próximo do dia de Natal eram datas extremamente dolorosas

Dezembro. Os servos da mansão já sabiam que esse mês era importante. Não apenas esperavam ansiosos o Natal com neve, mas também a comemoração do aniversário de seu jovem mestre

Mesmo assim nada havia de decoração colorida nas paredes, tão pouco guloseimas e bolos eram preparados na cozinha. Os corredores frios e os quartos silenciosos eram melancólicos assim como o dono do lugar

O mordomo estava indiferente as perguntas frequentes dos empregados sobre o porquê de não ter uma festa. Na cozinha ele tirava a chaleira de água fervente de cima do fogão e despejava sobre um pequeno coador com ervas da mais alta qualidade. Pelo lado de fora se podia ver a neve se acumulando e as cinzas nuvens escurecendo o céu. Enquanto empurrava o carrinho o agradável aroma de chá invadia os lugares por onde passava

Apenas duas batidas na porta do escritório para anunciar sua presença era o suficiente. A magra figura que logo completaria quatorze anos estava de pé melancólico com o olhar vazio em frente a janela

— Nesse ano a neve está forte — Sebastian comentou

Foi só ao ouvir a voz do demônio que o conde percebeu ele ao seu lado com um sorriso falso nos lábios e nas mãos enluvadas a xícara de chá

—  Earl grey — Disse

— Sim

Não precisavam de palavras. Nesse momento o silêncio era mais reconfortante

— Quando a noite chegar... — Sebastian falou com seus olhos já brilhando em carmesim— Deves dizer adeus a esse lugar, mas nós continuaremos juntos enquanto todos se forem... enquanto o tempo passar

— Sim — O garoto suspirou lhe entregando a última xícara de chá  que tomara na vida— Do mundo nada se leva... Mas é formidável o tempo para dizer adeus. No entanto, não sou tão bom ao ponto de fazê-los perder seus tempo com essa tolice

— Bocchan... Não irá se despedir? Bard, Mey-rin, Finny, Lau ... Lady Sullivan...

— Já chega! A minha vingança já se completou — Mesmo que o Phantomhive quisesse se fazer de forte ,sua voz saia trêmula. Era aparente a insegurança que sentia— É chegada a hora de pagar o servo que me serviu, nada mais normal que isso... Como no contrato... Minha alma é sua

Sebastian pensou seriamente na possibilidade de adiar esse momento, mas com o contrato completo não poderia mais permanecer na terra

— Bocchan... Você foi o melhor e mais interessante humano a qual servi

O demônio sussurrou enquanto limpava uma pequena lágrima que caia do olho do contrato dele. Sua verdadeira forma se revelou e ali mesmo saciou sua fome.

No andar de baixo os outros servos fizeram um bolo de aparência um tanto duvidosa. Subiram as escadas com cuidado e juntos gritaram alegres.

— Feliz aniversário, Jovem mestre!

Mas se calaram ao ver o corpo pálido sem vida no chão cuidadosamente encima de uma cama de rosas brancas.

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