Miserabilis

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Nas ruinas de uma mansão no norte da russia, um gato cinza de patas brancas roçou as pedrinhas quadradas que formavam o chão, agachou e pulou, aterrissando no parapeito de mármore da janela. Ergueu a cabeça e fez uma série de ruídos, o bigode se contoceu e o focinho rosado mexeu como se seguisse a trilha do perigo. Ergueu as orelhas e rapidamente saltou para fora sumindo dentre as árvores.
Seguimos então os velhos corredores da mansão o tão característico aroma metálico se intensificava.
Um grande quarto era iluminado pela luz de velas vermelhas em arandelas de latão pintadas de preto.
Ao pé da grande cama de lençóis brancos desbotados pelo tempo estava um jovem segurando uma bengala de madeira com detalhes nobres.
O Conde demônio inclinou a cabeça para o lado, seu cabelo azulado fluindo, os fios mais longos caindo sobre os seus olhos intensos. Ele sorriu, mostrando seus caninos brancos e afiados, estreitando os olhos.
Suas íris selvagens passaram de um doce azul para vermelho sangue, refletido a luz das velas.
Ele colocou um de seus pequenos pés pálidos na cabeça de seu servo que estava de joelhos a sua frente.

"Você é tão patético que chega a ser engraçado" ele sussurrou e inclinou a cabeça para mais perto de Sebastian, agitando o sobretudo preto que usava. "Ao contrário de mim, você sempre permanece tão dócil mesmo depois de todos esses anos comigo.. Sua sede é tão facilmente saciada, mas eu não consigo ter todo esse autocontrole. Estou sempre com fome."

Sebastian gemeu sentindo dor. Seu mestre com força o empurrou para o chão.

" Bastardo!"

O mordomo eterno, Lambeu a sola do pé de seu 'dono e deu um beijo, com os lábios trêmulos. Um olho estava meio aberto com a iris cinza opaca, o outro, marcada por uma cicatriz profunda, brilhava com um vermelho não natural. Suas presas afiadas eram arredondadas e seus lábios franzidos estavam vermelhos.

"De fato" Respondeu "Você é tão diferente de mim? Somos iguais jovem mestre. A real diferença é que o contrato não me permite me portar tão cruel como o senhor. No entanto, você sabe que de todos que servi você é meu favorito. Estou feliz por ser fiel a você como um cachorro"
Sua visão estava turva e o cheiro do sangue ao redor, penetrante, misturava-se ao da madeira podre, deixando-o tonto.

Ciel puxou o pé para trás e voltou com força para frente lhe dando um chute
"Você deve estar feliz mesmo, porque eu tenho controle total sobre você", disse.

"Um controle que você sabe exercer completamente," Sebastian murmurou com uma voz fraca.

O jovem demônio inclinou para a janela e pulou como um gato para fora a procura de um humano para destroçar e devorar a alma.

Cada século que passava era como uma deliciosa e insuportável tortura.

" Sim estou feliz" Sebastian suspirou por fim sorrindo levemente " Estou feliz..."

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