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  Boa leitura.

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—— Você está bem? -- meu pai pergunta, assim que entro no carro.

—— Bem, digamos que minha noite de sono não foi das melhores. -- ele me olha. -- Detalhes outro dia.

Estávamos no carro, a caminho do tão esperado encontro. Farei de tudo para que dê tudo certo, e eu conseguir a vaga.

Ainda era cedo, acho que se é 07:00 da manhã é muita coisa. Pego celular e vejo se tem novidades, vulgo, fofocas da Diana. Mas nada.

Desligo os dados móveis e guardo o celular novamente. Depois de alguns minutos de carro, meu pai estaciona em frente a uma cafeteria.

-- Dá tempo de tomarmos café? -- pergunto.

-- Ele propôs que o encontro fosse aqui. -- olho para ele confusa. -- Acho que é para deixar o clima "mais leve".

Ele diz simplesmente, me deixando um pouco mais ansiosa. Se é que é possível.

Pego minha bolsa e saio do carro.

-- Boa sorte querida, te amo! -- ele diz por fim, me deixando sozinha na calçada.

Olho para a porta da cafeteira e sinto meu coração bater forte. Meu pai poderia ter me dito como ele era, ou seu nome, me ajudaria bastante saber.

Caminho até o estabelecimento, há algumas pessoas. Passando entre algumas mesas, vejo uma que possui um homem sentado enquanto digita algo em seu celular.

Levantando seu olhar para cima e percebendo minha presença, fez um sinal para que eu fosse até ele. Achei.

Quando me aproximo ele diz:

-- [Nome] [Sobrenome], certo? -- estende sua mão e eu o comprimento. -- Bom dia.

-- Sim, sim. Bom dia.

-- Me chamo Tachibana Naoto, sou o substituto de seu pai na delegacia. É um prazer conhecê-la. -- sua boca se fechou em uma linha fina, que acredito ser um sorriso.

-- O prazer é meu! -- digo na mesma entonação que o mesmo. Nos sentamos um de frente ao outro.

Como eu não sei, mas "Tachibana" me parece um nome familiar.

-- Bom, seu pai já me falou um pouco de você. Mas me informou que seria melhor eu conhecer mais de suas capacidades nessa área pessoalmente. -- uh, direto.

-- Certo. Sou formada em jornalismo, me formei com uma das três melhores notas da classe. -- me ajeito no assento. -- Fiz alguns trabalhos em um editorial, mas foram muito "básicos".

-- Como o que?

-- Bem... Digamos que estive a par de uma situação em que duas idosas brigavam pelo o espaço em suas calçadas. -- suas sobrancelhas sobem, e aquela fina linha se fez presente em sua boca novamente.

Acho que ele quer rir.

-- Acho que os detalhes não vão o interessar, não foram experiências definitivamente profissionais. -- explico.

-- Entendo. -- ele diz. -- Mas, disse ter ficado entre as três melhores notas de sua turma, certo?

-- Fiquei em segundo lugar.

Conversamos um pouco mais, até que decidimos pedir algo.

O garçom nos serviu, e o rumo da conversa fluiu bem até. Ainda não tinha sido o desastre que pensei que seria. Ainda.

"All I Ask..." - Baji Keisuke. Onde histórias criam vida. Descubra agora