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09/04/2017
11:07 AM.
Londres; Inglaterra.

                              ×××

—— VOCÊ NÃO ACHA QUE tá muito cedo pra voltar à Tokyo? -- a morena pergunta.

Ri do jeito que ela falou.

—— Cedo? Já faz 5 anos que tiro sua paciência. -- ela revira os olhos. -- Diana, eu venho à Londres para te visitar. Eu prometo.

—— "Visitar?" Achei que iríamos morar juntas até ficarmos velhas. -- se joga em meio as minhas roupas.

Roupas essas que estavam jogadas em cima da minha cama.

Estava fazendo minha mala para, até que enfim, voltar à Tokyo.

Não que fosse ruim morar com a Diana, de jeito nenhum, muito pelo contrário. A presença dela é maravilhosa!

Nos conhecemos duas semana depois de eu ter me mudado para Londres, em um curso de fotografia e jornalismo em que me inscrevi.

Fizemos um trabalho juntas e sempre sentavamos uma ao lado da outra, e a amizade foi surgindo naturalmente. Logo viramos ótimas amigas.

Passamos a morar juntas depois que um vazamento de gás ocorreu no antigo prédio em que eu morava, vim passar uns dias na casa dela, e depois de muita insistência da mesma, me mudei para sua casa. Já que ela morava sozinha, não tinha problema.

Dividimos o aluguel e tá tudo bem.

No início ela me ajudou muito a me acostumar a minha nova vida em Londres, sempre serei grata a ela.

—— Tenho uns assuntos pendentes para resolver lá. -- digo. -- Você deveria ir me visitar também.

Diana me olha estranho, e suspira.

—— Não dá. -- se levanta, e me ajuda com as malas até a sala.

—— Saiba que o convite está feito. -- ela me olha.

—— Volte quando quiser. -- concordo

—— Certo.

—— Não me esquece tá? Sabe.. se você fizer novos amigos. -- ela diz baixo.

Ri de sua fala, e a abraço.

—— Nunca que eu iria te esquecer, Di. -- ela retribuí o abraço, me apertando. -- Muito obrigado por todo esse tempo, por tudo! Eu te amo, tá?

Escutamos a campainha soar, e seu namorado entrar em casa.

Ele não morava na casa, mas vez ou outra ele dormia aqui. Eles formam um ótimo casal, e eu uma ótima tocha olímpica perto deles.

—— Atrapalho? -- me solto do abraço e nós o olhamos. -- As malas já estão no carro.

—— Certo, obrigada por pôr as malas, Steve. -- ele concorda em silêncio. -- Bom.. acho que já vou indo. -- olho para Diana novamente.

Seu rosto se contorce em uma cara chorosa, seria engraçada se não fosse triste.

Vou para o táxi terminar de organizar as coisas que faltam. Depois de tudo estar arrumado, entro no carro.

—— Cuida bem dela hein, Steve. -- o aviso.

—— Pode deixar. Boa viagem, [Nome]. -- agradeço.

—— [Nome], não esquece. Avisa quando chegar lá, eu te amo. Boa viagem. -- ela diz rápido.

—— Tudo bem, tchau!

O carro da partida e vamos a caminho do aeroporto.

Pego meu celular e disco o número da minha mãe, ela pediu para que eu avisasse quando estivesse de saída.

Porém, caiu na caixa postal. Ela não atendeu.

Ligo pela segunda vez, e nada.

Decido deixar de lado e coloco meus fones de ouvido, dando play em uma música aleatória de minha playlist.

Quando cheguei à Londres estranhei bastante, pela a "energia" da cidade ser diferente da que eu estava acostumada. Mas com um tempo, acostumei.

Concluí a faculdade de jornalismo, e agora quero investir em algo melhor.

  Não é ilusão, vi que em uma certa cidade de Tokyo, está com a taxa de criminalidade muito alta.

  Tenho algumas especializações no ramo da investigação já faz um tempo, quero pôr em prática tudo o que aprendi. Esse é um dos motivos de minha volta ao país. Mas farei isso legalmente agora.

Espero não me arrepender a ter que voltar. Até por que, o que passou, está no passado, então bola pra frente.

  Tiro esse turbilhão de pensamentos de minha cabeça e foco apenas em relaxa para a longa viagem que me espera.

  40 minutos de viagem até o aeroporto. Quando cheguei, o taxista foi generoso e me ajudou com as malas até lá dentro. Paguei pela viagem, e lhe daria até uma gorjeta, que o mesmo rejeitou.

Me desejou boa viagem, e se foi.

Belisquei algumas coisas que trouxe para comer, e ligue novamente para a minha mãe.

E finalmente, ela atendeu!

—— Oi querida, já está à caminho?

—— Já estou no aeroporto. Daqui a pouco irei sair.

—— Certo. Temos uma surpresa para você quando chegar.

—— O que vocês estão aprontando?

—— Nada demais, filha. Seu pai e eu buscaremos você quando chegar ao aeroporto da cidade. Então me ligue.

—— Espera, mas que surp--

  Escuto o número do meu vôo ser anunciado, e me levanto rápido.

—— Mãe, vou ter que ir agora. Amo vocês.

—— Te amamos, e estamos ansiosos para te ver..

Desligo o celular e pego minhas malas. Vou em direção ao portão sugerido, e vejo outros passageiros já esperando.

  Entramos e todos se acomodam em seus devidos lugares, seguindo todas as dicas de segurança.

E o avião decola.

Quem diria que depois de tantos anos, eu estaria de volta ao Japão.

Meu coração chega a bater mais forte, em pensar que poderei reencontrar meus pais, e quem sabe, até velhos amigos!

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Bebam água ♡.

Vai ter algumas quebras de tempo, não estranhem!

"All I Ask..." - Baji Keisuke. Onde histórias criam vida. Descubra agora