Duda

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- Eu perdi a noção das coisas, eu fui longe demais. E não quero voltar atrás, eu amo ele Cíntia. - Falou Duda enquanto estávamos conferindo as reserva dos clientes da noite.

- Duda... Isso é muito perigoso. Ele não é uma boa pessoa pra você! Você é jovem, tem a vida toda pela frente... Alencar é um homem casado!

- Você não o conhece como eu... E não vai me entender.

- Me conta... Como isso começou?

- Eu não quero falar sobre. - Ela se sentiu por trás do balcão, e logo chegou os primeiros clientes da noite.

Eu precisava ter a confiança de Duda, eu não queria que Alencar se aproveitasse dela, eu tinha certeza de que ele estava se aproveitando. Mais eu não podia contar a ela que ele havia me chantageado pra transar comigo.

- Aconteceu logo no início... Quando comecei a trabalhar aqui. - Falou ela de repente, sem olhar pra mim. Os clientes já haviam ido pra mesa reserva, e estávamos sozinhas de novo. - Assim que o vi, senti um desejo sexual... Foi tudo rápido, ele também se interessou por mim e aconteceu. É isso!

- Tem algo a mais? - Perguntei.

- Não tem. E eu queria te pedir pra não falar sobre isso com ninguém, e nem com o Marcos. Por favor Cíntia, promete isso pra mim? - Suplicou ela olhando pra mim.

- Eu não vou espalhar pra ninguém. Mais por favor, pensa mais sobre isso Duda. Não é certo fazer isso, você sabe.

- Eu sei, mais irei resolver da minha forma. Não quero fazer o que os outros e peçam.

- Já entendi... Mais se precisar conversar eu vou tá aqui, e quero que confie em mim tá bom?

Ela concordou com a cabeça mais não falou mais nada... Merda! Alencar tinha tomado pose da menina... Eu precisava fazer algo, algo pra que todos visse quem ele é de verdade. Pra tentar tirar ele do restaurante, pra que ele fosse pra bem longe dali!

Estávamos fechando o restaurante, assim que eu terminei de organizar todas as mesas, fiquei esperando Marcos no estacionamento. Encostada ao meu carro... Nesse instante Duda passou por mim, me deu boa noite mais não olhou nos meus olhos. Eu sabia que ela estava preocupada com a situação, e também com vergonha pelo que eu havia visto.
Alguns minutos depois Alencar passou por mim, indo até seu carro. Ele me deu boa noite mais eu não respondi, eu tinha tomado a decisão de ignorá-lo, mesmo ele sento o meu chef.

- Hoje foi corrido! - Falou Marcos se aproximando.

- Bem corrido. - Falei entrando do lado do motorista.
Eu e Marcos revesava o carro da gente. Quando eu ia dormir na casa dele, era ele quem vinha com o seu carro, e quando a gente ia pra minha casa, eu vinha no meu carro. Essa noite tínhamos combinado de ficar na minha casa... Marcos já havia mencionado algumas vezes sobre irmos morar juntos, mais eu queria ir devagar. Precisava resolver as coisas pra não sair atropelando tudo! E ele me entendeu, como sempre.

- Você está tensa... - Falou ele enquanto eu dirigia.

- Tô preocupada com Duda.

- Vocês conversaram?

- Quase nada... Ela não quis se abrir tanto. Acha que sabe o que está fazendo...

- Como eu disse, ela tem idade suficiente pra saber o que é certo e errado.

- Às vezes fazemos as coisas por impulso... - Respondi enquanto me lembrava das decisões erradas que eu havia tomado ao longo dos anos.

- Você devia está feliz, pelo acordo de vê seu filho. As coisas tão se ajustando aos poucos...

- Também estou preocupada com isso... Vai ser mais difícil do que imaginei de ter meus filhos de volta.

- Você não pode controlar tudo meu bem... Nem sempre temos o controle de tudo da nossa vida.
Você está se cobrando demais, e esquecendo de viver o agora! Precisa relaxar um pouco se não vai acabar se estressando com tudo isso acontecendo ao redor.

- Tem razão...

As vezes Marcos sabia exatamente o que me falar, as palavras certas pra usar comigo.
Eu não merecia alguém tão bom quanto ele!

Naquela noite, tive um pesadelo horrível!
Alguém me perseguia em uma rua esquisita, eu gritava por socorro mais ninguém ouvia. A cada passo que eu dava parecia que não saia do lugar, e eu escutava os passos de alguém que queria me pegar...
Acordei ofegante dando um pulo na cama, minha respiração tava acelerada, como se eu estivesse correndo de verdade.

Marcos acordou com o meu pulo e ligou o abajur ao lado.

- O que houve? - Perguntou ele tirando meu cabelo do rosto.

- Só um sonho ruim... - Falei enquanto abraçava meus joelhos. - Aquilo tudo tinha sido tão real, tão assustador...

- Tá tudo bem meu amor, foi só um sonho...

Ele me deu um pouco de água da sua garrafinha que estava ao pé da cama, e em seguida nos deitados.

Ele me abraçou por trás, ficando de conchinha. Demorou um pouco, mais logo peguei no sono.

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...

Ana tinha entrado em contato comigo, queria marcar um dia para o meu reencontro com Lucas. Eu estava muito entusiasmada, as coisas tava meio complicado mais eu estava feliz! E sabia que era só questão de tempo até tudo se resolver!

No trabalho, eu ainda me preocupava com Duda. Ela não conversava mais comigo como antigamente, sempre me evitava ao máximo que puder. E Alencar como sempre, com seus olhares com segundas intenções... Desde que eu e Marcos oficializou o namorado, Alencar me deixou em paz. E eu estava feliz por isso... De alguma forma, ele tinha medo de que as pessoas descobrissem do que ele era capaz. E isso me preocupava porque eu queria afastar Duda dele... Ela estava cega de amor.
Já tinha se passado quase um mês que eu tinha pegado Alencar transando com Duda. Eu precisava agir, precisava parar esse velho nojento.

Era terça de noite... Estava tendo um evento na cidade, e o restaurante estava com pouco movimento. Estava quase na hora de fechar.. Duda havia saído pra sua pausa do lanche, mais não voltou... Um dos seguranças da recepção estava ao meu lado, pedi pra que ele ficasse no meu lugar pra mim ir ao banheiro, fingi está passando um pouco mal.

Eu sabia que Duda ainda estava lanchando, então resolvi ir até Alencar ter uma conversa séria com ele... Meu plano era ameaçá-lo, contar o que ele havia feito comigo pras pessoas, pra que ele tivesse medo e deixasse Duda em paz... Lógico que eu não ia contar o que havia acontecido pras pessoas, mais eu ia usar isso contra ele. Eu precisava tentar algo…

Assim que me aproximei do seu escritório, vi que a porta estava fechada e um pouco de silêncio... Certamente ele já havia saído antes do seu horário.
Me virei pra voltar, mais escutei um barulho... Então continuei.
Assim que cheguei na porta, levantei a mão pra bater mais escutei um gemido... Era a voz de Duda. Merda!
Me abaixei e olhei pela fechadura da chave, e lá estava Duda cavalgando em cima dele...
Alencar estava segurando na sua cintura enquanto ela rebolava em cima do seu pau.

- Aaah aahhh... Isso vai, vai. - Gemia ela.
Me virei e saí dali o mais rápido possível.
Voltei pro meu trabalho e Marcos quem estava no lugar do segurança.

- O que houve? Você tá bem?

- Estou sim. Só um mal estar...

- Vou deixar o outro cozinheiro no meu lugar, e vamos embora tá? - Falou ele indo me beijar.

- Não precisa fazer isso... Ainda não tá no horário...

- O restaurante tá vazio hoje. Relaxa!

Naquela noite saímos mais cedo, e aproveitamos bastante o resto da noite...

Cíntia ( Livro 3, final ) Onde histórias criam vida. Descubra agora