Episódio-4

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Pov Any.

Me arrumei para o jantar, não sei pra que essa de jantar agora, minha mãe nunca ligou para essas coisas de família reunida para um jantar, qual foi a dessa mulher agora hein?

Nunca gostei dela, toda criança ama sua mãe, bom eu acho que nunca fui uma dessas crianças, não sei se é porque eu sempre percebi que ela dava mais atenção pro meu irmão do que pra mim.

Nunca tive raiva do meu irmão por conta disso, ele sempre me contou tudo da vida dele, e sempre me apoia em tudo também, ele sempre vai sei meu irmãozinho indefeso que eu sempre vou estar ali para ajudar quando precisar, deve ser por isso que nós nos nomeamos por "maninho" e "maninha", sempre foi assim desde criança.

Eu- Anda logo Noah, não temos a noite toda! (disse já nervosa de tanto esperar essa criatura)

Noah- Já vou, já vou apressada. (disse descendo as escadas)

Eu- Não sei pra que tudo isso para um jantarzinho de família. (disse sem importância)

Noah- Como assim um jantarzinho? (disse indignado) Nossa mãe que chamou, estou empolgado, sinto falta da comida dela. (disse super feliz por esse jantar)

Apenas revirei os olhos e segui o trajeto da casa da minha mãe, chegamos e tocamos a campanhia, meu pai abriu a porta empolgado.

Meu pai sempre me tratou como a princesinha da casa, ele brincava comigo e com meu irmão de castelo, meu pai era o rei, Noah era o príncipe e eu a princesa, sempre foi assim, essa felicidade, até minha mãe chegar do trabalho estressada e descontar em mim e no papai, pegar Noah e levar pro quarto ficar brincando com ele lá.

Entramos na casa e minha mãe estava na cozinha terminando o jantar, Noah fez questão de ir lá falar com ela, já eu fiquei na sala mesmo.

Elena- Não fala mas com sua mãe não Any? (perguntou a chata)

Eu- Depende, se for com a arrogante não. (disse debochada)

Elena- Deixa de mal criação menina. (disse e me abraçou) Vamos jantar. (minha mãe disse e fomos jantar)

Um tempo depois já na mesa jantando minha mãe começou com as perguntas delas.

Elena- Como tá sendo a faculdade filho? (perguntou olhando pro Noah)

Noah- Tá sendo legal mãe. (disse sorrindo)

Elena- E o trabalho Any? (perguntou sem importância só pra não dar na cara)

Eu- Tá indo. (disse comendo)

Noah- Mãe, você acredita que a Any tá trabalhando em um hospício como voluntária? (disse feliz)

Silvio- Sério filha? (disse meu pai todo feliz também)

Eu- Pois é pai, me ofereci pra ajudar. (falei normalmente)

Elena- E esse trabalho ai é de graça? (perguntou minha mãe)

Eu- Sim, é de graça sim. Como o Noah disse eu sou apenas voluntária. (disse olhando pra ela)

Elena- Credo, trabalhar de graça, só você mesmo Any. (disse ridicularizada)

Eu- Trabalho por que amo a minha profissão, não apenas por dinheiro. (disse simples)

Elena- Olha como você fala comigo hein garota! (disse me afrontando)

Eu- Quer saber, vou embora, não vou ficar aqui ouvindo você falar suas asneiras! (disse e fui saindo)

O Noah veio junto comigo.

No caminho ninguém disse nada, foi um silêncio desconfortável.

Quando chegamos em casa fui pro meu quarto, tomei um banho quente pra tirar toda aquela tensão, que jantar fracassado, sai do banheiro e me vesti.

Ouvi alguém batendo na porta, era Noah.

Noah- Posso entrar? (perguntou)

Eu- Pode. (disse)

Noah- Maninha, porque você se irritou tão fácil daquela forma? (perguntou inocente)

Noah nunca percebeu minhas desavenças com a nossa mãe, e nunca tive coragem de dizer porque ele ama muito ela.

Eu- Não foi nada, o trabalho me deixou estressada. (disse olhando pra janela do quarto)

Noah- Não foi só isso não, me diz, o que foi? (insistiu)

Eu- Tá bom, vou dizer. (falei convicta e contei tudo pra ele com detalhes) E foi assim, teve uma vez também que você era pequenininho, uns nove meses eu acho, eu estava com você no colo, eu amava brincar com você, você era tão fofinho, ela chegou transtornada, parecia que tinha brigado com alguém, pegou você do meu colo e disse que eu não era uma boa filha e que nunca iria ser. (disse com lágrimas nos olhos) Nesse dia lembro que fiquei o dia todo no quarto chorando porque eu só queria brincar com você. (disse por fim e olhei pra ele)

Ele veio em minha direção e me abraçou.

Noah- Eu sinto muito maninha, porque nunca me disse isso? (perguntou)

Eu- Tinha medo de você ficar com rancor dela, sei que você ama muito ela. (disse)

Noah- Mas também amo você irmã, queira ter ficado sabendo dessa história antes. Mas enfim, a partir de agora me conta tudo, tudo sobre isso e tudo que te deixar triste. (disse me abraçando ainda)

Eu- Ok maninho, vou dizer sim. (disse sorrindo)

Noah- Te amo muito, tá? (disse me abraçando mais forte)

Eu- Eu também de te amo. (falei)

Eu amo tanto meu irmão, sempre foi assim, um apoiando o outro e tentando resolver os problemas um do outro.

Ele ficou abraçado em mim até pegar no sono.

AnaBeatrizSantos500

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