Episódio-15

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Pov Any.

Quando sai do banheiro Josh estava sentado na cama calado, parecia que pensava em alguma coisa, será que ele está bem? Por que eu sempre me faço essa pergunta? Meu Deus.

Me aproximei dele e resolvi perguntar.

Eu- Está tudo bem com você Josh? (perguntei e ele me olhou como se quisesse me dizer algo)

Josh- Eu queria te falar, mas é tão difícil... (falou me olhando)

Sseu olhar transmitia tristeza e vazio, era como se ele tivesse travando uma grande guerra dentro de si.

Eu- Olha, eu sei que é difícil compartilhar seu passado comigo, mas pensa que se você me contar eu vou poder te ajudar, talvez consiga até te ajudar a sair daqui. (falei tentando passar o máximo de confiança possível para ele)

Josh- Tá bom, vou tentar falar. (falou)

Percebi que ele estava tenso, tanto que estava com o punho fechado, coloquei minha mão sobre a dele, ele abriu a mão dele e pegou a minha entrelaçando-as , então começou falar.

Pov Josh.

Eu- Quando eu tinha cinco anos eu perdi minha mãe em um acidente carro, quando fiquei sabendo eu estava com meu pai, fiquei muito triste, tanto que eu não queria comer, ir a escola nem nada do tipo, nem sair da cama eu queria, era como se tudo tivesse perdido, mas o pior de tudo isso é que não era só eu, tinha minha irmãzinha que também tava dentro do carro junto com minha mãe, só que diferente da minha mãe, minha irmã ficou em coma, ela era muito mais nova que eu, ela tinha pouco tempo de vida, iria completar 1 ano , meu pai nunca demostrou estar triste na minha frente, eu pensava que era pra não me deixar mais triste e deprimido, mas eu comecei a achar estranho porque ele poderia não chorar na minha frente, mas sim escondido, daí comecei a observar ele, tanto na minha frente ou quando estava sozinho ele não chorava por nada... (ela me interrompeu)

Any- Talvez ele só não conseguisse chorar mesmo. (falou me olhando)

Eu- Eu também pensei isso, mas eu estava errado, com dois meses depois do acidente minha irmã teve uma melhora muito boa, tanto que ela já tinha saido do coma e tinha ido para um quarto normal, com uma semana ela voltou para casa pra terminar de se recuperar. Eu ajudava meu pai a cuidar dela, nesse tempo eu já tinha me acostumado um pouco com a ideia da morte da minha mãe, tanto que já tinha voltado a fazer tudo normalmente, um certo dia quando voltei da escola, entrei em casa e não vi ninguém, imaginei que meu pai estaria lá encima cuidando de Sina, mas quando cheguei perto da porta do quarto vi que ele tava conversando com uma mulher alta, morena, com cabelos ondulados e tinha olhos castanhos, assim como o seus doutora, enfim, então decidi ir para o meu quarto, pra ele não ver que eu estava alí. (me interrompeu de novo e perguntou)

Any- Mas o que ele dizia pra essa mulher Josh? (perguntou curiosa)

Eu- Ele dizia que eles dois eram uma dupla muito, mas ninguém poderia saber o que eles já tinham feito, nesse dia eu fui dormir cedo e nem vi quando essa mulher tinha ido embora, e olha que ela passou a tarde toda lá em casa dentro do quarto, eu até tinha ouvido uns gemidos algumas vezes mas deixei pra lá. Quando se passou alguns meses, eu reparei que as visitas dessa mesma mulher ficaram mais frequentes, mas eu pensava que ela era apenas uma amiga, e outra, talvez meu pai até quisesse seguir em frente, conhecer outras pessoas, eu não me importaria com isso, contando que ele não apagasse a memória da nossa mãe, e nem que essa tal mulher tentasse ser nossa mãe, até ai tudo bem, o tempo foi passando e essa mulher começou a cuidar da gente, até disse pra gente chamar ela de tia, quando completei 17 anos comecei a achar estranho que essa mulher nunca tivesse namorado o meu pai ou algo do tipo, porque eu já tinha visto eles dois se beijarem e até transarem também, então eu decidi investigar ela depois do horário da aula, ela era casada com um cara rico e pelo o que eu descobri ela tinha uma filha e um filho, mas eu nunca tive a oportunidade de ver os rostos deles, dai em diante eu comecei a ficar distante dela sempre que ela ia na minha casa, e acho que ela percebeu pois depois disso eu comecei a perceber que ela me vigiava, eu tinha uma melhor amiga, eu contava tudo pra ela e lembro que nesse dia eu contei tudo o que eu tinha descoberto pra ela, quando desci pra jantar essa mulher tava na cozinha e nem meu pai, nem minha irmã tavam lá, ela se aproximou de mim e me ameaçou, disse que se eu contasse essa história pra mais alguém ela iria matar minha irmã, eu comecei a ter medo dela, não deixava minha irmã dormir mais sozinha, ela só dormia comigo na minha cama e eu trancava a porta sempre, teve um dia que meu pai saiu pra trabalhar e me deixou na escola, assim que eu cheguei lá eu fui pedir ajuda a alguém que pudesse me ajudar, porque eu já não aguentava ela me ameaçando, então contei tudo pra um amigo meu que o pai dele era policial, quando ele chegasse em casa era pra ele contar pro pai dele, e assim ele disse que ia fazer, quando cheguei em casa estava um silêncio muito grande, então fui na cozinha pegar um copo de água e encontrei minha irmã amarrada em uma cadeira, a mulher saiu de trás da geladeira.

Flashback Josh On.

Xxx- Eu não disse que não era pra dizer nada a ninguém Joshua? (disse me olhando com um olhar frio e com uma arma na mão)

Eu- O que está fazendo? Eu não disse nada a ninguém. (falei)

Eu não iria dizer que falei com meu amigo sobre isso.

Xxx- Sabe o pai do seu amigo? O dito cujo no qual você conversou hoje? Ele é meu amigo, paguei a ele para caso você contasse a ele sobre isso, resumindo, eu não irei ser presa se era isso que queria.

Eu- O que você vai fazer? (perguntei com medo da resposta)

Xxx- O que eu disse que iria fazer. (respondeu apontando a arma pra Sina)

Eu- Deixa ela por favor! (falei chorando)

Xxx- Isso tudo é culpa sua Josh, só sua. (falou me culpando)

Eu- Me leva, mas deixa ela, eu imploro. (falei desesperado)

Escutei um tiro, ela matou Sina, meu mundo acabou bem ali, com o trauma de ter visto minha irmã morrendo eu desmaiei

Flashback Off.

Eu já estava chorando muito, mas como sempre comecei a sentir a raiva, e o que eu mas temia iria acontecer e eu não queria, mas não tinha controle, ela tinha que sair daqui antes que fizesse alguma coisa.

Eu- SAI DOUTORA! (gritei para ela sair dali o mais rápido possível, mas ela não saiu) JÁ DISSE PRA SAIR! (gritei de novo)

Any- Eu não vou sair, eu sei qual era seu medo de contar, era me machucar não era? Olha, eu não vou sair daqui, eu sei que você não vai me machucar. (falou se aproximando)

Eu estava com medo daquela aproximação, eu não tinha tanta convicção de que eu não machucaria ela.

Ela me pegou minha mão e colocou no coração dela, ele batia em batimentos lentos ou era o meu que estava acelerado demais? E então ela me abraçou, por incrível que pareça minha raiva foi passando, então eu só chorei abraçado com ela, ela me puxou e a gente deitou na cama, eu fiquei abraçado com ela e coloquei meu rosto na curva de seu pescoço, sentindo o cheiro dela, fiquei ali chorando baixinho e sentindo o carinho que ela fazia no meu cabelo.

Any- Tá tudo bem, eu estou aqui com você (falou pra mim, eu não sabia que ouvir essas palavras fazia tão bem, só assenti abraçando ela mais forte, me acalmei mais)

Eu- Eu sinto tanta falta dela Any. (disse)

Any- Eu sei que sim, mas ela tá lá em cima cuidando de você. (falou pra mim)

Eu- Eu sei, mas queria ela aqui comigo. Você tem um irmão né? (perguntei pra ela)

Any- Sim, tenho e eu amo muito ele. (falou)

Eu- Cuide dele, você nunca sabe até quando pode ter ele. (falei sentindo tristeza)

Any- E eu sei disso, descansa que eu vou ficar aqui com você. (disse voltando fazer carinho em mim, eu nem tinha percebido que ela tinha parado)

Então eu dormi.

AnaBeatrizSantos500

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