Capítulo 2 || Festa

11.4K 1K 228
                                    

"Festa estranha, com
gente esquisita."

— Eduardo e Mônica -
Legião Urbana

•••

— Vamos sair amanhã — as palavras de Megan soaram como uma benção que compensou totalmente o dia de merda que eu tive.

Megan e eu somos amigas da faculdade, mas as vezes parece que nos conhecemos a muito mais tempo. É sempre fácil conversar com Megan, ela me entende e sempre apoia as minhas decisões, coisa que, às vezes, nem Rosie faz.
Megan pode ser um pouco difícil de lidar, mas quando se conhece ela melhor, é inegável o quanto ela é incrível.

Ontem ela me ligou com o telefone de um amigo, - ela quebrou o dela na última festa quando deixou ele cair e um dos caras pisou nele - pedindo que eu saísse com ela para uma festa.

A festa era na casa de um cara da faculdade. O nome dele era Victor ou Vikter. Algo assim.

A casa estava cheia de gente dançando ao som da música alta. Megan estava no meio da sala remexendo os quadris com um cara negro e alto encostado atrás dela, imitando seus movimentos. Talvez ele fosse o Victor.

Agora eu me encontrava sentada no sofá no meio de um grupo de desconhecidos - amigos da Megan - com um cara completamente bêbado tentando flertar comigo sentado ao meu lado.

— Eu gosto das morenas — as palavras saiam devagar da boca dele, como se ele precisasse se concentrar para dizê-las.

O idiota estava quase desmaiando em cima de mim.

— E o que eu tenho a ver com isso? — respondo.

Ele parece ficar chateado, sua expressão toda representa seu desânimo. Ele deixa a cabeça cair para trás no sofá, desistindo de falar comigo.

Eu estava cansada de ficar sentada no sofá só observando as outras pessoas se divertirem e vomitarem em vasos de plantas. Levanto e vou até a porta da cozinha que dá pro quintal dos fundos da casa. Abro ela e saio para o lado de fora. Vejo um casal se beijando do lado da porta. Ignoro eles e vou até um dos balanços do quintal e me sento ali, começanndo a me balançar.

Que festa chata do caralho.

Pensei que conseguiria me distrair dos pensamentos sobre o dia anterior e sobre o assassinato feito na mansão de Jackson. Mas essas lembranças estavam assombrando minha cabeça.

Eu presenciei a morte de alguém apenas uma vez na vida e aquilo me traumatizou de uma forma que eu faço de tudo para não pensar sobre isso ou relembrar a cena.

Mas talvez agora, algo fosse diferente, já que eu não conhecia o homem de ontem e a sua morte não mudaria minha vida como a que eu presenciei antes.

Continuo a me balançar, indo para frente e para trás em um ritmo contínuo.

Quando vou me balançar novamente, sou interrompida. Olho para a corrente do balanço r vejo a mão de alguém segurando-a.

Viro meu rosto para ver quem é e me levanto bruscamente do balanço ao ver o loiro do dia anterior me olhar de volta com um sorriso no rosto.

Agora ele usava uma calça preta e uma blusa cinza que deixava seu braço musculoso de fora.

— O que você quer? — pergunto com raiva.

Não tenho um dia de paz, porra.

— Agora? Outra cerveja — ele se senta no balanço ao lado do que eu estava anteriormente, segurando as correntes com as duas mãos. Meu coração bate como um trovão em meu peito e meu rosto provavelmente está pálido. — Calma, gata. Vim aqui apenas dar um oi, é falta de educação não comprimentar.

SemelhantesOnde histórias criam vida. Descubra agora