Capítulo 4 || Micaela

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"Meu bem, você pode curtir
isso, oh, sim. Venha para
a minha casa."

— Under The Influence
- Chris Brown

•••

Jason destrancou a porta e um homem com praticamente o dobro do meu tamanho entrou e nem mesmo percebeu a minha presença ao se dirigir a Jason.

— O Jack tá puto da vida, cara. É melhor você ir lá — disse ele para Jason.

Ele tinha a cabeça raspada e usava uma roupa igual a que Clarke e os outros guardas usavam.

Sem perceber o que eu estou fazendo, dou um passo para trás, chamando a atenção do homem para mim. Seu olhar caiu sobre mim e ele se demorou me analisando, antes de se voltar para Jason novamente.

— Você tem merda na cabeça, cacete? Por que você não escuta nada que eu digo? — o homem fala, olhando para Jason como se tivesse algo de errado com ele. — Perdi as contas de quantas vezes eu lhe disse para não trazer suas namoradinhas aqui.

— Eu já estou indo embora, e eu não sou namorada dele — me intrometi na conversa, querendo sair daqui o mais rápido possível.

Ele olhou de volta para mim e deu uma risada breve, antes de voltar a ficar sério e apontar o dedo para mim.

— Se você acha que Jack vai deixar você ir embora sem falar com ele antes, então querida, você é tão burra quanto esse idiota — ele disse a última parte apontando para Jason.

— Deixa isso para lá, cara, ela já vai embora. Não precisa contar para o Jackson — Jason pede.

— Sinto muito, rapaz, mas se eu não falar e ele ao menos sonhar que ela esteve aqui sem a permissão dele, vai ser a minha cabeça a rolar.

Jason suspirou, olhando para mim.

— Foi mal, gata.

"Foi mal, gata" é o caralho. Eu não chego perto do Jackson de novo nem fudendo.

Viro meu rosto para a porta, vendo que ela continuava aberta.

Meus pés pareceram ganhar vida própria quando eu comecei a correr para a porta, paço por ela e continuo a correr o mais rápido que posso pelo corredor.

Quase escorrego em um dos corredores, mas logo recupero o meu equilíbrio e volto a correr.

Preciso ser rápida. Não sei se aquele cara está correndo atrás de mim ou não.

Viro a última esquina, já conseguindo ver a porta por onde entrei. Começo a correr ainda mais rápido.

Quando estou quase chegando à porta, braços rodeiam a minha cintura, me tirando do chão. Me debato sem saber o que está acontecendo.

— Caralho, Candece — a voz do desgraçado veio em um sussurro. A boca dele tão próxima que eu conseguia sentir sua respiração no meu ouvido — Calma, amor. Por que a pressa?

Eu conseguia sentir o sorriso dele contra a minha orelha.

O corpo de Jackson estava completamente colado às minhas costas. Paro de me mexer, percebendo o quão próximo nós estamos. Fico paralisada.

— Senti saudades de você, docinho. Veio me visitar?

Ele me coloca no chão, mas suas mãos não deixam a minha cintura, ainda a abraçando apertado.

Eu podia sentir seu peito subir e descer com uma respiração que não chegava nem perto de estar tão acelerada quanto a minha.

Ele tinha que se abaixar para conseguir falar no meu ouvido. Eu conseguia sentir um cheiro bom de baunilha misturada com neve fresca vindo dele. Não era o cheiro artificial de perfume, mas sim, o próprio cheiro dele.

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