Capítulo 14 || Ponto Fraco

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"Eu vou na garupa, pa-pa
Eu vou na garupa, pa-pa
Eu vou na garupa, pa-pa
Vem me deixar maluca"

— Garupa - Luísa Sonza e Pabllo Vittar

•••

Jogada na cama, ainda refletindo sobre o que aconteceu na piscina ontem, eu me faço a mesma pergunta pela décima vez:

Eu me arrependo?

Geralmente, quando eu me arrependo de alguma coisa que eu fiz no passado, é porque eu estava bêbada quando aconteceu. Mas quando eu beijei Jackson, eu estava completamente sóbria e consciente dos meus atos.

E, afinal, não adianta eu me arrepender do que já aconteceu.

Ele queria, eu queria, e aconteceu.

A única coisa que eu tinha que ter em mente agora é que eu não posso deixar que isso aconteça novamente. Mesmo eu tendo gostado muito do nosso momento na piscina, é óbvio que eu não posso permitir que as coisas com Jackson sigam por este caminho. Desde sempre eu fui uma pessoa que se apega fácil, não posso nem imaginar o que aconteceria se eu gostasse realmente de Jackson. Além da vida que ele leva, ele não me parece o tipo de cara que eu escolheria para ter algo sério. Para falar a verdade, Jackson não parece estar querendo qualquer relação mais profunda com alguém.

Bom, isso tudo é uma especulação, porque a verdade é que eu não o conheço. Não conheço Jackson Mancini ou suas intenções quando se trata de romance. Este é o principal motivo pelo qual eu não posso repetir o que aconteceu na piscina.

Depois do beijo, Jackson me entregou uma toalha e me mostrou um banheiro ali para que eu colocasse a minha roupa. Fui embora logo depois e não parei de pensar nisso durante o percurso da mansão até a minha casa.

Me levanto da cama e começo a me arrumar para o trabalho, já que Rick deve estar aqui em alguns minutos.

[...]

— Candece — ouço a voz de Jason me chamar e viro meu rosto em sua direção. — Imagino que Jackson te informou que eu vou precisar da sua ajuda hoje, não é?

Não vi Jackson hoje, e agradeço muito ao universo por isso. Ele não veio para o escritório, então presumo que ele esteja trabalhando em outro lugar hoje. Não sei como vou reagir quando ver ele depois do que aconteceu na piscina.

Afasto a cadeira da mesa e me levanto. Aliso a minha saia com as mãos, sentindo meu coração acelerar de ansiedade.

— Ele mencionou, mas não me explicou direito o que vai acontecer — (até porque ele estava ocupado me beijando). — Não entendo por que vocês precisam da minha ajuda, eu não tenho nenhuma experiência com essas coisas.

— Não precisamos que você tenha experiência. Precisamos que você seja o nosso ponto fraco — diz Jason.

Ponto fraco? Como eu iria ajudá-los sendo um ponto fraco?

— O quê?

— No caminho, eu te explico melhor. Me siga.

Acompanho Jason, andando alguns passos atrás dele. Ele caminha a passos largos virando em alguns corredores no caminho. Não faço ideia de para onde ele está me levando.

Incrivelmente, ainda me impressiono com o quão grande é este lugar.

— Chegamos — anuncia assim que paramos de frente para uma porta de metal. Jason coloca o polegar sobre um painel ao lado da porta. Uma luz vermelha brilha em baixo de seu dedo e logo depois, a porta de metal se abre para o lado. Ele abra espaço para que eu entre na sua frente, e mesmo receosa, eu entro na sala.

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