Hold On To Me | JiKook

Maomé e a montanha

Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé.

Dois dias depois lá estava Jimin com sua mala em uma mão e na outra várias sacolas de supermercado.

— O que diabos que... — Jungkook abriu a porta, mas não teve tempo de terminar de falar. Jimin entrou no apartamento sem ser convidado, colocando as sacolas no balcão da cozinha e depois foi guardar a mala no quarto de hóspedes. – Você usou droga?

— Usei. — Jimin falou e chegou perto de Jungkook se curvando até a barriga dele. — Oi meu filho, seu papai alfa chegou. — O ômega olhou a cena, sentindo seu coração se aquecer inteiro com o cheiro intenso de malte tomando conta de tudo. Seu lobo até ficou mais manso, o que era realmente raro.

— Chegou o caralho, Park Jimin. Eu não quero morar contigo não! — Mas ainda sim, Jungkook não era de abaixar a guarda.

— Pelo amor de Deus, Jungkook. Você não pode ficar só, precisa de alguém.

—Eu tenho alguém... — Jungkook cruzou os braços.

— Alguém quem?

— Os vizinhos.

— Me poupe disso. Eu duvido que dentro da sua geladeira tenha alguma comida que não seja enlatada ou sobra de delivery.

— Jin Hyung mandou comida. — Jungkook falava enquanto andava atrás de Jimin com sua roupa de casa folgada tentando não focar no que estava sentindo naquele momento. Era um misto de alegria por Jimin estar perto, de enjoo por conta da gestação e de querer dar um monte de cascudo em Jimin. — Vocês me tratam feito criança.

— Jin mandou um PDF com a receita dos seus remédios e eu já comprei. — Jimin abria os sacos. — E mandou também sua dieta.

— Não vou fazer dieta.

— Sua dieta é lembrar que precisa comer, Jungkook. E... — Jimin abriu a geladeira. — Feijão enlatado?

— Parece ser bom, comprei para testar. Vi na Internet que o bebê precisa de muito ferro.

— Tá vendo o porque que preciso vir morar com você?

— O que é que... — Jungkook arfou. — Oh, tá bom. Mas a gente precisa criar regras.

—Ok, regras.

— Sem sexo. Não somos um casal e nosso único vínculo é o bebê.

— Tudo bem.

— Você é solteiro e eu também.

— Eu sei disso, você sempre repete isso, Jungkook.

— Bom que você não se apega a mim. — Jimin sorriu e Jungkook deu de ombros. — Essa casa é particular do bebê, nada de trazer gente para cá pra transar.

— Isso só serve para mim?

— Pra mim também! — Jungkook falou exasperado. — E por último, nada de ficar me marcando. Eu odeio isso, você sabe.

— Eu sei. E nada de me marcar também.

— Beleza.

As regras eram boas, até certo ponto.