Canonização de um gravido

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Jimin passou as mãos debaixo da enorme barriga de Jungkook e puxou para cima, fazendo com que o ômega arfasse de alívio.

— Eu não aguento mais... — Jungkook jogou a cabeça para trás batendo no ombro de Jimin. — Tira ela de dentro de mim.

— Calma. Acho que ela não tá querendo sair, é pirracenta que nem você.

Jungkook deu uma cotovelada em Jimin.

— Pirracento é você.

Jimin passou o nariz no pescoço de Jungkook sentindo o cheiro intenso de cereja, adorava aquele cheiro, amava Jungkook que doía não dizer.

— Jimin... — Jungkook falou ao sair do toque do alfa. — Quando a bebê nascer...

— O que?

— Você vai embora daqui? — Jungkook sentiu a bebê, agitada. Quando o ômega ficava tenso, a bebê parecia ficar mais ainda que ela chutava como se estivesse em uma luta de UFC, o que fazia Jungkook se julgar por assistir tanta luta de MMA estando grávido.

— Se quiser que eu vá embora... — Jimin percebeu que a bebê mexia, por causa das caretas de Jungkook quando a menina parecia querer fazer de sua costela um saco de pancada, e foi até a barriga dele, alisando devagar. — Ei, seu pai vai ficar bravo com você, meu amor.

E a bebê parou de mexer, a voz de Jimin era o maior calmamente para aqueles dois.

— Eu... — Jungkook olhou para seus pés enormes de tão inchados e depois para Jimin que tinha expressões ansiosas. — Eu quero o que for melhor para nós três.

🍼

— Sua tampinha pirracenta...— Jungkook estava deitado no quarto, com as pernas esticadas com Jimin passando óleo de massagem nas pernas que estavam até duras de tão inchadas, enquanto isso o ômega simplesmente conversava com a filha com o seu jeito carinhoso de ser. — Quando você sair, vou lhe botar no jovem aprendiz com quatorze anos, em um curso técnico com quinze para você pagar todos esses óleos de massagem que estão sendo passados em minha perna.

— Tadinha dela, nem nasceu, já tem que trabalhar.

— Eu comecei a trabalhar cedo, ela também vai. — Jungkook falou, fazendo Jimin sorrir e apertar mais as pernas.

— Chega fica meus dedos marcados quando aperta, olha...

— Ei, eu chuto sua bunda grande se você fizer isso de novo.

— Não sabia que achava minha bunda grande, Jeon Jungkook.

— Vai a merda, Jimin. — Jungkook desceu mais o corpo na cama com as mãos na barriga. — Será que ela vai nascer quando?

— Jin disse que é para dar o tempo dela, a bolsa ainda nem estourou.

— Mas eu quero que ela saia logo, porra. Eu não aguento mais essa menina aqui chutando as porras da minhas costelas como se fosse os sacos de pancadas dela. Ela faz dos meus pulmões os travesseiros dela e até mijando na roupa eu tô mijando...

— Bebê...

—Me deixe, eu vou reclamar agora. Eu espirro e sai xixi. Se eu comer mais do que você põe no prato, parece que tem uma bola no esôfago. O Jin veio aqui em casa anteontem ver como eu tô e o cheiro do meu obstetra me enjoou. O Yoongi disse que eu estou mais chato que o normal, mas ainda sim me ama. Mas eu tô chato, Jimin. Eu estou insuportável. Sempre soube que sou insuportável e que só você iria me aguentar, mas porra, até na gravidez. E tudo isso é culpa sua, não que eu não tivesse adorado você me comendo, e eu gosto muito sabe, apesar que eu só transei contigo em toda minha vida, mas eu não aguento mais essa menina dentro de mim. Não aguento mais. Eu quero transar sem ter um peso, quero me sentir confortável sentando, comendo, dormindo... — Jungkook fez bico.

— Jungkook...

— Eu quero dormir de bruços. Meu Deus, eu preciso urgentemente dormir de bruços. E eu juro por Deus, que se eu tiver que pedir ajuda de novo para vestir minha cueca, eu vou gritar e vou...

— Bebê, eu acho que sua bolsa estourou.

Jungkook ia terminar de falar até que sentiu a cama molhada, poderia ser xixi? Poderia. Mas tinha certeza que aquele tanto de líquido era o amniótico.

— Liga pro Jin. — Foi apenas o que Jungkook disse com medo da dor que estava prestes a sentir.

🍼

Seokjin foi claro em sua fala.

Tenha paciência.

Mas, mesmo que Jimin fosse a paciência em pessoa contando cada tempo de contração de Jungkook, o pobre do ômega queria pegar a cabeça de Park Jimin e bater na parede até parar de ouvir ele contando a porra dos minutos.

Porém ele tinha que ter paciência.

Ninguém havia lhe ensinado a ter paciência ao sentir dor, mas tinha que ter.

Ora, porra. Era uma merda.

Seokjin estava perto, claro. Mandando ter paciência e que não poderia fazer o parto agora, pois não tinha dilatação.

Dilatação? Não seria cesáreo? Que merda era aquela?

Pois, Jungkook pensou em dezenas de formas de arrancar a língua de Seokjin sem precisar de algum objeto cortante.

Mas estava sendo paciente.

Tomava banho de água quente, sentava, levantava, andava, até fizeram ele cantar uma música.

Com ódio, mas ele cantou toda a porra da música chamada HOME que Jimin fez questão até de colocar no celular.

Claro, a música lhe acalmou porque era animada, mas não havia um pingo de felicidade em sua voz cantando a música e muito menos em ter que sorrir com as enfermeiras tentando lhe ajudar.

Ele teve paciência, com muito ódio, mas teve.

Depois de várias horas que Jungkook pensou que iria realmente morrer tendo que lidar com malditas contrações no corredor do hospital usando um macacão ridículo e indignado pensando que quando chegasse ao inferno as pessoas iriam ver sua bunda, finalmente a hora do parto chegou.

Entretanto, na hora do parto, a bebê simplesmente saiu do encaixe.

Jungkook naquele momento teve certeza que sua filha iria vim ao mundo para lhe tirar do sério.

Enquanto isso, Jimin era só alegria. Sorria parecendo que havia ganhado na loteria.

Ah, mas Jungkook iria quebrar a cara dele quando tudo passasse.

E após a cesaria, uma bebê bem miúda para o tamanho gigantesco da barriga de Jungkook nasceu.

A menina nasceu tão miúda que até seu peso foi estranhado por Seokjin quando a pegou. Mesmo que ainda fosse pequena, ela nasceu saudável.

As enfermeira correram para limpar a bebê que não chorava muito, mas queria porque queria abrir os olhos para ver o que não conseguiria ver.

— Jimin, olha lá se não vão trocar ela. — Jungkook estava acordado atento a tudo, principalmente a enfermeira que segurava sua filha.

— Bebê, tá tudo bem, ok?

— Ok nada, eu tô todo aberto aqui na maca, vai lá ver, seu idiota. Se trocarem minha filha, eu quebro sua cara.

Segundos depois as enfermeiras trouxeram o pacotinho até Jungkook que estava ficando grogue. Entregaram a Jimin que ficou com medo de derrubar aquele tamanho de bebê minúsculo.

— Bebê, olha nossa filha.

— Ela é tão pequena... — Jungkook falou baixo. — Eu não vou conseguir pegar ela agora, mas segure ela direito. Eu amo vocês dois. 

Hold On To Me | JiKookOnde histórias criam vida. Descubra agora