Sem nome - escrito por max

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Alguém bateu em minha porta e tinha quase certeza de que era Char, no mesmo instante respirei fundo, corri até a porta e a abri.

-oi- tentei não parecer muito animada nem nada do tipo

-oi-Charlie respondeu

-você quer ir pro jardim? tem um jardim onde os alunos ficam e eu posso te levar

-caramba eu não tinha ideia de que existia um jardim BEM na frente da escola! Que bom que me contou- aquilo sou irônico então eu revirei meus olhos

-vou parar de tentar ser legal, vem logo porra.- peguei a mão dela e comecei a andar, sem olhar para trás.

-ei max! quem chegar por último é a mulher do bagre!- charlie deu a largada na frente de mim

-não pode correr aqui dentro!- eu gritei mas ela me deu o dedo do meio sem sequer olhar para trás. Comecei a correr, tanto fazia mesmo, não seria expulsa por correr em um domingo de manhã.

Eu passei ela com muita facilidade e fui direto para a frente da escola, tinha um vasto campo verde, bancos e todo tipo de adolescente riquinho que você pode imaginar, alguns eram tão estereotipados que me fazia sentir dentro de um filme. Olhei para o céu, tempo estava nublado, eu amava domingos nublados.

-cheguei!- charlie apareceu saltando em minhas costas e totalmente sem fôlego

-mas que lerda!- brinquei indo até um banco

-lerda?! Porra você é corredora não é? Eu corri mais do que tinha corrido em toda minha vida!- eu me sentei no banco e charlie se sentou ao meu lado com a respiração ainda ofegante

Sorri, confesso que tinha orgulho de minhas habilidades com esporte
-eu gosto de praticar esportes, só isso.- dei de ombros como se não tivesse importância

-max sem brincadeira, você poderia ser corredora!- olhei para charlie e não encontrei um pingo de ironia, ela só estava muito vermelha e muito bonita, mas a última característica nem sequer é novidade.

-o ramo do esporte é muito incerto, prefiro exatas ou humanas.

-sua preocupação não é sua felicidade?!

-cala a boca, riquinha- eu disse em um tom bem irônico mas não era nenhum tipo de ironia, charlie poderia fazer o que quisesse sem se preocupar se vai ganhar dinheiro, afinal só um storys no Instagram dela valem milhões.

-não me chame assim! Isso faz meu argumento soar inválido!

-ok char-char riquinha- eu abri um grande sorriso e dei língua pra ela

-você é irritante.- charlie deitou com a cabeça no meu colo

-olha que nuvem linda- ela apontou para o céu, mas ele continuava inteiramente nublado

-você está começando a ter delírios

-não, ela parece minha paixão por você, enorme o suficiente para cobrir todos nós.- charlie deu uma piscadela

Eu comecei a rir, era inevitável
-charlie se levante e de uma volta para eu ver uma coisa.

-para que?

-faz logo.

Charlie se levantou e começou a andar em círculos. Eu olhei para ela, tinha um sorriso no rosto e andava com confiança. Juro que não foi minha intenção mas acabei olhando para baixo, posso assegurar que parei no mesmo instante que ela me encarou. Eu parecia uma bobona a encarando.

-ok,ok já entendi- cocei meu queixo e olhei para o céu - algo seu também é do tamanho dessa nuvem

-o que?- ela deitou com a cabeça no meu colo mais uma vez

-nunca tinha notado como.... seu cabelo era grande.- aquele foi um comentário idiota, eu claramente não estava prestando atenção em seu cabelo.

Charlie se ajoelhou no banco, segurou minhas mãos e chegou perto do meu ouvido, fazer isso com ela me dava menos arrepios do que quando ela fazia comigo.

-pare de encarar minha banda sua puta- ela se afastou como se não tivesse acabado de me xingar

-eu não estava!- tentei parecer o máximo ofendida e perplexa

Ela beijou minha bochecha, eu a senti corar, segurou meu rosto e fez com que eu olhasse diretamente em seus olhos. -péssima mentirosa

Eu não respondi, só pensei em uma pergunta bem tosca mas que a fizesse se distrair

-char, você curte drogas ou somente bebidas?

-eu nunca provei uma droga sequer, só penso em usá-las quando estiver muito mal assim terá um efeito maior.- charlie respondeu

-achei inteligente.

-e você?

-eu trafico drogas todo dia pra aquele loiro super gente boa... seu primo!- deixei claro que era ironia

Ela soltou uma gargalhada
-gente boa? Meu primo é um pé no saco, a mãe dele paga aqueles garotos que o aturam.

comecei a rir, joguei a cabeça para trás apoiando minha coluna no banco
-ufa, achei que gostasse dele!

-eu?! Nem que a mãe dele me pagasse.

-dependendo de quanto dinheiro esteja envolvido eu até respiro o mesmo ar que ele.

Char fez alguns comentários quais eu não escutei.

Estava olhando para os limites da escola, não tinha nada me impedindo de sair dali, tinha uma estrada e logo do outro lado uma floresta. Aquela escola era exatamente no meio do nada. Acho que ela percebeu para onde eu estava olhando

-quer sair correndo que nem uma idiota, entrar naquele mato e se pegar ali dentro?- charlie soltou essa ideia como se fosse lago comum, que todo adolescente fizesse diariamente

-podemos levar uma suspensão! Isso fica no currículo!

-pare de ignorar o fato de que minha mãe é podre de rica, não vão nos suspender!

charlie se levantou e começou a correr para o meio da mata, eu como a idiotia que sou fui atrás.
"Tudo pelo o amor, certo?" Disse a mim mesma

menina+ menina = desastreOnde histórias criam vida. Descubra agora